Dólar fecha a semana a R$ 2,1470, maior cotação desde maio de 2009

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – As negociações com o dólar não foram das mais fáceis nesta sexta-feira (31). Mesmo com uma intervenção do Banco Central, a cotação da moeda fechou o dia a R$ 2,1470, o maior patamar para um fechamento desde o dia 5 de maio de 2009, segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado. Com isso, a divisa norte-americana acumulou um avanço de 7,24% no mês, e alta de 4,99% ao longo do ano.

“Nós vemos que a tendência do câmbio no mundo é se valorizar, mas a gente estava achando que o Banco Central poderia fazer o swap hoje e voltar, e a moeda não voltou”, comenta o operador de câmbio de uma corretora de São Paulo. “Aparentemente, ou estão interpretando que o Banco Central demorou muito para atuar ou  estão em área de desconfiança da atuação do BC. O mercado está colocando à prova a credibilidade do BC, e isso está frustrando principalmente a bolsa”.

Como a moeda norte-americana bateu a marca de R$ 2,1460 pouco depois do início das negociações, o Banco Central fez uma consulta de demanda sobre um leilão de swap cambial – usado para reduzir o risco, o contrato permite a troca de rentabilidade entre ativos financeiros, a partir da aplicação da rentabilidade de ambos a um valor em reais -, e anunciou um leilão de 30 mil contratos de swap tradicional, com vencimento programado para o dia 1º de julho de 2013. Contudo, foram negociados não mais de 17,6 mil contratos no leilão, o equivalente a US$ 876,7 milhões. Como pouco mais da metade dos contratos foram negociados hoje, existe a expectativa de que a autoridade monetária voltará a atuar na próxima semana, embora ainda não se saiba qual será o chamado “novo teto” para a moeda. Segundo informações da Agência Estado, analistas acreditam que um dólar na casa de R$ 2,15 não seria interessante para a autoridade monetária, em função do impacto sobre a inflação.

E, por conta do objetivo de levar a inflação para a meta, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual na noite da última quarta-feira (29), levando a taxa Selic de 7,50% para 8% ao ano.

“Ao meu ver, essa alta da Selic dá a entender que se abriu mão do crescimento um pouquinho, e o BC vai tentar dar um choque na inflação. Acho que a estratégia pode ter sido essa, pois o PIB não veio muito bom”, comenta um operador. “O mercado apostou que (os diretores do Copom) fossem dar ênfase ao crescimento, e o aumento deu a entender que estão mais preocupados com a inflação. Agora, o pessoal vai ter de rever seus planos, pois a alta foi completamente fora do que o mercado esperava”.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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