Eike se movimenta para salvar império

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Em meio às fortes quedas de suas ações e à perda de um grande volume de dinheiro, o empresário Eike Batista já começa a realizar algumas movimentações que, na visão de analistas, dão a entender que mudanças mais contundentes devem ser realizadas em breve. De acordo com informações da agência de notícias Bloomberg, Batista planeja vender ativos e renegociar a dívida de suas empresas, depois de perder US$ 30 bilhões de sua fortuna pessoal desde março de 2012 após uma série de metas não atendidas e projetos cancelados.

O primeiro passo nessa direção foi a renúncia de Batista da presidência do Conselho de Administração da MPX Energia, empresa do Grupo EBX. A decisão foi tomada durante reunião realizada pelo conselho na última quinta-feira (4). Jorgen Kildahl, que era vice-presidente do órgão, foi indicado como presidente interino. Ao mesmo tempo, o Conselho de Administração da empresa aprovou a realização de um aumento de capital privado de R$ 800 milhões a R$ 6,45 por ação, preço de fechamento na Bovespa na referida data. Na operação, a empresa alemã E.ON investirá até R$ 366 milhões, e o banco BTG Pactual comprometeu-se a aportar o montante restante, não subscrito pelos acionistas minoritários da companhia, que terão direito de preferência para participar da operação.

“A E.ON agradece a grande contribuição de Eike Batista na MPX, tornando-a uma das mais atrativas empresas de energia do Brasil, desde sua fundação em 2001”, afirmou Kildahl. Fundador da EBX, Eike atuava como presidente do Conselho de Administração das seis empresas de capital aberto do grupo. Na MPX, que atua no mercado de geração de energia elétrica, o empresário presidia o conselho havia seis anos.

O aumento de capital privado substitui a oferta pública de ações inicialmente prevista, decisão tomada após a deterioração das condições de mercado nas últimas semanas. Para marcar a nova fase, a companhia receberá um novo nome e mudará sua sede para os atuais escritórios da joint-venture entre MPX e E.ON, que, por sua vez,l será reincorporada à MPX, como parte do acordo firmado pelas companhias. Atualmente, a joint-venture se prepara para participar dos leilões de energia nova do governo federal.

Mudanças contundentes

Após o anúncio, as ações das empresas de Eike dispararam, e puxaram a bolsa de valores consigo. Para o mercado, a renúncia de Eike na MPX criou a percepção de que foi dada a largada para uma reestruturação das  empresas do Grupo X, culminando na saída do empresário da frente da maioria das empresas. “Não se sabe se foi por conta da EBX, uma vez que as notícias com o Eike já são batidas, e a coisa complicou com a OGX”, explicam os analistas Bruno Piagentini e Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores, em entrevista ao Jornal GGN. “A saída possivelmente sinaliza a reestruturação do grupo, mas também é um sinal coerente de uma mudança mais contundente”. 

Além disso, a mineradora MMX suspendeu temporariamente a produção de minério de ferro na unidade de Corumbá por um período de seis meses, com início em julho de 2013. Segundo fato relevante divulgado ao mercado, a iniciativa busca reforçar a “estratégia de otimização na alocação de capital e de maximização de valor para os seus acionistas”.

A empresa afirma que possui estoque para atender a todos os contratos firmados e que, durante a paralisação, as atividades logísticas e mais serviços de manutenção geral da planta serão mantidos, mas que foi necessário realizar ajustes no número de postos de trabalho. “Serão estruturados, ainda, pela MMX programas de treinamento a serem realizados por seus colaboradores do quadro efetivo até a retomada do ritmo regular de operação na unidade”, ressalta o comunicado.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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