Agenda sem indicadores promete dia morno na bolsa

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Sem notícias ou indicadores de peso, a bolsa de valores depende da divulgação dos balanços financeiros para sustentar ou não seu desempenho ao longo desta semana. O quadro não deve mudar nesta sexta-feira (10), com agenda vazia de indicadores mas com uma série de balanços para repercutir, com destaque para o resultado trimestral da OGX.

Nesta quinta-feira, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em queda de -0,64%, aos 55.447 pontos e um volume negociado de R$ 6,725 bilhões. O indicador acumula desvalorização de -0,83% no mês e de -9,03% no ano. “(A queda) Está mais com cara de realização de lucros do que algum evento específico. Não teve nenhum grande dado ou notícia, e a queda ocorreu em todas as bolsas, não só aqui”, diz Leonardo Milane, estrategista da corretora Santander. “Acho que pode ser um dia de realização de lucros”.

Segundo Elad Revi, analista de investimentos da Spinelli Corretora, o desempenho das blue chips como um todo derrubou a bolsa, com OGX e outras empresas de Eike Batista comprometendo o desempenho. Além da empresa de petróleo, a mineradora MMX foi um dos papéis que mais caiu no dia. “De forma geral, o índice está sendo pressionado, embora tenhamos algumas pequenas variações mais pontuais”.

A queda generalizada nos mercados internacionais afetou o índice doméstico, que já vinha em baixa pressionado pelas ações da OGX (OGXP3), cujo resultado financeiro seria divulgado após o fechamento do pregão. Pelos cálculos de Milane, a queda de 6,25% contabilizada pelo papel OGXP3 ajuda a explicar quase 25% da queda do Ibovespa nesta quinta-feira – vale lembrar que a OGX tem o terceiro maior peso na composição do Ibovespa, com 2,5%.

O analista da Spinelli ressalta que, mesmo que o papel da OGX seja “volátil por natureza”, existem alguns pontos que ainda não ficaram muito claros, como a venda parcial para a estatal malaia Petronas. “Na realidade, é até possível ver (a venda) no curto prazo como um fator positivo porque ela consegue caixa, mas no médio e longo prazo não se sustenta. Ela precisa de 10 a 15 vezes mais caixa para sanar seus problemas, senão ela não consegue se sustentar. Acho que isso afetou mais do que o esperado”.

O pregão de sexta-feira deve manter um perfil semelhante: agenda enfraquecida em eventos e repercutindo resultados financeiros. “Não tem um fato que sustente alta, e não tem o investidor interessado porque não tem resultados financeiros bons. Quando se trabalha com agenda fraca, seguem-se os resultados, e os dados de quinta e sexta-feira não devem vir tão bons. Se você não tem bom resultado, não sustenta alta do índice”, ressalta Revi. “Vejo o dia um pouco morto, sem tendência muito definida, e inclusive fechando em queda”.

Entre os resultados que devem afetar as negociações neste começo de sexta-feira, estão CPFL, Cetip, BM&FBovespa e Lojas Americanas. Quanto ao discurso do presidente do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano), Ben Bernanke, o mercado mostra-se cético. “O discurso vai ser mais do mesmo, mostrando que está preparado para atender o mercado. Os destaques serão os resultados entre o fechamento de quinta-feira e o começo de sexta-feira”, diz Milane, da Santander Corretora.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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