Fíbria reduz lucro no primeiro trimestre

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

 

A fabricante de papel e celulose Fibria encerrou o primeiro trimestre com um lucro líquido de R$ 24 milhões, 51% abaixo do registrado no quarto trimestre de 2012, mas revertendo o prejuízo de R$ 10 milhões apurado no mesmo período de 2011.

 

Segundo balanço financeiro, a queda foi explicada pelo menor resultado operacional em relação aos últimos três meses do ano passado, decorrente do menor volume de vendas, e pelo recebimento do crédito-prêmio do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), no total de R$ 93 milhões. No comparativo com o primeiro trimestre de 2012, a melhora foi puxada pelo preço da celulose em reais (26% maior), e parcialmente compensado pelo resultado financeiro pior ante o período anterior.

 

O resultado financeiro foi negativo em R$ 66 milhões, contra um resultado negativo de R$ 260 milhões sobre o apurado no quarto trimestre de 2012. De acordo com a empresa, o melhor resultado é explicado pela rubrica de variação cambial sobre a dívida (em função da desvalorização de 1,5% do dólar de fechamento) e o resultado positivo da marcação a mercado do hedge (R$ 51 milhões). No primeiro trimestre de 2012, o resultado financeiro foi positivo em R$ 192 milhões, decorrente do maior efeito de variação cambial sobre a dívida naquele trimestre (R$ 270 milhões) explicada por sua vez pela maior desvalorização do dólar em relação ao real (3%) sobre um maior estoque de dívida.

 

O EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) trimestral chegou a R$ 565 milhões, com margem de 39%. O resultado geral caiu 25% sobre os últimos três meses de 2012 – segundo a empresa, os dados foram afetados pelo menor volume de vendas juntamente com o menor preço médio líquido em reais.

 

Na comparação com o primeiro trimestre de 2012, houve uma elevação de 50% do EBITDA e a margem foi superior em 9 pontos percentuais como resultado do maior preço líquido da celulose em reais (+26%) por sua vez explicado pela elevação do preço líquido da celulose em dólar (11%) nos últimos 12 meses juntamente com a valorização do dólar médio frente ao real (13%). O EBITDA dos últimos 12 meses totalizou R$ 2,440 bilhões, 8% superior ao EBITDA realizado em 2012 (R$ 2,253 bilhões), com margem de 38%.

 

O volume de vendas atingiu 1,186 milhão de toneladas, 21% abaixo do apurado no quarto trimestre e 10% a menos sobre os primeiros três meses de 2012. Esta queda decorreu principalmente da menor disponibilidade de celulose (efeito das paradas programadas). Na comparação com o quarto trimestre, os dados foram mais acentuados em função da sazonalidade das vendas característica do último trimestre do ano. Nos últimos 12 meses, as vendas da Fibria totalizaram 5,230 milhões de toneladas, equivalente a 100% da produção no mesmo período.

 

A produção de celulose alcançou 1,263 milhão de toneladas, 8% e 5% inferior ao quarto trimestre e primeiro trimestre de 2012, respectivamente. Este resultado foi influenciado principalmente pelas paradas programadas para manutenção realizadas no trimestre, ambas em linha com o planejamento anual de paradas da companhia. A produção do trimestre também foi impactada pelo menor número de dias de produção (28 dias em fevereiro).

 

A receita líquida de celulose totalizou R$ 1,432 bilhão, 22% inferior ao 4T12 devido ao menor volume vendido (21%), mas 14% acima do registrado nos primeiros três meses do ano passado, explicado pelo preço médio líquido em reais 26% superior, por sua vez decorrente do aumento do preço da celulose em dólares (11%) e pela valorização do câmbio médio de 13% no período, que compensaram o menor volume de vendas (10%).

 

A empresa conseguiu reduzir sua dívida bruta para R$ 9,898 bilhões, 8% abaixo do visto no quarto trimestre e 10% a menos sobre o primeiro trimestre de 2012.  Do total da dívida bruta, 92% estavam indexados em moeda estrangeira. O custo médio da dívida bancária em moeda nacional em março era de 7,7% ao ano, e o custo em moeda estrangeira ficou em 5,2% ao ano. O prazo médio da dívida total era de 62 meses em março, comparado com 63 meses em dezembro e 71 meses em março de 2012. 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador