Fitch Ratings mantém nota de crédito do Brasil

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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A agência de classificação de risco Fitch manteve a nota de crédito do Brasil em BBB, mas revisou a perspectiva do país de estável para negativa.
 
A mudança, segundo comunicado da Fitch, divulgado hoje, ocorreu em razão do “contínuo fraco desempenho da economia brasileira, o aumento dos desequilíbrios macroeconómicos, a deterioração fiscal e um aumento da dívida pública com pressão sobre o perfil de crédito soberano do país”.
 
A nota (rating) é a classificação dada a empresas públicas ou privadas por essas instituições especializadas em análise de crédito. Essas agências avaliam a capacidade e a disposição do emissor de um título em honrar, pontual e integralmente, os pagamentos de sua dívida. O rating é um indicador relevante para os investidores, uma vez que fornece sinalização a respeito do risco de crédito da dívida de uma empresa ou país analisado.
 
Para a Fitch, enquanto o governo iniciou um processo de ajustes para aumentar a credibilidade e a confiança, riscos negativos relacionados com a aplicação e durabilidade  persistem, “especialmente no contexto de um ambiente político e económico desafiador”. E acrescenta: “Choques internos e externos adicionais poderiam minar o ritmo e o alcance do processo de ajuste”.

 
Na avaliação da Fitch, entre outras motivos, as contas fiscais do Brasil se deterioraram acentuadamente em relação ao ano passado, com o déficit atingindo 6,5% do PIB, sendo este “o  primeiro déficit primário em vários anos.” E observa: “A relação da dívida com o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou para 58,9% em 2014, em comparação com a média de 52,8% durante o período 2010-2013”.
 
Os técnicos, entre outras avaliações, levaram em conta o crescimento da economia brasileira de apenas 0,1% em 2014. Segundo a Fitch, o processo de ajuste em curso, se efetivamente implementado, poderia levar a uma retomada da confiança e do crescimento em 2016, mas o crescimento provavelmente permanecerá baixo.
 
O Ministério da Fazenda não se manifestou sobre o comunicado da Fitch
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

11 Comentários

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    1. Na verdade… nada!

      Os EUA tiveram o seu rating rebaixado, por essas mesmas agências que não tiveram capacidade de identificar as “subprime”, e o que aconteceu foi que o dinheiro, inclusive o do Brasil, continuou se escondendo por lá.

      Até as nossas reservas, atualmente perto de 370 Bilhões de dólares, estão “garantidas” em títulos americanos, apesar dos militantes do partido do governo vociferarem contra os EUA sempre que tem oportunidade.

      Vai entender…

  1. Mais um excelente motivo para

    Mais um excelente motivo para se reduzir a Selic para 8%a.a., reduzindo a dívida pública no pagamento de juros suicidas /homicidas para a economia

    1. Concordo!

      Concordo, Fabiana, esses “ratings” só tem importância para o estímulo do investimento especulativo das “velhinhas de Utah”, que, aliás, mesmo com o “Investiment grade” da última década no Brasil, sempre preferiram outros destinos. Já a redução dos juros básicos é um forte estímulo para desviar o capital nacional da ciranda do “rentismo” e facilitar o seu redirecionamento para o investimento produtivo. 

    2. Com que poupança ?
      Juros tem

      Com que poupança ?

      Juros tem relação direta com o nivel de poupança interna.

      O governo se financia se com poupança interna, sem ela tem que usar a poupança de outros países, para isso tem arbitrar juros para atrair esta poupança.

      Como você vai reduzir juros sem ter confiança e poupança interna?

      Você pode expandir a base monetária por um tempo ate ela ir para os preços. Rebaixar os juros por meio de expansão monetária não dura muito tempo em algum momento os preços serão reajustados e ainda destroi o sistema de formação de preços, ou seja recessão.

      1. Oneide, o capital que entra

        Oneide, o capital que entra aqui é o especulativo, de curtíssimo prazo. Temos que atrair o capital que quer investir pesado no Brasil. Estes juros anti-patrióticos e destrutivos só aumentam a dívida pública, que é altíssima. Além disso, a maioria dos países desenvolvidos está com juros negativos; portanto, este capital especulativo está buscando rentabilidade máxima no curto prazo. Temos que estimular a indústria nacional e aumentarmos as exportações para termos uma balança de pagamentos superavitária, reduzindo o risco Brasil, envergonhando estas agências de rating, que foram criticadas até nos EUA.

         

  2. ColUnista

    Leiam o artigo da nova colunista da Folha. A moça é fera.

    A esclerose brasileira

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/215273-a-esclerose-brasileira.shtml

    “Curiosamente, quando se analisa o comportamento do preço do investimento em relação ao preço dos demais bens e serviços da economia brasileira, percebe-se que tal preço está em queda desde 2009. Ou seja, há alguns anos, o investimento tem estado relativamente mais barato do que os demais componentes do PIB, sem que isso tenha gerado nenhum incentivo para que as empresas invistam mais.

    Isso parece contrariar a lógica tradicional de demanda e oferta: quando o preço do investimento cai (quando o custo de máquinas, equipamentos, galpões recua), a demanda deveria subir, restaurando novo equilíbrio em que a taxa de investimento é maior. Mas a demanda por investimento no Brasil parece inerte.”

    Como resolver a esclerose brasileira? Como evitar que a estagna- ção secular à moda tropical se entranhe inexoravelmente? A partir de hoje, esse é um dos temas que pretendo abordar semanalmente neste espaço.”

    Economista Monica De Bolle será nova colunista em ‘Mercado’

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/04/1613599-economista-monica-de-bolle-sera-nova-colunista-em-mercado.shtml

    1. A resposta ao paradoxo é simples:

      Insegurança política, insegurança jurídica e… estímulo ao rentismo, pelo incremento dos “juros básicos”, não são bons ingredientes em nenhuma fórmula de estímulo à atividade produtiva.

      Pra resumir, falta “governo”.

      1. Negativo, o que falta, como

        Negativo, o que falta, como sempre faltou, é empreendedorismo ao empresariado brasileiro, que sempre preferiu o investimento fácil e de menos risco, no mercado financeiro, há décadas. E a SELIC em alta só faz acentuar essa característica.

        Me surpreende que você não veja isso pois, pelos seus cabelos brancos na foto, você, como eu (tenho 62 anos), deveria conhecer bem essa característica de nossos “empresários”. Ou, talvez, sua intenção seja meramente criticar o governo, ainda que sem fundamento.

        1. Marcus,
          Tanto vejo que

          Marcus,

          Tanto vejo que escrevi, mais lá em cima, que deveríamos é baixar os juros, concordando com a Fabiana, só que…

          Empresário não é sacerdote e não pratica o empreendedorismo por amor à arte; quer ganhar dinheiro!

          Um empresário que tenha importado insumos, máquinas e ferramentas em janeiro deste ano, já está devendo 30% a mais em reais em menos de 04 meses (e isso sem os juros) apenas com a desvalorização do real frente ao dólar. Se tivesse “investido” no mercado financeiro, ao invés de tentar criar empregos, teria um pouquinho mais de dinheiro agora.

          É difícil, fazer essa conta? De quem é a responsabilidade das políticas cambiais e finaceiras, do empresário, ou do governo?

          Se é do governo a responsabilidade, critico quem? O empresário?

           

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