Fraqueza externa afeta bolsa; índice cai 0,70%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Ibovespa desacelerou ao longo do dia, e foi afetada pelas perdas da Petrobras

Jornal GGN – A bolsa de valores brasileira fechou em queda pelo quarto pregão consecutivo, em meio a um dia de movimentado noticiário corporativo e a fraqueza das operações no exterior. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou o dia em queda de 0,70%, aos 41.593 pontos e com um volume negociado de R$ 4,771 bilhões.

“Os mercados tiveram mais um dia de ganhos na Europa e na Ásia, com os investidores atentos ao desfecho da reunião do G-20 na China e com a chance de que grandes produtores de petróleo concordem em limitar a produção da commodity”, diz o BB Investimentos, em relatório. “Em relação à China, contribuiu para o ânimo do mercado as declarações do presidente do banco central, de que o país ainda tem espaço e ferramentas (fiscais e monetárias) para estimular a economia sem ter que fazer uso de desvalorizações de sua moeda”.

Mais tarde, na Europa, indicadores de inflação decepcionaram mais uma vez, o que torna muito provável novas rodadas de estímulos por parte do Banco Central Europeu (BCE) na reunião de março. Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor referente ao mês de janeiro foi de 0,4%, e apesar de ter sido maior que o indicador de dezembro (-0,8%), ficou aquém da expectativa de 0,5%. Na França, a situação se repetiu. O dado efetivo foi de 0,2%, ante uma expectativa de 0,4%.

Já nos Estados Unidos, os indicadores das contas nacionais de 2015 vieram acima do consenso de mercado, surpreendendo os mais pessimistas. O PIB do quarto trimestre subiu 1,0%, acima das expectativas de 0,7% – com isso, o país fechou o ano com crescimento anual de 2,4%, mesmo resultado do ano anterior. O dado mais surpreendente foi o núcleo de inflação (exceto energia e alimentação), que subiu 1,7%, contra 1,4% na leitura anterior, e portanto, bem mais próximo da meta do Federal Reserve, de 2%.

No Brasil, o Ibovespa iniciou a sessão em alta, acompanhando a alta das bolsas na Europa. “A divulgação dos indicadores americanos, enquanto as bolsas ainda estavam fechadas por lá, manteve as bolsas em território positivo, mas à medida que a abertura em Nova Iorque se aproximava, ficou claro que os investidores vão precisar de mais tempo para buscar sinais sobre os próximos passos do Fed”, explica a corretora.

A queda do índice foi afetada pelo desempenho negativo de papéis importantes para a composição do Ibovespa, como Petrobras. As ações ordinárias da estatal (PETR3) encerraram a sessão com queda de 1,29%, a R$ 6,89, enquanto os papéis preferenciais (PETR4) recuaram 0,41%, a R$ 4,87. O dia foi de queda dos preços do petróleo no mercado global.

No câmbio, a cotação do dólar comercial começou as operações em baixa, mas inverteu o sentido no início da tarde e fechou com alta de 1,21%, a R$ 3,998 na venda. Apesar do avanço, a moeda fechou a semana com queda de 0,62% e acumula desvalorização de 0,66% no mês. No ano, no entanto, tem alta de 1,26%.

A moeda passou a subir após a divulgação dos dados revisados do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos. Segundo o Departamento do Comércio dos EUA, o PIB do país avançou a um ritmo anual de 1% no quarto trimestre de 2015. Com isso, os Estados Unidos encerraram 2015 com crescimento anual de 2,4%, mesmo resultado do ano anterior.

Segundo os dados divulgados, o avanço foi afetado pela decisão das empresas de varejo, de mineração e de construção civil de aumentar os estoques, apostando na expansão das vendas. O maior acúmulo de estoque, no entanto, deve ter implicações negativas para o primeiro trimestre de 2016, já que as empresas não terão incentivo para solicitar novas encomendas que possam manter o ritmo de produção da indústria. Além disso, analistas dizem que os dados podem abrir espaço para o Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) voltar a aumentar os juros em breve. O desempenho do dólar também foi influenciado pelo preço do petróleo, que voltou a cair, após operar em alta na maior parte do dia.

No Brasil, o Banco Central anunciou que as contas do país (incluindo Estados e municípios) fecharam janeiro com saldo positivo de R$ 27,9 bilhões, um aumento de 33% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Para segunda-feira, os agentes aguardam a publicação do relatório Focus, do índice de expectativa do consumidor pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e os dados de sondagem da indústria e de serviços pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No exterior, destaque para o índice de preços ao consumidor na zona do euro; índice dos gerentes de compras de Chicago, vendas de imóveis pendentes nos Estados Unidos; taxa de desemprego no Japão; e o índice PMI (índice dos gerentes de compras, na sigla em inglês) da indústria de transformação na China.

 

 

(com Reuters)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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