Fundos de Ações registram retornos elevados em agosto

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Da mesma forma que aconteceu nos últimos meses, os fundos de ações foram destaque de rentabilidade no mercado, muito por conta da valorização de 9,78% apresentada pelo Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) ao longo do mês de agosto, segundo informações da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Embora em patamar inferior, os fundos de Renda Fixa também apresentaram rentabilidade elevada, especialmente o tipo Renda Fixa Índices, que registrou alta de 2,61%, em parte pela valorização dos títulos públicos indexados ao IPCA, refletida na variação de 4,82% do IMA-B (índice de mercado Anbima – série B).

Apesar da valorização observada nos últimos meses, os fundos de Ações, Renda Fixa e Multimercados voltaram a registrar resgates líquidos em agosto. Em contrapartida, os fundos Referenciado DI acumularam ingresso líquido de R$ 16,6 bilhões no último mês, dos quais R$ 7,4 bilhões de um único fundo pertencente ao segmento corporativo e o restante em fundos do Varejo. Diante desses resultados, a captação líquida da indústria em agosto foi de R$ 12,1 bilhões, acumulando R$ 23,7 bilhões no ano.

Também em 2014, o ingresso líquido de recursos está concentrado nos fundos Referenciado DI, que, juntamente com as categorias Previdência, Participações e Curto Prazo, mais do que compensam os resgates líquidos em fundos de Ações, Renda Fixa, Multimercados e FIDC, evidenciando uma maior aversão a risco por parte dos investidores.

Segundo a Anbima, esse aumento de aversão a risco acaba se refletindo também na composição das carteiras dos fundos de investimento. Seguindo tendência já observada em 2013, porém com menor intensidade em 2014, as operações compromissadas são a modalidade com maior crescimento nas carteiras (13,82%), refletindo o aumento da demanda por liquidez nos fundos.

Em seguida aparecem os títulos bancários (8,9%), onde se destaca a continuidade do processo de substituição de CDBs por Letras Financeiras, em curso nos últimos anos, seguidos pelos títulos corporativos (6,68%), todos com crescimento superior ao do PL (patrimônio líquido) da indústria acumulado no ano (4,95%). Já os títulos públicos registraram crescimento de apenas 0,46%, provavelmente refletindo o aumento das operações compromissadas com lastro nesses títulos no período. O recuo do volume de direitos creditórios, por sua vez, parece decorrer, em parte, do resgate líquido de R$ 11,9 bilhões acumulado pela categoria FIDC no ano (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios).

Fundos de ações com rendimento diferenciado

Apesar da expressiva valorização registrada pelos fundos de ações em agosto, vale observar que os tipos Ações Livre e Ações Ibovespa Ativo, cujos mandatos contam com maior liberdade para a composição de suas carteiras, registraram rentabilidade inferior à do Ibovespa. Esse fenômeno é observado em proporção ainda maior quando se leva em conta a rentabilidade acumulada no ano, período no qual o retorno desses fundos é inferior à metade da valorização do Ibovespa.

Também nos últimos 12 meses, esses fundos apresentam retornos inferiores ao do Índice. Em uma janela maior de tempo, no entanto, os resultados são opostos. De janeiro de 2013 até o final de agosto deste ano, por exemplo, o tipo Ações Livre acumulou valorização de 11,05% e o tipo Ações Ibovespa Ativo, 7,62%, contra apenas 3,54% do Ibovespa.

 “Além de apresentarem rentabilidade superior em janelas maiores de tempo, os fundos de ações com gestão ativa mostram, também, volatilidade inferior à do Ibovespa. Vale notar, inclusive, que a proximidade das eleições trouxe maior volatilidade ao mercado acionário a partir de agosto”, diz a entidade.

Quanto à rentabilidade, a Anbima diz que a diferença de desempenho entre esses fundos e o Ibovespa decorre da composição das respectivas carteiras. Uma alternativa para os fundos de ações ativos em períodos de recuo do mercado acionário, como o ocorrido em 2013, é manter parcela de até 33% do respectivo Patrimônio Líquido aplicada em outras modalidades de ativos financeiros, observados os limites de concentração previstos no art. 87 da Instrução CVM nº 409. 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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