Gafisa fecha trimestre com prejuízo líquido de R$ 55 milhões

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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A construtora Gafisa encerrou o primeiro trimestre de 2013 com um prejuízo líquido de R$ 55,473 milhões, 44% acima da perda contabilizada no mesmo período do ano anterior, quando a perda foi de R$ 31,515 milhões. Os números também ficaram abaixo do esperado pelo mercado.

 

De acordo com balanço financeiro divulgado ao mercado, a receita líquida do primeiro trimestre de 2013, reconhecida pelo método “PoC” (andamento da obra), diminuiu 20% na comparação anual, somando R$ 669 milhões. O custo dos produtos vendidos (CPV) diminuiu 22%, atingindo R$ 510 milhões.

 

O lucro bruto reportado no período atingiu R$ 158 milhões, em comparação com os R$177 milhões registrados no primeiro trimestre do ano passado. A margem bruta subiu para 24%, ou 32% excluindo-se os impactos de Tenda, contra 21% e 29% respectivamente reportados no ano anterior.

 

O EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 68 milhões, abaixo do EBITDA de R$ 100 milhões registrado no ano anterior. As marcas Gafisa e Alphaville registraram EBITDA ajustado de R$45 milhões e de R$ 48 milhões, respectivamente. Tenda atingiu EBITDA ajustado negativo de R$25 milhões no 1T13. A margem EBITDA ajustada atingiu 10%, ou 18% ex-Tenda, comparado com 12% e 21% respectivamente reportados em 2012.

 

As despesas financeiras líquidas totalizaram R$ 56 milhões, um aumento de 12% comparado ao ano anterior. O conglomerado encerrou o trimestre com R$ 1,4 bilhão em caixa e equivalentes de caixa e aplicações financeiras. O fluxo de caixa operacional totalizou R$122 milhões e o cash burn (geração de caixa consolidada) foi de R$ 89 milhões no trimestre. De acordo com os dados pro-forma, a geração de caixa consolidada foi positiva em R$ 20 milhões no trimestre.

 

O endividamento total manteve-se estável em R$ 3,93 bilhões, comparados aos R$3,94 bilhões no final do mesmo período de 2012, enquanto o endividamento líquido diminuiu para R$ 2,49 bilhões em 31 de março de 2013, comparado aos R$ 3,09 bilhões no ano anterior, devido à melhor posição de caixa de R$ 1,44 bilhão, superior ao saldo de R$ 847 milhões no fechamento de 31 de março de 2012.

 

Os lançamentos de projetos totalizaram R$ 308 milhões no trimestre, redução de 34% quando comparados ao mesmo período de 2012. Os resultados representam 10% do ponto médio do guidance (projeção) de lançamentos para o ano, de R$ 2,7 a R$ 3,3 bilhões. As vendas contratadas líquidas consolidadas totalizaram R$ 218 milhões, 47% abaixo do registrado no primeiro trimestre de 2012, impactadas pelos distratos no segmento Gafisa. As vendas de unidades lançadas no período representaram 35% do total, enquanto as vendas do estoque representaram os 65% restantes.

 

Na visão dos analistas da Concórdia Corretora, o resultado apresentado mostra um horizonte “ainda conturbado” para os próximos trimestres. “Os primeiros meses deste ano foram marcados pelo reinício de lançamentos sob a marca Tenda, conforme estratégia de retomada de investimentos e expansão das atividades em 2013. Passado período de ajuste operacional e financeiro, a empresa pretende adotar maior foco regional e qualitativo em seus projetos, tendo iniciado a aquisição de terrenos a fim de fundamentar o crescimento dos próximos anos”, dizem os analistas.

 

Porém, mesmo com a manutenção dos guidances traçados para o ano, os agentes acreditam que a Gafisa deve apresentar “uma recuperação bastante gradual de seus resultados, à medida que projetos antigos, que lhe tem propiciado problemas com rentabilidade e distratos, são substituídos [ou diluídos] por uma carteira mais bem acertada”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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