Provável fim de incentivos nos EUA e notícias da Europa aumentam aversão ao risco

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – O aumento da aversão ao risco comprometeu o desempenho da bolsa brasileira na semana que passou. Além das incertezas quanto ao corte de incentivos nos Estados Unidos, o cenário político da Grécia trouxe uma dose a mais de tensão aos negócios. No Brasil, a série de manifestações em andamento pelo país gerou um pouco mais de atenção por parte de alguns analistas, devido à forma com que o governo tem conduzido a questão.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou o pregão de sexta-feira em queda de 2,40%, aos 47.056 pontos – menor patamar desde os 45.821 pontos contabilizados em 28 de abril de 2009 , e um giro financeiro de R$ 10,466 bilhões. A perda apurada na semana chegou a 4,61%, ao passo que a queda ao longo do mês chega a 22,80%.

“Algumas notícias no mercado internacional afetaram a performance, mas também teve o IPCA-15, que ficou acima das expectativas e superou o teto do governo”, afirma Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora.

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) encerrou o mês de junho em alta de 0,38%, abaixo dos 0,46% contabilizados no mesmo período de maio, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com isso, o total acumulado em 12 meses foi para 6,67%, situando-se acima dos 6,46% apurados nos 12 meses imediatamente anteriores – e superando inclusive o teto de 6,50% estimado pelas autoridades. A taxa em junho de 2012 havia ficado em 0,18%.

A Europa deu um pouco mais de peso às negociações, devido ao aumento de aversão ao risco causado pela Grécia, uma vez que um partido moderado do país anunciou que está saindo da coalizão do governo grego.

Segundo informações do jornal britânico Financial Times, o FMI (Fundo Monetário Internacional) estaria se preparando para suspender o pagamento do socorro à Grécia até o fim de julho caso os líderes da zona do euro não consigam cobrir um buraco de 3 bilhões a 4 bilhões de euros que foi aberto no programa de resgate ao país, que chegou a 172 bilhões de euros.

A influência do exterior e fatores internos também levaram o dólar a encerrar a semana em queda. Segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, o dólar fechou em baixa de 0,66% ante o real no balcão, cotado a R$ 2,2440.

Quanto à próxima semana, o estrategista da Futura Corretora estima um período de instabilidade para o dólar, com o Tesouro realizando leilões. “A gente também pode ter alguns impactos negativos em relação aos protestos. Já existe receio, e a imprensa internacional está dando ênfase a essas questões, o que pode trazer volatilidade ao mercado”, diz Pereira.

Para segunda-feira, os agentes vão acompanhar os dados do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) referentes à terceira semana de junho, além do boletim Focus, os dados de arrecadação da Receita Federal em maio, o relatório da dívida pública federal de maio a ser publicado pelo Tesouro Nacional, além do saldo semanal da balança comercial. No exterior, destaque para o índice de atividade do Federal Reserve de Chicago referente ao mês de maio, e de atividade manufatureira do Fed de Dallas de junho.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador