Mercado opera de lado; balanços e indicadores externos movimentam bolsa

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Ao contrário da sensação de “salve-se quem puder” vista na segunda-feira, as negociações de terça-feira na bolsa de valores permaneceram em alta durante boa parte do dia, repercutindo os últimos balanços do primeiro trimestre e dados divulgados no exterior, uma vez que a agenda doméstica estava esvaziada.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou o dia em alta de 0,40%, aos 54.666 pontos e um giro financeiro de R$ 8,022 bilhões. Com isso, a bolsa brasileira acumula uma perda mensal de 2,22%, e desvalorização anual de 10,31%.

“O mercado está meio de lado, reflexo de alguns indicadores da zona do euro que exerceram comportamentos mistos em termos de evolução do Ibovespa”, comentam os analistas Bruno Piagentini e Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores. Entre os dados divulgados nesta terça-feira, estão os números de confiança do investidor na Alemanha, que caiu de 48,5 pontos para 36,3 pontos em abril, bem abaixo das expectativas. Por outro lado, o mesmo indicador para a zona do euro ficou acima do que o mercado esperava. Além disso, a produção industrial da zona do euro subiu 1%. “São contrapontos que trouxeram esse desempenho não muito negativo. Ao mesmo tempo, percebe-se a Alemanha sentindo os efeitos da crise, mas a zona do euro tem alguma sinalização de recuperação”.

Como o mercado não tinha muitas informações sobre os Estados Unidos (e os poucos indicadores que saíram acabaram confirmando o cenário de retomada do país), os números da China acabaram exercendo um impacto mais forte sobre as negociações, devido a sua correlação com segmentos como siderurgia, mineração e produção de commodities. “Diminuiu as expectativas com relação a estímulos monetários para alavancar a atividade, e existe uma percepção cada vez mais forte de que a China não vai crescer 8%, mas algo em torno de 7%, 7,5%. Quando você coloca o modelo econômico, uma variação de 0,5 ponto percentual transmite para o Brasil e outros países uma diferença considerável”.

A situação envolvendo a saída de Nelson Barbosa do Ministério da Fazenda também não foi bem recebida. Embora os motivos de sua saída só devam vir à tona nos próximos dias, em termos de estilo de condução à frente da Secretaria da Fazenda agradava ao mercado devido a sua postura, considerada mais moderada – o que chamava a atenção do investidor estrangeiro, em especial.

“Apesar de existir a percepção de que o (Arno) Augustin (secretário-executivo do Tesouro Nacional) tem um parecer mais político, de certa forma, em termos de condução e formulação de política, eles atendem questões similares. Não é uma catástrofe, mas não tem como não repercutir”, dizem Piagentini e Barbosa. A economista Larissa Gatti, da corretora Souza Barros, ressalta que o mercado já vive uma crise de confiança com o governo federal, e qualquer tipo de mudança causaria algum tipo de impacto. “É preciso ver se a pessoa que vai ocupar o cargo vai atender os mesmos requisitos com relação a transparência, isso é importante”.

Quanto ao pregão de quarta-feira, Larissa acredita que a bolsa ainda deve permanecer volátil. “Amanhã é praticamente o último dia de divulgação de balanços, mas a diferença é que na terça-feira não teve um indicador econômico de relevância, e amanhã temos dados importantes dos Estados Unidos e no Brasil”.

A agenda para a quarta-feira conta com a divulgação dos dados de inflação norte-americana, além da sondagem industrial e os números de estoque de petróleo. No Brasil, destaque para os números de vendas do varejo (restrito e ampliado) do mês de março, a ser divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Quanto aos balanços corporativos brasileiros, os analistas da Coinvalores consideram que os números vieram um pouco melhores do que o apurado no quarto trimestre de 2012, e a expectativa é que os dados do segundo trimestre venham um pouco melhores, “principalmente pela maturação dos estímulos anunciados ao longo de 2012”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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