OGX amplia prejuízo no primeiro trimestre

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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OGX amplia prejuízo no primeiro trimestre

Perda apurada chega a R$ 804,6 milhões; geração de caixa atinge R$ 73,8 milhões

 

 

A OGX encerrou o primeiro trimestre de 2013 com um prejuízo líquido de R$ 804,587 milhões, uma perda 455,6% maior em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o prejuízo apurado foi de R$ 144,8 milhões.

 

Segundo balanço financeiro divulgado pela companhia, grande parte da perda não teve efeito no caixa. “Esse resultado decorre principalmente de despesas no valor de R$ 1,195 bilhão referentes a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à ANP após a conclusão do período exploratório em Março de 2013. Esses impactos foram parcialmente compensados pelo efeito positivo de imposto de renda e contribuição social diferidos de R$ 424 milhões”.

 

As vendas realizadas pela companhia ao longo do primeiro trimestre de 2013 totalizaram R$293 milhões. Desse total, R$254 milhões correspondem a venda de 1,2 milhão de barris de óleo do Campo de Tubarão Azul e R$ 39 milhões estão associados à comercialização de 84 mil metros cúbicos de gás do Campo de Gavião Real. Sobre a operação de gás incidiram R$ 4 milhões de impostos (ICMS, PIS e COFINS).

 

Apesar do resultado negativo, a companhia petrolífera de Eike Batista apresentou um EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 73,824 milhões, considerado o primeiro dado positivo de geração de caixa medida por tal indicador, o que chegou a ser ressaltado no documento de apresentação dos resultados.

 

“No primeiro trimestre de 2013, a OGX demonstrou um contínuo progresso, registrando maiores receitas e um EBITDA positivo pela primeira vez, assim como um aumento no volume total produzido no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, que totalizou 954 mil barris de petróleo. A companhia também atingiu produção total de quatro milhões de metros cúbicos de gás por dia no Campo de Gavião Real, na Bacia do Parnaíba, após a sincronização da quarta turbina da Usina Termoelétrica Parnaíba I com o sistema nacional”, diz o documento.

 

Mesmo assim, a empresa afirmou que o trimestre foi “desafiador” devido a problemas operacionais que levaram a paradas na produção dos poços OGX-68HP e TBAZ-1HP, além de intermitência operacional no poço OGX-26HP. “Continuamos analisando o comportamento do reservatório, assim como o impacto no volume recuperável total estimado”, diz a companhia. Ao todo, a produção da companhia atingiu 954 mil barris de petróleo no Campo de Tubarão Azul (Bacia de Campos), 5,1% acima do trimestre anterior.

 

E os dados do segundo trimestre também devem sofrer com a interrupção das operações. Segundo a empresa, os reparos no poço OGX-68HP já iniciaram e tem conclusão prevista para meados de maio, enquanto que a intervenção no poço TBAZ-1HP deverá começar assim que os trabalhos no primeiro forem finalizados. “A produção em ambos os poços permanecerá interrompida até a conclusão de seus reparos”.

 

Embora a OGX tenha reduzido as despesas relacionadas às atividades de investimento, a posição de caixa decresceu aproximadamente US$ 500 milhões, encerrando o trimestre em US$ 1,15 bilhão. Essa redução ocorreu principalmente devido ao resultado negativo das atividades operacionais, motivado pelo aumento dos desembolsos com fornecedores recorrentes, como resultado do efetivo pagamento de despesas anteriormente provisionadas – em torno de R$400 milhões.

 

A companhia também esclareceu detalhes relacionados à operação de venda com a estatal malaia Petronas, que recentemente anunciou a compra de 40% das concessões dos blocos BM-C-39 e BM-C-40, dos Campos de Tubarão Martelo, localizados na Bacia de Campos. De acordo com a OGX, dos US$ 850 milhões de dólares envolvidos na negociação, US$ 50 milhões serão pagos quando a produção atingir 40 mil barris/dia, US$ 25 milhões quando a produção somar 50 mil barris/dia, e US$ 25 milhões quando a produção atingir a marca de US$ 60 mil barris/dia.

Outros US$ 250 milhões serão pagos quando a negociação for aprovada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Os US$ 500 milhões restantes serão pagos quando a produção no campo de Tubarão Martelo tiver início.

 

“Adicionalmente a participação nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, a Petronas detém a opção de adquirir 5% do capital da OGX a um preço de R$ 6,30 por ação a qualquer momento até abril de 2015. O exercício não envolverá emissão de novas ações e não implica na diluição da participação dos acionistas minoritários, já que as ações serão provenientes da posição acionária atual do acionista controlador da OGX, Sr. Eike Batista”, diz a empresa.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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