Reviravolta no exterior afeta mercado em junho; incertezas globais avançam

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Mercado deve acompanhar o andamento de propostas para economia nacional, e eventuais estímulos no exterior

Jornal GGN – O referendo que marcou a saída do Reino Unido da União Europeia foi o principal evento econômico do mês de junho, e seu impacto ainda deve ser visto sobre as negociações ao longo de julho, mediante o aumento das incertezas globais enquanto os analistas aguardam por medidas de estímulo para conter o impacto da decisão. Em junho, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou com ganho acumulado de 6,30%, e passou a subir 18,86% no ano, mas ainda recua -2,81% em 12 meses.

“Junho foi marcado por dois grandes eventos internacionais: a decisão do FOMC e o Brexit, sinalizando o que está por vir nos próximos meses: instabilidade política na Europa e leniência monetária nos EUA”, dizem os analistas da Ativa Corretora, em relatório. “Porém, apesar do pânico inicial do Brexit que pressionou o mercado de ações global, o Ibovespa encerrou o mês liderando as altas do mês de junho em relação às bolsas internacionais, por conta de motivos internos e externos, como por exemplo, a leitura da provável postergação da alta de juros nos EUA que pode ser um elemento positivo para o início de retomada de atividade do Brasil”.

No Brasil, os analistas do BB Investimentos explicam que o período foi marcado pela atuação da nova equipe do Banco Central, cujo presidente discursou em um novo tom ao mercado, sinalizando a prioridade da contenção da inflação. “Esta, embora declinante, não arrefece no ritmo esperado pelo mercado, contribuindo para elevar dúvidas sobre um possível corte da Selic”. No front cambial, o Bacen sinalizou uma menor intervenção no mercado, que pode ampliar a flutuação da paridade”. Politicamente, os analistas da Ativa Corretora destacam a proximidade que as investigações da Operação Lava Jato tiveram sobre o governo e a oposição, mas não existiram indicações de que a equipe econômica sofreu algum tipo de influência.

“Daqui para frente, o mercado deve olhar para a concretização das propostas já anunciadas para decidir se toda a credibilidade dada a Temer tem de fato fundamentos. Todavia, o que já temos de concreto é alguma melhora nos castigados indicadores confiança, que parecem começar a mostrar sinais de recuperação e outros indicadores econômicos que mostraram amenização da prolongada deterioração”, dizem. Contudo, o maior sentimento global de aversão ao risco devido ao Brexit ainda deve gerar alguma indefinição sobre o mercado doméstico.

Entrada de capital seguirá puxando negócios

Diante da liquidez nos mercados internacionais “e com quase um quarto do mundo adotando taxas de juros negativas”, na visão da corretora Socopa, acredita-se que a bolsa seguirá influenciada pelo volume de recursos estrangeiros aplicados no mercado doméstico. “De acordo com dados recentes, os estrangeiros já aportaram pouco mais de R$ 12 bilhões no mercado de ações brasileiro. A melhora das perspectivas em relação à economia doméstica acaba favorecendo esta perspectiva. O destaque para o termo “perspectiva” ocorre pelo fato de que o grau de incerteza associado à economia doméstica e internacional está bastante elevado”, pontuam os analistas.

Veja abaixo algumas das recomendações das corretoras para o mês. Contudo, entre em contato com sua corretora ou banco para traçar um plano de investimentos mais adequado ao seu perfil.

Socopa: Cielo ON (CIEL3), BRF ON(BRFS3), ItauUnibanco PN (ITUB4), Even ON (EVEN3) e Lojas Renner ON (LREN3)

BB Investimentos: Cielo ON (CIEL3), Estácio Part. ON (ESTC3), Itaú Unibanco PN (ITUB4), Multiplus ON (MPLU3), Raia Drogasil ON (RADL3), Localiza ON (RENT3) e Vale PNA (VALE5).

Coinvalores: Bradesco PN (BBDC4), Ultrapar ON (UGPA3), Cetip ON (CTIP3), Ambev ON (ABEV3), Gerdau PN (GGBR4), CPFL ON (CPFE3), CCR ON (CCRO3), Itaú Unibanco PN (ITUB4), Triunfo ON (TPIS3), Raia Drogasil ON (RADL3), Smiles ON (SMLE3), Vale PNA (VALE5) e Kroton ON (KROT3).

Ativa: Equatorial ON (EQTL3), ItauUnibanco PN (ITUB4), RaiaDrogasil ON (RADL3), Ambev ON (ABEV3), Petrobras PN (PETR4), Metal Leve ON (LEVE3), Ultrapar ON (UGPA3), BR Malls Par ON (BRML3), Via Varejo UNT (VVAR11) e Suzano Papel PNA (SUZB5)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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