Setor externo ajuda a azedar desempenho da bolsa de valores

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – As declarações de um integrante do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos) quanto aos estímulos econômicos do país acabou por empurrar a bolsa de valores nesta terça-feira (12), fazendo com o que índice encerrasse o dia com sua menor pontuação em dois meses.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou a terça-feira em queda de 1,56%, aos 51.804 pontos e com um volume negociado de R$ 7,253 bilhões. Com isso, o total acumulado no mês chega a -4,52%, ao passo que a desvalorização durante o ano chega a 9,22%. No pregão de hoje, as maiores altas foram as ações da MMX Mineração (MMXM3), Light (LIGT3) e Embraer (EMBR3), enquanto as maiores baixas ficaram por conta dos papéis das empresas Banco do Brasil (BBAS3), Gol Linhas Aéreas (GOLL4) e Rossi Residencial (RSID3).

“O que azedou de certa forma o mercado hoje é o debate envolvendo o programa de estímulos dos Estados Unidos, que pode começar em dezembro”, diz o analista Pedro Galdi, da corretora SLW. “Houve queda generalizada no mercado internacional, e nossa bolsa veio pior do que as outras, também por conta da queda acentuada de Vale e Petrobras, com os investidores realizando lucros”.

O destaque do dia ficou com a declaração do presidente do escritório do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart. Em entrevista concedida à rádio Bloomberg, ele declarou que um debate sobre a redução de estímulos da autoridade monetária do país “pode muito bem ocorrer em dezembro”. A melhora recente nos indicadores do mercado de trabalho foi citada como positiva, apesar de que ainda há dúvidas se é apenas temporária. O pronunciamento fez com que o mercado apresentasse queda generalizada, e as perdas no Brasil foram mais fortes também por conta do receio dos agentes quanto à política fiscal do país.

As ações da Petrobras apareceram entre as principais perdas do dia desde o começo das negociações. Segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, isso se deve à afirmação de que o reajuste dos combustíveis não estaria na pauta da reunião do Conselho da Estatal. Além disso, o feriado brasileiro na próxima sexta-feira (15) também ajuda a afastar os investidores.

Dólar

No câmbio, a cotação encerrou o dia estável, depois de atingir o piso (cotação mínima) após duas ofertas de swaps cambiais por parte do BC (Banco Central), incluindo a realização de uma rolagem. Ao fim do dia, a cotação teve baixa de 0,04%, cotado em R$ 2,334. As negociações com a moeda norte-americana reagiram com volatilidade ao noticiário doméstico, como a queda do emprego industrial em setembro e a queda do índice de confiança das pequenas empresas norte-americanas acima do esperado em outubro.

O BC também realizou a venda de 10 mil contratos de swap cambial ofertados, no valor de US$ 497,5 milhões para o vencimento mais curto. Na parte da tarde, foi realizada uma segunda operação, relacionada à rolagem de contratos – neste caso, foram vendidos 20 mil contratos de swap cambial para a rolagem de títulos com vencimento em 2 de dezembro deste ano.

Na agenda macroeconômica desta quarta-feira (13), os agentes vão acompanhar a divulgação das vendas no varejo brasileiro, além do orçamento mensal nos EUA (Estados Unidos), a variação dos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, a produção industrial da zona do euro, o PIB (Produto Interno Bruto) do Japão e o investimento direto no exterior por parte da China. Também se aguarda um pronunciamento do representante do Federal Reserve de Cleveland, que também pode levar a uma redução no ritmo dos negócios.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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