A enquete da Veja sobre a greve é mais do que um deslize, por Rogério Maestri

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Foto: Marcelo Pinto/APlateia

Por Rogério Maestri

De forma apressada poder-se-ia dizer que a enquete da Revista Veja sobre o golpe foi causada por um acaso e distração da empresa, pois a resposta praticamente unânime de apoio à greve (96,14%) foi arrasadora e completamente contra a linha editorial da empresa, porém como nada vem ao acaso podemos concluir de outra forma (depois repuseram a enquete e por um milagre a posição que era 96% passou para 60%).A revista Veja vive não só de anúncios normais, mas como de anúncios vinculados ao Estado e mais outros “subsídios” meio espúrios do mesmo Estado.

Na revista devem existir dois grupos, um que a revista é um mero meio de propaganda política e outro em que ela é uma forma de sustento. Com a realidade econômica atual, que mesmo trocando de governo não será recuperada facilmente, o desemprego começa a ser a principal preocupação, e principalmente para aqueles que participam de meios de comunicação altamente ideologizados (tanto a esquerda como a direita).

Vários meios de comunicação que ainda são por poucos considerados alternativos, como blogs e portais, estão pouco a pouco ocupando o mercado de informação, não só os mais politizados (diferencio-os dos ideologizados!) como também os que têm um perfil mais distante de um partido A ou B. Estes meios mais independentes de partido, porém com um discurso mais aberto, que num momento como este confundimos com discurso de esquerda, estão aquecendo seus músculos para entrar na competição da grande imprensa.

Como se supõe, a chance do governo Temer cair e sejam convocadas novas eleições sobe dia a dia, caso este cenário ocorrer, a imprensa que agiu politicamente (vinculada a partidos políticos) no passado, como a Veja e a Globo, certamente terão decretado a sua falência, pois a mão amiga do Estado não se mexerá um milímetro para ajuda-las, muito pelo contrário poderá, se for inteligente, provocar um bloqueio de anunciantes para precipitar a falência desta imprensa partidarizada.

Os grupos internos tanto da Veja como da Rede Globo já devem estar pensando no futuro, e aqueles que dependem dos órgãos de comunicação para alimentarem seus filhos começam a ficar preocupados com este sombrio futuro.

Vejam vocês, o próprio Reinaldo Azevedo, que acima de tudo não é burro, está delimitando a sua ação, ou seja, um discurso neoliberal e de direita, que sempre terá mercado, e tentando aos poucos descolar a sua imagem de uma postura desvinculada a políticos e partidos específicos, pois quem estiver agarrado a Temer e seus comparsas não haverá mercado para eles.

A redação da Veja não deve ser controlada com pulso de ferro como é a redação da Rede Globo, e um de seus expoentes está tentando mudar o seu caminho, logo para fortalecer um caminho alternativo um grupo interno mostra para o outro grupo que a adesão pura e simples a um governo, que é um verdadeiro Iogurte fora da refrigeração, prazo de vencimento curtíssimo, pode comprometer o futuro profissional de muitos.

Vários profissionais das redações de diversos jornais, revistas e TVs já foram demitidos, e estão com dificuldades materiais claras, provavelmente as reservas chegando ao fim, logo o fantasma do desemprego não é um fantasma irreal, é um monstro que existe, e internamente vai se começar a ver isto mais e mais a cada aumento na possibilidade do governo cair.

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Redação

6 Comentários

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  1. Analisemos pelo lado dos

    Analisemos pelo lado dos empregados dessas empresas, que podem ser demitidos: 1.000, 2.000? Talvez nem tanto. Analisemos pelo lado da massa que foi demitida pela inconsequência dessas empresas às quais eles servem: Milhões. Custo benefício se essas empresas quebrarem, positivo, muito positivo. Então….

  2. Vai ser difícil essas

    Vai ser difícil essas empresas se recuperarem… produtos como a revista “Veja” e a subdivisão “Globo News”, os nomes de seus donos, diretores e empregados estão marcados para sempre. Mesmo que mudem os nomes das firmas, que mudem de firma essas pessoas já mostraram não suas irresponsabilidades – seus nomes são bem conhecidos – mas sim suas inconsequências, suas faltas de consciência do papel da imprensa em democracias e, mais que isso, suas faltas de compromisso com o estabelecimento de um país soberano, justo e próspero. Responsáveis e inconsequentes, as pessoas que vem tocando as firmas de mídia – de elegantes e milionários Marinhos, moleques como Frias a vociferadores proletários como Marco Antonio Villa, Joice Hasselmann, Raquel Sheherazade e Reinaldo Azevedo jogaram suas credibilidades no lixo. A lista é grande e vai desde comedidos omissos a descontrolados xingadores. Mudem para Miami.

    1. André, a cada instante a posição da direita muda conforme ……

      André, a cada instante a posição da direita muda conforme a política de alianças para preservar o golpe, quem é descartado hoje na semana que vem poderá ser aliado, o exemplo do que o senhor chama o “poodle raivoso”, o que ele tenta preservar não é A ou B, mas sim o golpe e a destruição das conquistas dos trabalhadores, o resto é perfumaria.

  3. Uma coisa e ter lado e outra é não ter ética

    Se for para demitir funcionário sem ética, mandem ontem para rua. 

    Tenho 33 anos e ainda ei de ver essas duas empresas abrindo falência. Aliás ela e toda a imprensa golpista.

    Com certeza as péssimas ações midiáticas provocadas por estes “profissionais” mandaram milhões para o olho da rua, a lei do retorno um dia vem.

     

  4. Uma coisa e ter lado e outra é não ter ética

    Se for para demitir funcionário sem ética, mandem ontem para rua. 

    Tenho 33 anos e ainda ei de ver essas duas empresas abrindo falência. Aliás ela e toda a imprensa golpista.

    Com certeza as péssimas ações midiáticas provocadas por estes “profissionais” mandaram milhões para o olho da rua, a lei do retorno um dia vem.

     

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