Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
[email protected]

A entrevista de Haddad à Jovem Pan e a Imprensa, por Aldo Fornazieri

A entrevista que o prefeito Fernando Haddad concedeu à Jovem Pan alcançou grande repercussão e, invariavelmente, foi classificada pela maioria dos analistas como um “massacre”, uma “surra” aos entrevistadores Rachel Sheherazade e Marco Antônio Villa. A entrevista, de fato, pode ser considerada histórica por três motivos: 1) Pela coragem, mérito, lucidez e competência política e técnica do prefeito Haddad; 2) Pelo despreparado dos entrevistadores e, 3) Por expor com crueza o caráter anticívico e anticidadania de setores da imprensa. 

Quem ouviu a entrevista não tem dúvida acerca do preparo e da competência política e técnica de Haddad. Além disso, enfrentou com coragem, sem concessões e sem tergiversações, a hostilidade dos entrevistadores. Normalmente, no Brasil, muitos políticos capitulam ao embate franco, sincero e transparente de ideias e posições. Outras vezes, quanto apertados, eles buscam argumentos mentirosos para sustentar o insustentável. Para ser autêntico, algo que deveria ser um dever, no Brasil, dado o grau de degradação da política, requer coragem. Ao invés de buscar autojustificações, algo de moralidade duvidosa, o prefeito teve a humildade de reconhecer as razões e as circunstâncias que fazem com que parte dos paulistanos não aprove a sua administração.  

 Mas Haddad vem mostrando coragem singular também nas suas atitudes práticas como prefeito. Ele faz aquilo que precisa ser feito, sem considerar as consequências eleitorais de suas ações e medidas, mas o bem coletivo que elas podem produzir para o presente e para o futuro da cidade. No Brasil, infelizmente, o interesse e o cálculo eleitoral e o proveito pessoal passaram a comandar as atitudes de muitos políticos e dos governantes. Decorre daí a crise de governança e a corrupção. Ampliar os corredores de ônibus e as faixas exclusivas, implantar as ciclovias e as ciclofaixas,  criar o programa Braços Abertos e viabilizar o programa Transcidadania, entre outras ações, requereu coragem política para enfrentar críticas, incompreensões e preconceitos vindos de várias direções.

Que essas críticas, incompreensões e preconceitos venham do senso comum, é compreensível. Mas que venham de jornalistas, historiadores, setores da imprensa e pessoas bem formadas e informadas, é injustificável. Injustificável, porque esses programas têm um sentido civilizador e humanizador da cidade, que vive brutalizada por tantas atitudes anticívicas e anticidadania promovidas por um capitalismo predador e pela especulação inescrupulosa de muitos que preferem o ganho egoísta e rápido a qualquer custo do que uma cidade  mais civilizada e com pessoas mais felizes. O fato é que se perdeu uma dimensão que era cara ao pensamento político grego antigo: uma cidade só será justa se souber combinar a prosperidade material com os bens morais.

Haddad teve que enfrentar com um silêncio perseverante e militante várias vicissitudes. Já no início de seu governo eclodiu a crise das manifestações de 2013. Mas o pior foi a ação persecutória do Tribunal de Justiça (inédita no Brasil), que adiou por um ano a atualização da Planta Genérica de Valores do IPTU, prejudicando vários serviços públicos da cidade e a implantação de novas creches. A cidade e seus cidadãos foram prejudicados por um Tribunal que deveria ser o guardião da Lei, justamente porque Haddad cumpriu a lei e fez o que ela manda.

Haddad também cumpre a lei quando amplia os corredores e faixas exclusivas para os ônibus e implanta as ciclovias e as ciclofaixas, pois são determinações do Estatuto das Cidades e do Plano Nacional de Mobilidade Urbana. Por cumprir a lei, por adotar medidas que tornam a cidade melhor, sofre a incompreensão de muitos e a ação persecutória implacável de setores da imprensa, como ficou evidenciado na entrevista da Jovem Pan.

Imprensa Anticívica

O despreparo dos entrevistadores de Haddad não se deveu a uma mera falta de inteligência ou de capacidade. Deveu-se a uma determinação má, informada pela intensão de destruir aquilo que o prefeito representa. Ser contra as ciclovias, à prioridade ao transporte público e aos programas humanizadores são aspectos de  algo mais amplo que se incorporou à prática de uma fúria destruidora e selvagem de setores da imprensa.

Não resta dúvida de que os maus políticos devem ser criticados e de que os corruptos devem ser combatidos. As defasagens e os déficits de cidadania da sociedade brasileira têm como seus principais responsáveis os partidos e os políticos. Mas o negativismo destrutivo de setores da imprensa em nada contribui para melhorar as nossas instituições democráticas. Essa constatação foi feita por um representante da grande imprensa que contribuiu com o debate público acerca da relação entre imprensa e democracia.

Em artigo publicado no Estadão, Fernão Lara Mesquita escreveu o seguinte: “Se um órgão de imprensa terceiriza a orientação política de sua cobertura para o segundo escalão e não tem, nem como exemplo, o que propor nesse debate; se se limita a repassar pensamentos e declarações alheias até quando denuncia ‘malfeitos’ a que lhe ‘dão acesso’, uns para atingirem os outros, os atores desse jogo de poder viciado a que ficou reduzida nossa vida política; se se restringe a uma crítica ‘moral’ dos atores do nosso drama político, mas se mostra incapaz de uma crítica técnica e propositiva das instituições que, uns como vítimas outros como agentes, inevitavelmente os entorta a todos; ele se estará condenando a ser conduzido por suas fontes, em vez de conduzir seus leitores, e acabará sendo confundido com elas. É o que explica por que a imprensa, parteira de reformas, tem ficado cada vez mais entre os apedrejados nas manifestações de seus potenciais leitores quando estes vão às ruas exigir reformas contra tudo quanto, no debate político nacional, ‘não os representa’”.

O sentido geral das observações de Mesquita está correto. Questionou-se, no entanto, a pretensão de atribuir à imprensa o papel de “conduzir seus leitores”. O sentido que esta expressão adquire no artigo não está muito claro. Mas, não sejamos mais realistas que o rei. Toda a imprensa, hoje, seja a grande imprensa ou as mídias alternativas, de alguma forma, quer participar da formação da opinião pública, o que pode ser entendido como “conduzir seus leitores”. Portanto, toda a imprensa está, de uma forma ou de outra, enredada inapelavelmente com determinados compromissos e direcionamentos. Ou seja: não há imprensa neutra.

A informação é também formação ou deformação. A questão então se desloca para dois outros pontos: 1) Para a falta de imparcialidade e para a manipulação  que setores da imprensa produzem. Parece ser legítimo que um determinado veiculo de imprensa possa não ser neutro, mas precisa ser imparcial no fornecimento da informação ao público, não podendo valer-se da manipulação; 2) Para os compromissos com a democracia, com o Estado de Direito e com os Direitos Humanos que a imprensa deve expressar. Com efeito, nas sociedades democráticas é inconcebível que a imprensa não assuma compromissos com esses valores e princípios. Em relação à gestão do prefeito Haddad, o que mais se vê é a falta de imparcialidade e a manipulação, ações que, como se deduz das observações de Mesquita, mais contribuem para a destruição da institucionalidade democrática da cidade do que para a boa informação.

Aldo Fornazieri – Cientista Político e Professor da Escola de Sociologia e Política

Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

57 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. TJ de SP? Ah, sei…

    “Haddad teve que enfrentar com um silêncio perseverante e militante várias vicissitudes. Já no início de seu governo eclodiu a crise das manifestações de 2013. Mas o pior foi a ação persecutória do Tribunal de Justiça (inédita no Brasil), que adiou por um ano a atualização da Planta Genérica de Valores do IPTU, prejudicando vários serviços públicos da cidade e a implantação de novas creches. A cidade e seus cidadãos foram prejudicados por um Tribunal que deveria ser o guardião da Lei, justamente porque Haddad cumpriu a lei e fez o que ela manda.”

    Está explicado. O TJ de SP é um antro de patifes, reacionários, sem o menor compromisso com a Lei que deveriam defender.

    1. 1.O IPTU de São Paulo está

      1.O IPTU de São Paulo está altissimo, a renda da maioria dos moradores não aumentou na mesma proporção.

      2.Há uma ABSURDA isenção para 1,5 milhão de propriedades ditas de pobres MAS rara é a casa que não tem carro, esse paga IPVA e outros impostos e taxas, o “”pobre”” toma cerveja de engradado, tem TV de tela plana do ano, porque tem que ser isento de IPTU??  Ele usa a rua, o lixo, pode pagar nem que seja modica quantia, sou contra isenção por principio.

      1. Tá explicado

        O Sr. está dizendo que o IPTU está altíssimo mas propõe que os mais pobres que são isentos deveriam pagar o IPTU.

        Portanto está defendendo que os mais pobres paguem para reduzir o IPTU dos mais ricos.

        És um Robin Hood às avessas então…

        Tá explicada sua raiva do Haddad.

        1. Meu caro Ruy, não mude minhas

          Meu caro Ruy, não mude minhas palavras. Eu sou contra coisa DE GRAÇA. Esses proprietarios de imoveis isentos, por definição não são pobres. Pobre muito pobre não tem imovel, esse isento é um pobre mais ajeitado, a chance que ele tenha carro é de 90%, não pode pagar 200 Reais por ano de IPTU? Ele usa a rua e tem seu lixo coletado, alem de iluminação publica, portanto ele dá despesa ao municipio.

          O problema do IPTU não é dos ricos, esses pagam sem problema. É da CLASSE MEDIA, há em São Paulo milhões de aposentados cuja renda não cresce mais que o salario minimo, a casa pode ter valorizado mas a renda não.

          O IPTU é sobre o valor do imovel, desconsiderando a renda do proprietario. Pode-se chegar a absurdos nesse criterio.

           

          1. Sem mudar nenhuma palavra do

            Sem mudar nenhuma palavra do que escreveu o sr. André, podemos (re)afirmar que ele realmente não ouviu a entrevista do Prefeito de São Paulo, e dizer que, o mesmo sr., tem ouvido o borburinho das trevas que nos balbucia sistematicamente, só porque nós estamos aqui para falar sobre o que ouvimos, aqui e ali.

            Assim fica difícil imaginar o fim dessa ‘idade média’ que mergulhamos cada vez mais!

            A meritocracia realmente é meuzovo!

             

          2. Foco totalmente equivocado

            O problema de São PAulo é que os ricos, sejam pessoas físicas ou jurídicas pagam muito menos impostos do que deveriam. Além dos grandes imóveis serem subavaliados, a tabela não tem progressão suficiente.

            Quem está recebendo algo de graça, Sr. Araújo são os ricos. Eles são os parasitas sustentados por essa classe média e esses aposentados que o Sr. cita.

            Falácia dizer que pobres não tem casa. Muita gente tem um imóvel pequeno, comprado a duras penas. Essas pessoas não sãop parasitas, Sr. Araújo. Eles pagam impostos e muitos impostos. Na verdade quem mais paga impostos no Brasil são os pobre. Mas são impostos indiretos. Os pobres pagam impostos em tudo o que cosomem. A maior parte da arrecadação de ISS da prefeitura é sobre serviços pagos pelos pobres. Os ricos pagam impostos que são proporcionalmente muito menores do que os que incidem sobre os pobres. 

            Ridículo esse papo furado insinuando que os pobres são VAGABUNDOS que obtém alguma coisa de graça do Estado. Quem espolia o Estado, quem rouba, corrompe e SONEGA IMPOSTOS sao os ricos.

            Seu foco é totalmente equivocado. Se o Sr. é contra alguém obter algo de graça, olhe para os estratos mais privilegiados da sociedade  e não o contrário, como está fazendo.

          3. É comprovado que o sistema

            É comprovado que o sistema tributário brasileiro é regressivo, os ricos pagam proporcionalmente menos impostos. 

            O senhor precisa se informar melhor.

  2. O Aldo é um excelente

    O Aldo é um excelente articulista e sempre assino embaixo de suas materias. Mas está faltando critica neste post, é muito elogio, ninguem é tão bom na politica. Faço a minha critica: a politica de CICLOVIAS é de uma irracionalidade absoluta.

    Não tem logica alguma queimar uma faixa de ruas importantes para uma IDEIA que deveria ter sido muito mais debatida.

    Quebrar o canteiro central da Avenida Paulista, simbolo da cidade, para construir ciclovia é absurdo. Seria o mesmo que colocar ciclovia no centro da Quinta Avenida em Nova York, não tem nenhum cabimento, choca o senso medio dos paulistanos, quem e quantos vão andar de bicicleta na Avenida Paulista?

    São Paulo pela sua historia, formação social, demografia, geografia NÃO É CIDADE PARA BICICLETAS. Diz o Prefeito que ele está preparando a cidade para uma nova cultura de transito. Isso ele acha mas não há nenhuma evidencia de que vá acontecer. A mãe vai levar o filho ao médico de bicicleta? O aposentado, e em São Paulo há milhões, vai ao banco de bicicleta? O advogado vai ao forum de bicicleta? Nenhum desses deslocamentos tem a logica da bicicleta.

    A esmagadora maioria dos deslocamentos é para transporte casa-trabalho, depois vem mães levando filho à escola, dona de casa indo ao supermercado ou ao shopping,  aposentados indo ao médico, nenhum desses deslocamentos se faz de bicicleta, as distancias são longuissimas, a topografia de São Paulo não é plana, a tinta vermelha NAÕ elimina o risco de atropelamento, há tambem riscos de assaltos, o publico para bicicleta é pequeno e não há como aumenta-lo apenas por mudança de cultura, não se trata disso, trata-se da distancia e razão do deslocamento, que não muda por cultura.

    As ciclovias já feitas ESTÃO VAZIAS, passa uma ou outra bicicleta com um jovem, algumas ruas não passa nenhum o dia inteiro. O pior para o Prefeito que é um projeto na vitrina, todo mundo a inutilidade e o plano é de 600 quilometros, quer dizer uma mega redução de pista de rolamento para carros que em nada será compensado por deslocamentos de bicicleta, tudo isso sem falar nos gastos de 600 mil Reais por quilometro, triplo da média mundial.

    Nunca houve entre os paulistanos essa demanda por ciclovias, nunca foi uma prioridade, isso saiu exclusivamente da cabeça do Prefeito que foi à Copenhagen, cidade muito menor que SP, plana, e ficou encantado.

     

      1. Deve ser feito em relação a

        Deve ser feito em relação a que? A TV inglesa passou um documentario sobre o transito em São Paulo, com 16,6 milhões de viagens em coletivos por dia, é um dos sistemas MAIS EFICIENTES do mundo, para esse volume de passageiros.

        Cidades de tamanho costumam ter um CAOS infinitamente pior, Bankok, Djakarta, Manila, Cidade do Mexico, SP dá de dez a zero.

        Para mais e inovadoras soluções há muitas ideias de bons urbanistas, monotrilho aereo é uma delas, uma expressway em cima dos rios Pinheiros e Titê, pedagiada, podia ser por PPP, ideias e que não faltam.

        1. Primeira vez que leio que o trânsito de São Paulo é eficiente.

          Pronto, mais um Levy Fidelis com outro aerotrem…

          Dizer que o trânsito de São Paulo é eficiente é dar uma bofetada na cara de quem perde horas e horas de sua vida no trânsito, seja em automóveis ou no transporte público.

          Só quem nunca pegou o metrô da linha vermelha no horário de pico pode falar um disparate desses.

          Mas o importante é meter o pau no prefeito… Seja como for. Até dizendo que o trânsito paulistano é eficiente e propondo aerotrem no rio Tietê.

          1. O transito é EFICIENTE dentro

            O transito é EFICIENTE dentro das condições da metropole, está longe de ser o ideal mas transportar esse volume de gente todos os dias é um grande realização. A cidade funciona, as pessoas chegam onde querem, quando há uma greve mesmo parcial de transporte coletivo se vê como a normalidade é valiosa.

          2. Conversa mole para boi dormir…

            Em que mundo o Sr. vive? as pessoas chegam sim, após duas a três horas de deslocamento por dia.

            O Sr. confunde dois conceitos. Um é funcionar, outro é ser eficiente. Muita coisa ineficiente funciona. Com desperdício, mal e porcamente, mas funciona.

            E o trânsito de São paulo nem ao menos funciona. Conheço pessoas que perderam negócios e até recusaram empregos porque o trânsito inviabilizava. Vive-se como se pode, seria pior sem os ônibos, seria pior também se estivésemos sendo bombardeados por uma força aérea inimiga. Sempre se pode piorar, isso não é argumento.

            O trânsito de São Paulo é ineficiente, a mobilidade urbana é péssima e impacta muito negativamente o padrão de vida da ampla maioria da população. Somente os poucos privilegiados que não perdem horas e horas de suas vidas todos os dias é que podem dizer essa sandice de que o trânsito de São Paulo é eficiente.

          3. O trânsito de São Paulo é

            O trânsito de São Paulo é ótimo. Quando o sujeito morre depois de uma vida de crimes e insensatez, ele é mandado para lá, para pagar os pecados. Lúcifer nunca teve uma ideia tão genial…

            Se São Paulo não é uma cidade para bicicletas, muito menos é uma cidade para automóveis.

            ********************************

            ESTATIZAÇÃO DAS EMPREITEIRAS, JÁ!!!

    1. Evidentemente o André Araujo

      Evidentemente o André Araujo não ouviu a entrevista do Haddad na Jovem Pan, na qual ele respondeu a todas as objeções aqui colocadas contra as ciclofaixas em SP. Desde a “falta de demanda” até o custo inventado de 600 mil por km.

      Comentários como esse são emblemáticos do momento atual, em que se repete como papagaio as insanidades de alguns “jornalistas”, sem gastar um segundo para ouvir as explicações. 

    2. Andre, sai do seu mundo e

      Andre, sai do seu mundo e vera que existe sim a muito tempo a demando por qualidade de vida. A ciclovia é só um dos elementos que pode tornar a vida nacidade um pouco mais proxima do humano. Não se trata de uma questão economica e sim de bem estar, exercicio, despoluição, revegetação.

      Quem só pensa, ciclovia=menos espaço para meu carro, precisa ampliar seu conhecimento sobre os seres humanos. 

    3. “Não tem logica alguma

      “Não tem logica alguma queimar uma faixa de ruas importantes para uma IDEIA que deveria ter sido muito mais debatida.”

      Na verdade a questão das ciclovias foi bastante debatida. Venho participando de debates sobre o assunto desde a década de 80, há trinta anos portanto, quando mudei-me do interior para São Paulo. E nem era uma questão nova na época. Não faltou debate durante esse tempo, faltou ação.

      Uns poucos quilometros de ciclovias foram implementados em espaços marginais, sempre com cuidado de não tirar espaço dos carros que ao longo desse tempo todo ocuparam mais e mais espaço público nas vias da cidade, sem que houvesse melhora do trânsito. Muito pelo contrário, a situação nunca parou de piorar durante essas três décadas em que as ciclovias eram debatidas e apenas debatidas. Boa parte das poucas ciclovias construídas na capital paulista ficam em locais de difícil acesso e sem finalidade prática de transporte, como é o caso da ciclovia construída às margens do rio Pinheiros.

      Haddad foi eleito com a proposta de valorizar as biclicletas como transporte público e é o que ele está fazendo. Debateu-se muito, votou-se e a proposta vencedora está sendo implantada. Não tem cabimento esse mimimi de que a proposta deveria ser mais debatida.

      “Quebrar o canteiro central da Avenida Paulista, simbolo da cidade, para construir ciclovia é absurdo. Seria o mesmo que colocar ciclovia no centro da Quinta Avenida em Nova York, não tem nenhum cabimento, choca o senso medio dos paulistanos, quem e quantos vão andar de bicicleta na Avenida Paulista?”

      Foi dito o mesmo quando a Avenida Paulista foi alargada. Um Absurdo! Mas um absurdo por quê? Por acaso a Avenida Paulista não sofreu intervenções urbanísticas e viárias ao longo de sua existência? Não foi construído um túnel perto da esquina com a rua da Consolação? Esse túnel também foi um absurdo? Ou o túnel não é um absurdo porque atende aos automóveis (e só aos automóveis)? Essa é uma questão para se pensar.

      Não posso dizer quantos vão andar de bicicleta na Avenida PAulista, mas posso dizer que serão muito mais do que os que andam hoje no meio dos carros com risco de atropelamente. Aliás já houve muitos atropelamente de ciclistas na própria avenida, com mortes e mutilações. Eu mesmo nunca pensei em ir de bicilcleta para o trabalho por temer os riscos no trânsito, com a ciclovia já considero a hipótese de usar essa modalidade de transporte como alternativa ao lotadíssimo metrô.

      São Paulo pela sua historia, formação social, demografia, geografia NÃO É CIDADE PARA BICICLETAS. Diz o Prefeito que ele está preparando a cidade para uma nova cultura de transito. Isso ele acha mas não há nenhuma evidencia de que vá acontecer. A mãe vai levar o filho ao médico de bicicleta? O aposentado, e em São Paulo há milhões, vai ao banco de bicicleta? O advogado vai ao forum de bicicleta? Nenhum desses deslocamentos tem a logica da bicicleta.

      O que não tem nenhuma evidência é sua afirmação peremptória de que São PAulo não é cidade para biciletas, gritada com maísculas garrafais. Evidências de que reservar espaço público para modalidades alternativas de transportes faz parte do processo para se criar uma nova cultura existem em muitas cidades do mundo, com experiências em quantidade suficiente para embasar a afirmação do prefeito.

      O Sr. seleciona alguns casos onde a bicicleta não é alternativa de transporte, mas deixa de fora todos os outros. É o aposentado, a mãe, o advogado. Mas então responda, os estudantes iriam à escola de bicicleta? OS trabalhadores do comércio (vendedores e balconistas) iriam ao trabalho de bicicleta? Os bancários iriam? E os engenheiros? Quem vai apenas dar uma volta na Avenida Paulista ou fazer compras no centro iria de bicicleta? E os contínuos, que viraram moto-boys, poderia uma parte deles, que fazem deslocamentos mais curtos entre os escritórios do centro, Av. Paulista, Faria Lima, etc, utilizar bicicletas em vez de motocicletas reduzindo a poluição e o risco de vida que hoje correm transitando entre os carros? Sim o Sr. pode citar vários casos de pessoas que não podem ir de bicicleta e vão se beneficiar indiretamente através da redução dos carros nas ruas e eu posso citar vários casos de pessoas que podem sim usar a bicileta.

      “A esmagadora maioria dos deslocamentos é para transporte casa-trabalho, depois vem mães levando filho à escola, dona de casa indo ao supermercado ou ao shopping,  aposentados indo ao médico, nenhum desses deslocamentos se faz de bicicleta, as distancias são longuissimas, a topografia de São Paulo não é plana, a tinta vermelha NAÕ elimina o risco de atropelamento, há tambem riscos de assaltos, o publico para bicicleta é pequeno e não há como aumenta-lo apenas por mudança de cultura, não se trata disso, trata-se da distancia e razão do deslocamento, que não muda por cultura. As ciclovias já feitas ESTÃO VAZIAS, passa uma ou outra bicicleta com um jovem, algumas ruas não passa nenhum o dia inteiro. O pior para o Prefeito que é um projeto na vitrina, todo mundo a inutilidade e o plano é de 600 quilometros, quer dizer uma mega redução de pista de rolamento para carros que em nada será compensado por deslocamentos de bicicleta, tudo isso sem falar nos gastos de 600 mil Reais por quilometro, triplo da média mundial.”

      O que o Sr. está citando vai contra os estudos sérios realizados nas grandes cidades do mundo, muitos São Paulo especificamente. É chute, sua impressão pessoal que vai contra os dados científicos.

      A maior parte dos deslocamentos na cidade são curtos, principalmente os realizados nas regiões mais congestionadas. Existe sim o deslocamento de grande distância, cujo maior exemplo é a Zona Leste com a Radial Leste sendo seu ponto mais emblemático. Para esse tipo de deslocamento outras soluções são apresentadas. Mas mesmo essas vias congestionadas com o deslocamento de longa distância são sobrecarregadas por pessoas fazendo deslocamentos de curta distância que poderia ser feito com biciletas, desafogando o trânsito para os demais.

      Há grandes áreas planas em São PAulo. Se não é uma cidade completamente plana, tampouco é montanhosa. Existem bicicletas com motores elétricos auxiliares que permitem vencer grandes trechos de aclive com a mesma facilidade do deslocamento em terreno plano e a volta é descida. A tinta vermelha reserva o espaço e ordena o trânsito. Não elimina o risco de atropelamento mas o reduz ao mesmo risco que o pedestre sofre quando anda na calçada ou atravessa a rua. O que impede um carro de passar o sinal vermelho e atropelar um pedestre na faixa de pedestres é o mesmo que impede o carro de avançar na ciclovia e atropelar um ciclista. Então o Sr. Propõe que paremos de usar semáforos e faixas de pedestres porque seriam inúteis? Isso sim é um absurdo!

      Muita gente reclama que as ciclovias ficam vazias porque ninguém quer andar de biclicleta. Nada mais enganoso. Muito pelo contrário, ninguém quer anadar de bicilceta porque é perigoso. A partir do momento em que as ciclovias dão segurança ao ciclista as pessoas começam a considerar a hipótese de usar esse transporte. Calculam o tempo de deslocamento, ajustam suas rotinas, compram as bicicletas, acostumam-se com elas. Não é uma coisa que aconteça de uma hora para outra, mas sem as ciclovias jamais vai acontecer.

      “Nunca houve entre os paulistanos essa demanda por ciclovias, nunca foi uma prioridade, isso saiu exclusivamente da cabeça do Prefeito que foi à Copenhagen, cidade muito menor que SP, plana, e ficou encantado.”

      Completamente errada sua afirmação. Como afirmei no primeiro perágrafo dessa resposta, desde que mudei para São Paulo, há 35 anos, tenho participado de debates e acompanho a demanda intensa por ciclovias.

      Talvez no meio que o Sr. frequente não haja essa demanda, mas existe há muito tempo sim, apenas nunca teve espaço porque o automóvel sempre foi estimulado e glamourizado, recebendo sempre a mais alta prioridade por parte do poder público. Basta olhar o intenso uso de motocicletas em São Paulo, que é acompanhado com taxas altíssima de acidentes e fatalidades com esse veículo, que no entanto ainda estão bem abaixo, em valores relativos, às fatalidades que ocorrem com bicicletas.

      O pior mesmo é sua falácia “ad hominem” contra o prefeito. Ele não é burro e muito menos um deslumbrado como sua vergonhosa mentira tenta fazer crer. Haddad é um político sério e o projeto das ciclovias tem base científica que ele apresenta em todas as ocasiões onde tem oportunidade de apresentar o projeto com tempo e espaço suficiente para apresentar os dados de que dispõe. Ele foi eleito com essa proposta, apresentando os mesmos argumentos e está apenas cumprindo aquilo que propôs na campanha, foi votado e venceu a eleição.

       

       

       

       

    4. André, uma cereja do bolo, parabéns – o que você faz por aqui?

      André, vc sabe que uma cereja de bolo é um enfeite, uma exceção. Você tem coragem, e, mais do que isso, continuar neste Posts do Dia (masoquista como eu?). Concordo com você. Há gentes que não suportam o diferente, o senso comum, o “moderno”, a imitação de uma Berlin, de uma Estocolmo, de uma Copenhague. Sobre Aldo, o conheci ligeiramente , ele era jovem. Bate numa tecla que deve ser batida, mas enche o saco, não é bemquisto pelas gentes do Posts do Dia, sabedores iluminados. Irmandade. Copiadores do que vem de fora, não têm cabeça própria (exceções de sempre). Ciclovias são pro que eles logo chamam de coxinhas, envaidecidos ao julgarem (como me envaideço em julgar, todos julgam, temos cabeça pra julgar, como diz um personagem ao retrucar um jovem que subiu à montanha mágica, pretendendo-se neutro. Parabéns.

    5. Andre Motta Araújo, o bipolar

      Como Motta Araújo, ele escreve umas coisas até lúcidas, tanto que é um dos comentaristas favoritos do Nassif. Dia sim, dia não (às vezes no outro também), tem Motta Araújo no blog.

      Mas como Andre Araujo ele detona tudo que ele mesmo escreve, com maestria.

      Queria saber como ele consegue administrar isso de escrever ora uma coisa como Motta Araujo, ora outra como Andre Araujo – às vezes no mesmo dia, nunca reparei se consegue essa proeza no mesmo post.

      Só consigo pensar no Golum/Smeagol, do Senhor dos Aneis…

    6. Post de valter Caldan diretor da arquitetura do Mackenzie

      O comentário é sobre o administrador de NY que disse que levou 6 anos o que fez se em 2 em São Paulo.

       

      Nesta era do apontadedo que adentramos, onde um justifica seu erro apontando o erro do outro, é bom de quando em vez ouvir falar de acertos, e quem sabe aprender com eles.
      Sem contar que o sotaque estrangeiro acalma alguns espíritos e faz tudo parecer mais correto para outros.

      O problema com nossas ciclovias não é se estão ou não bem planejadas.
      Isto faz realmente muito pouca diferença, há um grau de obviedade grande na sua implantação e questões pontuais devem ser apontadas e corrigidas, e não usadas nesta já enfadonha pré-campanha eleitoral.
      … 
      Assim como é incorreto dizer que elas estão estrangulando os automóveis, visto que em boa parte elas estão sendo implantadas em vagas, não em faixas de circulação. E a política de eliminar vagas para desestimular o uso de automóveis é mais velha que andar pra frente (ou seja, desde quando isso era possível).

      A questão que envolve as ciclovias/faixas é se as queremos ou não, a ser discutida dentro de uma conversa maior que é: qual a cidade que queremos? E quanto cada um de nós está disposto a mudar, a doar, a se adaptar, para termos uma cidade melhor para todos, inclusive para nós mesmos.

      Como sair do colapso em que o modelo rodoviarista disperso segregador do século XX nos colocou? Quais modelos adotar? Qual o real papel da mobilidade, do transporte e do trânsito neste novo modelo? 
      A quem serve e interessa a mobilidade, a quem serve e interessa o transporte e a quem serve e interessa o trânsito? 

      Qual o papel de cada um destes fundamentos – que definitivamente não são a mesma coisa – da cidade contemporânea no futuro desta mesma cidade e na cidade do futuro? Quais os objetivos e os efeitos desejados? É esta conversa que é preciso ter. O Plano Diretor a começou, o zoneamento a esta empalidecendo, gravemente.

      Quanto às ciclocoisas, estas começaram a ser planejadas há 20 anos pelos técnicos da prefeitura, que para surpresa de muitos aqui, são em geral muito bem qualificados e sabem muito bem o que fazem… Porém, como todos nós, são muito pouco ouvidos.

      Algumas ruas foram fechadas em finais de semana pela Marta, outras tantas mais pelo Kassab que, inclusive, foi quem começou o demarcação de ciclovias pela cidade, em projetos teste ligados a lazer nos finais de semana. E quem mora em pinheiros ou na vila leopoldina e tem compromissos depois da ponte sabe bem o quanto elas já “atrapalhavam” desde então o horário do almoço de domingo. Portanto, isto vem acontecendo há pelo menos dez anos.

      Fora o fato de que nas regiões periféricas a bicicleta nunca deixou de ser um modal importante de transporte, mas a cidade dita consolidada, o entre rios, o redescobriu via França, Dinamarca e Holanda, não via Capão Redondo ou cidade Tiradentes. E aí cabe a pergunta. Quantas horas de dia claro, quantos dias de neve ou frio intenso (mesmo!), temos nestes países? Será que dá para usar a bicicleta lá de noite e no inverno?

      Enfim, o debate continua aberto.

    7. Há tempos não lia um

      Há tempos não lia um comentário tão irracional, provinciano e ignorante.
       

      “Quebrar o canteiro central da Avenida Paulista, simbolo da cidade, para construir ciclovia é absurdo. Seria o mesmo que colocar ciclovia no centro da Quinta Avenida em Nova York, não tem nenhum cabimento, choca o senso medio dos paulistanos, quem e quantos vão andar de bicicleta na Avenida Paulista?”

      São Paulo é uma cidade feia e caipira, seus cidadãos uns desinformados(tipo de pessoa que comparar São Paulo a Nova Iorque). A cidade é feia, bagunçada e caipira justamente pela mentalidade de sua população. Só poderá haver ciclovias em SP no dia em que colocarem uma ciclovia no meio da quinta avenida em NI, esse é o cúmulo do comentário colonizado e sem noção.

      “São Paulo pela sua historia, formação social, demografia, geografia NÃO É CIDADE PARA BICICLETAS. Diz o Prefeito que ele está preparando a cidade para uma nova cultura de transito. Isso ele acha mas não há nenhuma evidencia de que vá acontecer. A mãe vai levar o filho ao médico de bicicleta? O aposentado, e em São Paulo há milhões, vai ao banco de bicicleta? O advogado vai ao forum de bicicleta? Nenhum desses deslocamentos tem a logica da bicicleta.”

      Em tópico recente(sobre o juiz garantista afastado de suas funções em SP)um juiz afirmou ir trabalhar de bicicleta. Motta Araújo expressa essa mentalidade retrógrada de grande parte dos paulistanos. Qual a lógica de um comentário afirmando que a história, demografia e formação social de uma cidade é contrária a bicicletas?

      Isso vai muito além do notório provincianismo e ignorância dos paulistas, vejo fortes sinais de retardamento mental nesse comentário.

      “As ciclovias já feitas ESTÃO VAZIAS, passa uma ou outra bicicleta com um jovem, algumas ruas não passa nenhum o dia inteiro. O pior para o Prefeito que é um projeto na vitrina, todo mundo a inutilidade e o plano é de 600 quilometros, quer dizer uma mega redução de pista de rolamento para carros que em nada será compensado por deslocamentos de bicicleta, tudo isso sem falar nos gastos de 600 mil Reais por quilometro, triplo da média mundial.”

      Aqui um comentário condizente com a notória falta de conhecimento econômico do sr. Motta. A ciclovia é um caso no qual a oferta gera sua demanda. Poucas pessoas arriscarão ser atropeladas no trânsito, por isso a necessidade da criação de ciclovias seguras, de forma a estimular o uso de bicicletas. Essa pérola complementa o comentário:

      a tinta vermelha NAÕ elimina o risco de atropelamento, há tambem riscos de assaltos,

      Continua

      o publico para bicicleta é pequeno e não há como aumenta-lo apenas por mudança de cultura, não se trata disso, trata-se da distancia e razão do deslocamento, que não muda por cultura.

      Claro que é cultural, seu comentário é exemplo disso. Porque o paulista, ao contrário dos americanos, por exmeplo, joga lixo nas ruas?Não é por falta de cestos de lixo, basta ver como há muito lixo espalhado próximo dos cestos, mas por sua cultura. O paulistano é culturalmente um porco que joga lixo no chão.

      É possível mudar essa cultura da porquice?Claro que sim, mas haverá resistências, os porcos que acreditam ter o direito de jogar lixo no chão(“pago impostos para limparem”)por exemplo.

      O caso das bicicletas é semelhante, pessoas retrógradas continuarão defendendo o modelo desastroso implantado em São Paulo, por pura ignorância, alegando que essa incompetência faz parte da formação social do paulistano.

  3. Tendo ciclovias seguras os

    Tendo ciclovias seguras os que podem usarão a bicicleta deixando o transporte público livre e mais confortável para que as mães com os seus bebes e os idosos o utilizem com conforto e segurança. É assim que funciona em Londres, Paris, Rotterdam, Leeds (UK), Nova York…  

    Ai temos que lutar para a retirada das catracas e dos degraus no interoir dos ônibus.  Vida de brasileiro é de luta! 

      

    1. Cada cidade tem uma geografia

      Cada cidade tem uma geografia e uma logica urbana, Paris tem um ambiente para bicicletas, Rotterdam e Leeds não tem absolutamente nada a ver com São Paulo, Londres e Nova York tem metros de 500 quilometros e de mais de cem anos, a bicicleta é um meio absolutamente marginal e sem importancia no conjunto dos transportes.

      O ciclismo em São Paulo jmais terá a cpacidade de melhorar os demais meios de transporte, em São Paulo há POR DIA

      16,6 milhões de viagens em transportes coletivos , a bicicleta não vai afetar em 0,25% desse volume algum dia, portanto nunca será solução para nada, enquanto se distrai com esse hobby, os grandes problemas de transporte ficam onde estão, sem ideias e sem solução.

      1. Qualquer desculpa serve

        “enquanto se distrai com esse hobby, os grandes problemas de transporte ficam onde estão, sem ideias e sem solução.”

        Não é verdade. Haddad tem projetos e atuação firme em relação ao transporte público. Eu mesmo posso atestar isso e dar meu testemunho.

        Depois de várias medidas da prefeitura com a criação de corredores de ônibus, obras pontuais, mudanças de trajeto e sinalização, o tempo necessário para ir de minha casa no Ipiranga até meu trabalho na Av. Paulista caiu em mais de 40 minutos. São 80 minutos (1h e 20min) de tempo ganho no trajeto. Antes era muito mais rápido ir de metrô do que de ônibus, hoje o tempo é igual, sendo que por ter havido uma renovação na frota, o conforto nos ônibus também aumentou.

        Outra coisa, conheço muitas pessoas que vão ao trabalho de carro e em nenhum desses casos o tempo de trajeto aumentou por causa das ciclovias nem por causa dos corredores de ônibus. Eles reclamaram muoito e xingaram muito no começo, depois pedi para me dizerem na real, medindo, quanto tempo estavam demorando a mais para fazer seu trajeto e era o mesmo. Perguntei então por que eles estavam reclamando e pelas respostas ficou claro que ao estar parado no congestionamento e ver a faixa de ônibus ou a ciclovia livres, eles imaginam-se andando sozinhos na pista e passando os outros carros, mas a realidade é que se não ouvesse a ciclovia ou o crredor de ônibus o espaço estaria ocupado por carros parados e o motorista parado do mesmo jeito.

        Claro que essa experiência pessoal minha é pontual, mas os dados coletados cientificamente mostram a mesma coisa.

        Então é falso dizer que o Haddad só fez ciclovias. Me parece mais uma questão política, tem que criticar o Haddad de qualquer jeito e aí qualquer desculpa serve.

         

      2. A questão é outra andré.

        Seu raciocínio é hidráulico André

        O caso das ciclovias não é este. é mais parecido com plantar árvores no passeio.

        Não leva a lugar nenhum mas torna habitar a cidade algo diferenciado.

        Nunca este modal foi colocado como fazendo uma diferença em escala

        O fato é que ele tira lugar do carro e é isto que interessa nesta cidade enfartada de latarias.

        Entendo todo seu raciocínio que tem lógica mas não tem a ousadia de olhar a cidade de forma diversa.

        é estou pedindo mais humanidade quando olhar para esta questão.

  4. Ciclovias, no MUNDO TODO,

    Ciclovias, no MUNDO TODO, representam a unica solução viavel para o transporte de pessoas a curta distancia, tres ou quatro km, com o objetivo de descongestionar centros urbanos. Quem acha que não, só foi a passeio para Santos.

  5. Discordo. A Avenida Paulista

    Discordo. A Avenida Paulista hoje possui uma faixa de ciclistas que é aberta somente aos domingos. Um amigo meu, praticante do ciclismo como atividade física, conta que não percorre mais a Paulista porque está muito cheia de gente. Qual a razão de que isto não poderia acontecer também nos dias úteis?

    Os críticos tendem a ter um pensamento linear, do tipo: se dobrar os quilômetros de ciclovias, dobrarão a quantidade de ciclistas. Mas a amplicação de vias tem uma natureza de crescimento exponencial (o dobro de quilômetros pode criar quatro, cinco, dez vezes mais usuários). Pense que para muita gente, a viabilidade de transitar de bicicleta depende da existência de uma ciclovia da avenida mais próxima de sua casa até a avenida mais próxima do seu destino. Só que o destino comum de muitos paulistanos é a Avenida Paulista! Muitos cidadãos já tem uma ciclovia perto de suas casas, faltando uma ciclovia “na reta final” para que eles decidam deixar o carro e ir de bicicleta.

    Não tenha dúvidas, a ciclovia da Avenida Paulista vai puxar o trânsito de outras ciclovias a ela ligadas que atualmente estão vazias.
     

    1. O pessoal acima de 45 anos

      O pessoal acima de 45 anos não vê a hora de usar as ciclovias… Dizem que vão por tanquinhos de oxigênio a cada 1 km, é verdade?

      1. Pois é…

        Uma cidade deve ser pensada SÓ para jovens ou SÓ para velhos. Os arquitetos e urbanistas ainda não descobriram como resolver esse poderoso mistério, planejar uma cidade para todos.

        (Direitista se fazendo de leso sempre cola na própria testa a medalha da leseira…)

      2. O pessoal acima dos 45 está

        O pessoal acima dos 45 está louco para que a gurizada comece a usar bicicletas, para desafogar o trânsito.

        Meu carro, que é um carro pequeno, ocupa uns 9 metros quadrados, para transportar uma ou duas pessoas, muito excepcionalmente três. Uma bicicleta ocupa o quê, uns dois metros quadrados no máximo. Além de não produzir dióxido nem monóxido de carbono, coisas que não são muito legais pra quem já dobrou o cabo da boa esperança…

    2. Crítica destrutiva. Em seu

      Crítica destrutiva. Em seu primeiro parágrafo você diz laconicamente “discordo”. O texto fornece inúmeras, importantes e válidas informações. Você cita um detalhe específico e generaliza todo o conteúdo, tentando fazer com que leitores pouco habituados à leitura e compreensão de textos mais extensos acreditem que todo o texto é banal. Mais um que tenta manipular a opinião pública. 

  6. O que assusta é a ignorância

    O que assusta é a ignorância dos jornalistas. estão virando agentes fascistas de nossa sociedade.

    Ser parcial é uma coisa agora ser contra todas as medidas progressistas que se apliquem é pura defesa de suas vantagens pessoais. 

    É o caso desta entrevista, enquanto o prefeito se comporta como um exemplar republicano, o repórter parece uma fofoqueira de portal com suas opniões pautada por sua conversa de comadre.

    Parece um adulto conversando com duas crianças playboys criadas sem o minimo de senso de civilidade.

    Carcereiros falando da liberdade.

     

    PS: Campanha audiência ZERO. Desligue sua teve, boicote a mídia emburrecedora

  7. O prefeito é um homem

    O prefeito é um homem preparado, culto e com uma paciencia de Jó, o mais importante, não é o bobo que o pig está tão acostumado a lidar, ele sabe falar explicar é claro nas explanações, isso o torna o alvo p´referido da midia daqui para a frente por que se deixarem esse vai longe, e chega em Brasilia.

  8. Cada vez mais pessoas

    Cada vez mais pessoas lúcidas, éticas e inteligentes estão trazendo à tona a postura antidemocrática da grande mídia brasileira. Tudo isso há de ser muito útil para se implementar finalmente a regulação econômica da mídia.  

  9. Meu candidato preferido para

    Meu candidato preferido para 2018.

    Com o apoio luxuoso do Lula e Dilma.

    Coitados do Serra ou Aécio nos debates.

    Na boa, o Haddad é o nome para 2018.

  10. Com Haddad e seu desequilíbrio os militares voltam depressa

    Haddad é um desequilibrado que caiu de paraquedas na Prefeitura de Sanpaublo. Se houvesse galgado passo a passo não teria chegado lá, talvez por ter algumas boas intenções, por um radicalismo necessário, entretanto, pela mesma razão, não tem equilibrio e nem preparo (e nem malicia) para estar onde está, por isso a baixa popularidade e por essas ações (ciclovias, bolsa-travesti etc) consideradas amalucadas pelo eleitor paulistano. Haddad está condenando ao fracasso, haja vista como ele “ajudou” Dilma e Padilha na eleição… Se Dilma já está de quatro, apoiar Ahddad para presidente é pedir a volta dos militares em tempo recorde. Haddad não está preparado para SP e para o Brazil, e estes não estão preparados para Haddad. Acho que o PT, a esquerda, têm que encontrar um nome mais capaz e conciliador, pois a soberba pós-graduada, com mestrado e tudo mais desse Prefeito, é o que o afunda. Goverrnar é ouvir, é ceder também. Para dar um exemplo tosco, ele em vez de compreender a situação dos pais de uma escola onde uma juíza paulistana mandou remover a ciclovia por gerar perigo para os alunas, ele vai “enfrentar”, “recorrer”, “não vamos recuar”, coisas de gente assoberbada, como muitos paulistanos típicos que são amiúde criticados aqui no blog.

    Como alguém postou aqui mesmo, é uma pena que críticas a esse Prefeito Haddad não sejam bem vindas por aqui. Mas a democracia tem defeitos.

    O abraço amigo,

    Esquerda Wolwer.

     

     

    1. Bússola com catupiri

      Quanto mais os coxinhas se descabelam atacando o Haddad feito cachorros loucos, mais eu gosto dele…

      A coxinhada vale por uma bússola com catupiri… Para onde eles apontarem, o caminho é do lado oposto.

  11. Outro que não aprendeu a votar nem pensar….

    “Ser contra as ciclovias, à prioridade ao transporte público e aos programas humanizadores…”

    e contra bolo de fubá e carne de panela…. que é isso? 

    O que se é contra é à falta de planejamento com ações atabalhoadas, sem discussão e com viés ideológico como o artigo escrito! Ou cicloFAIXAS para carroças de ambulantes (e algumas raras bicicletas) feitas como foram feitas é o correto, mal planejado e mal feito só porque é a intenção foi boa é justificativa para um projeto mal feito?

  12. Parabéns a André Araújo, uma cereja do bolo

    mais abaixo deixo um comentário pra ele. O povo detesta a diferença. Masoquistas ou sei lá vêm ao Posts do Dia. Raro é quem pensa comcabeça própira, quem foge ao senso comum (ver fora de pauta hoje). Não sei o q tô vindo aqui pela terceira vez, acho que é falta do que fazer, solidão, ou uma ilusória militância, mas o rebanho, os crentes, falam mais alto e forte.

  13. ah, Aldo bate em tecla, mas discordo de algumas

    na pressa acho q sobre Andre´Araújo o q botei, acho q dei a entender q sou anti PT. Não. Acabo de falar com antigo alto militante do PT RS,um dos torturados q não mudou de lado,e concordamos q é um erro crasso,um infantil esquerdismo criticar Dilma,mesmo q sob tiroteio da oposição.Parte das bases e de direigentes estão caindo no jogo da oposição,estão se encontrando(quando os opostos se encontram).Dilma deve ter capas pretas q não aparecem, nem devem aparecer – isso é elementar.E não precisam de defesas e contraataques.A população não tá nem aí, a não ser uma classe média,ou uma parte,e creio q por aki há essa parte (dar demasiada importância aos tiros da oposição.Não é nem Araújos,nem alguns,são outros roxos desde criancinhas,com boa vontade,com empenho e desgaste deve ser enorme,mas equivocados. (O PSDB e afins me deve esta, novamente)  😉

      1. Discussão: Depois do colonialismo mental: a alternativa nacional

        no Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense, Campus do Gragoatá, Niterói, em 7 de novembro de 2014 – num dos links acima. Título é do youtube.

  14. Resumindo..

    …se o Andre entrevistasse Hadad, veríamos o mesmo… risos

     

    Brincadeiras a parte (é saudável vermos discussões desse nivel aqui, como fizeram neste post), o que eu gostaria de ver mesmo seria o Prof. Haddad debatendo com o playboy Aécio, em 2018, ambos candidatos para presidência..

     

    Ah, e o candidato do PMDB? O maior e mais importante partido nacional?

    Ora.. Qualquer um.

  15. Os comentários do senhor

    Os comentários do senhor André Araújo são bastante ilustrativos da mentalidade retrógrada que vitimiza grande parte dessa elite brasileira, uma das mais incompetentes do mundo.

    Alegar questões históricas e a formação social dos paulistas como sendo avessa às bicicletas foi um belo exemplo da criatividade dessa elite brasileira ao defender o atraso.

  16. VILLA – que horror!

    O despreparo do Marco Antonio Villa é consequência de sua perda de noção da realidade.

    Já que , junto com uma meia dúzia ,  é um dos poucos que topa fazer esse papel inexcrupuloso , é requisitado para destilar seu besteirol em todos esses programas de jornalismo marrom – jornal da cultura , painel globonews , colunista de veja (tudo com letra minuscula mesmo).

    Essa exposição constante na midia  certamente que instilou nele a sensação de que suas opiniões tem a qualidade de decreto : eu falei , tá falado – se eu não fosse bom , não tava aqui.

    O cara perdeu a noção de realidade , de autocrítica. Acha que pode falar o que quiser . O texto que ele produziu em defesa de José Serra (QUEREM IMPOR A MORDAÇA)  , por ocasião da publicação do livro A PRIVATARIA TUCANA é de um servilismo rasteiro.

    O que eu mais lamento nisso tudo é ostentar sempre a sua credencial de historiador. Uma pena difamar a classe de HERÓDOTO dessa forma .

  17. Jovem Pan no seu devido lugar

    É insuportável ouvir noticiosos das rádios em São Paulo, excetuando a Rádio Brasil Atual. O problema com a Brasil Atual é o pouco tempo (duas horas diárias, das 7:00 às 9:00) dedicado ao jornalismo.

    Rádio também é um grande formador de opinião pública. Independente da exigência de se discutir a regulamentação econômica da mídia, iniciativas como a Rádio Brasil Atual (e, claro, também a TVT) têm que ser reforçadas, seja pelo Estado (como este faz quando paga por propaganda na grande mídia), seja pelas entidades sindicais, estudantis, etc…e também pela população, esta última através de doações.

    Jovem Pan, Bandeirantes, outros lamentáveis etc…, bateram minha carteira, me roubaram o prazer de ouvi-las, o que fazia quando não eram tão escancaradamente estúpidas, revistas Veja no dial.

    Só há uma maneira saudável e prudente de ouvir a Jovem Pan, pra ficar só nessa, que é a mesma tática recomendada para se assistir futebol na tv: com o volume desligado.

    Essa entrevista do prefeito Fernando Haddad lava a alma.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador