A lógica do derretimento da velha mídia

A mídia em geral, e a nossa em particular, vem se concentrando no entretenimento. Os noticiosos vem perdendo importância e identidade, a medida em que têm por base o trabalho terceirizado, dos autônomos, ‘freelancers’, ‘criaturas mediáticas’ (‘Caetanos’, em ‘O Globo’), ‘especialistas’ (Magnollis’ e ‘Romanos’ de todo gênero e por aí afora.

O ‘grande’ jornalismo, perdeu totalmente o seu foco, com o crescimento da importância da TV. E na TV ‘de massa’, tudo virou entretenimento. No seu modelo de negócio, os grandes entes mediáticos, os comerciais são o principal – o ‘programa’ é o intervalo. Determinados filmes ‘de ação’ na TV a cabo, em especial após as 23:00h., o tempo dos sucessivos comerciais chega a ser maior que o do ‘programa’. E as interrupções são tantas, que acho que a maioria se irrita e muda de canal. Os desliga e vai dormir. Os truques de retenção da audiência (novelas X noticiosos X esportes), entre os canais abertos, já estão manjados e não enganam mais a maioria da audiência.

O principal nos meios de comunicação, que é a sua função informadora, é o indicativo principal da sua crise. A espetacularização dos noticiosos, onde o grotesco é o mote, não reflete o dia-a-dia do cidadão comum, que acaba se sentindo incomodado, na sua busca de entretenimento após um dia de trabalho e o que encontra, é o pior dos mundos. Nesses nossos últimos 8 anos, de relativo sucesso na solução dos desafios maiores pelos quais o País passa – desde os anos 1960, ajudaram a descolar, ajudaram o cidadão comum perceber que a sua vida ‘na real’, tem pouco haver com o que se vê na mídia, inclusive nos pastiches do ‘regionalismo’ , das novelas ou das ‘mini-séries’.

E nisso, quanto mais auto-estima, menos espaço para discursos enganosos. Uma coisa é fazer discurso catastrofista em paralelo a um ciclo de crise. Outra, é fazer esse mesmo discurso, quando ‘na real’ não há crise visível. Num contexto destes, até a manipulação do futuro é mais difícil.

Portanto, à luz do sol, estas coisas todas tendem a se derreter ! 

Luis Nassif

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