A reinvenção da imprensa

Do Grupo de Mídia do Portal Luís Nassif

A “reinvenção” da imprensa. Será?

* Publicado por Henrique Marques Porto

Amigos,

Na Europa foram feitos anúncios importantes que, mais cedo ou mais tarde e de uma forma ou de outra, acabarão por repercutir no Brasil. No último dia 20 o espanhol El Pais anunciou que “colocará em marcha a maior transformação cultural desde seu nascimento para seguir atendendo ao direito democrático dos leitores de contar com uma informação completa e verdadeira”. Em matéria com o título “El Pais se reiventa”, o jornal informa aos leitores que vai se converter numa empresa de produção de conteúdos de qualidade para o papel, a internet e a telefonia móvel. No anúncio, Juan Luis Cebrián, conselheriro da PRISA (Promotora de Informaciones, S.A.), que controla o grupo afirmou: “En cinco años, con toda seguridad existirán periódicos escritos. Dentro de 10, si se hacen las cosas precisas, a lo mejor, probablemente sí. En 15, no estoy seguro de que sigan existiendo tal y como los conocemos. Existirán si luchamos para que existan” (continua)

Luis Nassif

11 Comentários

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  1. Nassif,

    a página de
    Nassif,

    a página de comentários do post sobre o Mino está com problemas. Link comentários para ver.

    tentei enviar mensagem e não foi

    Curioso, porque recebi aqui e liberei.

  2. Já se falou muita coisa sobre
    Já se falou muita coisa sobre o cinema.

    Sessenta anos depois da televisão, trinta anos de pois do VHS e vinte depois do DVD, o cinema está aí forte – renovando-se e reinventando-se.

    O jornal impresso se renovara e continuara.

  3. Qual a diferença entre
    Qual a diferença entre “conteúdo” e “programação”, e também “pauta”? Esse é um tema discutido às vezes no blog, talvez usando outras palavras.

    No “conteúdo” associado à estética digital on-line, há uma enorme gama de possibilidades que se abrem para os usuários, em comparação com os antigos “leitores”. Existe ainda a desvantagem do meio informativo “tela” em relação à mídia “papel”, mas isso pode ser revertido, e é praticamente inexistente para as novas gerações, já educadas na era digital. Muitas delas nunca saberão que hábito é esse de ler jornais e revistas “de papel”.

    Posso fazer minha pauta, meus horários, escolher os temas, as reportagens, criar meus prórprios boxes (complementos) de informação, checar as notícias em outros veículos, ler os jornais de hoje qualquer cidade do mundo, etc.

    Com o tempo isto estará integrado às relações formais de trabalho diário de cada um, e também ao seu ambiente doméstico, e também às atividades de lazer ou de produção variada, já que o leitor também é produtor. Ele não preicsa mais de um enorme parque gráfico, tem sua própria filmadora, ilha de edição, etc.

    Isto significa que os grandes veículos de comunicação também terão de se comportar um pouco como se fossem apenas mais um usuário navegando pela Internet e mantendo a sua própria página. O número de visitas será determinado pela qualidade, diversidade e interesse de seu conteúdo.

    Achava antes que os grandes volumes encadernados de papel permaneceriam, agora vejo que a tendência não é boa para eles, ainda mais entre as novas gerações.

  4. Aqui do Alto Xingu, os índios
    Aqui do Alto Xingu, os índios remetem, abaixo, o texto de despedida de Mino Carta, do blog que assina.

    “”Quando escolhi o Brasil como lugar definitivo da minha vida, optei também pelo jornalismo. Existe uma indissolúvel conexão entre as duas atitudes. E explico. Até o golpe de 1964, fui jornalista com séria dedicação profissional. De alguma forma mercenário, no entanto.
    Diga-se que, depois da renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, quando a pressão militar só permitiu a posse de João Goulart, sucessor constitucional, ao forçar a adoção do parlamentarismo, eu ficara de sobreaviso. Mas o golpe se deu também sobre a minha alma e motivou minhas escolhas definitivas.
    Entendi que fosse meu dever praticar o jornalismo em um país submetido à ditadura imposta pela classe dominante com a inestimável ajuda dos seus gendarmes, e que se uma única, escassa linha da minha escrita sobrasse para o futuro, teria conseguido conferir um mínimo de importância à minha profissão. Faço questão de sublinhar que não agia desta maneira pelo Brasil, e sim por mim mesmo.
    Quarenta e cinco anos depois, vivo uma quadra de extremo desalento, em contraposição às grandes esperanças alimentadas durante a ditadura. Logo frustradas pela rejeição da emenda das eleições diretas após uma campanha a favor que honra o povo brasileiro. Fez-se, pelo contrário, a conciliação das elites, nos exatos moldes previamente desenhados pelo general Golbery do Couto e Silva. A aposta do Merlin do Planalto estava certa e vale até hoje.
    Fez-se a conciliação para eleger Fernando Collor e para derrubá-lo. E novamente para eleger Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998. A Carta aos Brasileiros assinada por Lula foi uma tentativa de aparar arestas antes do pleito de 2002, aparentemente mal-sucedida, por ter convencido um número bastante diminuto de privilegiados. A conciliação veio depois da posse, a despeito do ódio de classe que até o momento cega a mídia.
    A mim, que estou de olhos escancarados, a Carta convenceu por considerá-la sincera. Naquela época, não cansei de definir Lula como um conciliador desde os tempos da liderança sindical. No governo, contudo, ele foi muito além das minhas expectativas. Ou, por outra: deu para me decepcionar progressivamente.
    O balanço de seis anos de Lula no poder não é animador, no meu entendimento. A política econômica privilegiou os mais ricos e deu aos mais pobres uma esmola. Há quem diga: já é alguma coisa. Respondo: é pouco, é uma migalha a cair da mesa de um banquete farto além da conta. O desequilíbrio é monstruoso. Na política ambiental abriu a porta aos transgênicos, cuidou mal da Amazônia, dispensou Marina Silva, admirável figura, para entregar o posto a um senhorzinho tão esvoaçante quanto seus coletes.
    A política social pela enésima vez sequer esboçou um plano de reforma agrária e enfraqueceu os sindicatos. E quanto ao poder político? O Congresso acaba de eleger para a presidência do Senado José Sarney, senhor feudal do estado mais atrasado da Federação, estrategista da derrubada da emenda das diretas-já e mesmo assim, graças ao humor negro dos fados, presidente da República por cinco anos.
    Outro que foi para o trono, no caso da Câmara, é Michel Temer, um ex-progressista capaz de optar vigorosamente pelo fisiologismo. Reconstitui-se o “centrão” velho de guerra, uma das obras-primas da conciliação tradicional. Enquanto isso, o Brasil ainda divide com Serra Leoa e Nigéria a primazia mundial da má distribuição de renda, exporta commodities, 55 mil brasileiros morrem assassinados todo ano, 5% ganham de 800 reais pra cima. E 2009 promete ser bem pior que pretendiam os economistas do governo.
    Houve, e há, justificadíssima grita quanto às privatizações processadas no governo FHC. E que dizer do BNDES que empresta aos bilionários para armar a BrOi, a qual (é uma modesta previsão) acabará nas mãos de ouro de Carlos Slim? E que dizer da compra pelo governo de 49% das ações do Banco Votorantim à beira da falência?
    Em um ponto houve melhoras sensíveis, na política exterior. E aí vem o caso Battisti. Até este serve ao propósito da conciliação, a despeito das críticas bem fundamentadas da mídia.
    O ministro Tarso Genro disse em Belém que a favor da extradição de Battisti se alinham os defensores da anistia aos torturadores da ditadura, “com exceção de Mino Carta”. Agradeço a referência, observo, porém, que o ministro cai em clamorosa contradição. Não foi ele quem, em rompante que beira a sátira volteriana, sugeriu à Itália baixar uma lei da anistia igual àquela assinada no Brasil pelo ditador de plantão?
    Talvez o ministro não saiba que enquanto no Brasil vigorou o Terror de Estado, na Itália houve uma gravíssima e fracassada tentativa terrorista de desestabilizar um Estado democrático de Direito estabelecido desde o fim do fascismo.
    Se eu digo que o Festival de Besteira assola o País desde a época de Stanislaw Ponte Preta, e que se o ministro merece o Oscar do Febeapá, ao menos o professor Dalmo Dallari faz jus a uma citação, recebo as mensagens ferozes e as agressivas admoestações de centenas de patriotas. Pois não é bobagem (sou condescendente) dizer que na Itália dos anos 70 estava no poder um governo de extrema-direita, ou que se Battisti for extraditado, de volta ao seu país corre até risco de vida? Ou afirmar que Mestre e Milão, norte da península, são muito distantes, quando entre as duas cidades há menos de 200 quilômetros? Sem contar que, como me levam a observar vários frequentadores do meu blog, Battisti foi o autor do homicídio de Mestre e apenas o idealizador daquele de Milão.
    Está claro que o ministro Tarso não erra ao dizer que a mídia nativa está sempre a agredir o governo de Lula, e contra esta forma desvairada de preconceito CartaCapital tem se manifestado com frequência. Ocorre que, ao referir-se à extradição negada a mídia está certa, antes de mais nada em função dos motivos alegados, a exibir ao mundo ignorância, falta de sensibilidade diplomática e irresponsabilidade política, ao afrontar um estado democrático amigo.
    De todo modo, Battisti transcende sua personalidade de “assassino em estado puro”, segundo um grande magistrado como o italiano Armando Spataro, para se prestar a uma operação que visa compactar o PT e empolgar um certo gênero de patriotas canarinhos.
    Isto tudo me leva a uma conclusão desoladora, embora saiba de muitíssimos leitores generosos e fiéis: minha crença no jornalismo faliu. Em matéria de furo n’água, produzi a Fossa de Mindanao, iludi-me demais, mea culpa.
    Donde tomo as seguintes decisões: despeço-me deste blog e, por ora, calo-me em CartaCapital.
    Creio que a revista ainda precise de minha longa experiência profissional, completa 60 anos no fim de 2009. Eu confiei muito em Lula, por quem alimento amizade e afeto. Entendo que o Brasil perde com ele uma oportunidade única e insisto em um ponto já levantado neste espaço: o próximo presidente da República não será um ex-metalúrgico com quem o povo identifica-se automaticamente. Conforme demonstra aliás o índice de aprovação do presidente, cada vez mais dilatado.
    Vai sobrar-me tempo para escrever um livro sobre o Brasil. Talvez não ache editor, pouco importa, vou escrevê-lo de qualquer forma, quem sabe venha a ser premiado pela publicação póstuma.””

    Acrescentam os índios: É hora de se deflagrar um movimento dos internautas, com o envio de mensagens ao blog do Mino, no sentido de que continue na trincheira da imprensa alternativa, da qual o blog dele é um dos principais pilares.

  5. Não Nassif,

    Claro que você
    Não Nassif,

    Claro que você liberou. digo para que o leitor que queira antes de comentar (ou não) ler as mensagens não consegue. O link comentar está dando errado. Não creio que isso seja importante, apenas avisei. Tudo beleza.

  6. Luiz Horácio,

    Quando um
    Luiz Horácio,

    Quando um jornalista se refere a pauta, muitas vezes ele quer dizer “o que deve ser publicado”. ou mais maquiavelicamente falando “o que a população deve ler”. O poder do pauteiro hoje é muito grande. Claro que os assuntos mais estratégicos são decididos pelo dono do jornal, mas não deixa de ser pauta. Conteúdo é outra coisa, e sei que você sabe. Quando um jornalista experimentado como Henrique escreve pauta ele tem em mente a rotina das redações. É diferente para quem lê, que é o seu caso.

    Mas o baile apenas começou. Nos vemos na próximos seleção.

  7. ENQUANTO NA ESPANHA A
    ENQUANTO NA ESPANHA A IMPRENSA REINVENTA
    AQUI A GLOBO ESCONDE A NOTÍCIA:

    Jornal Nacional de ontem, que, para quem não sabe, depois da pesquisa sobre a aprovação de Lula, que o (telejornal ?) escondeu de seu público, sendo o único telejornal do país a não dar a notícia, a edição da última quarta-feira trouxe uma enxurrada de boas notícias.

    Já no Jornal da Globo, no fim da noite, a masturbação voltou com força total.

    A mídia não irá parar. A crise é tudo que resta para eleger Serra. Se o Brasil sair dela, acabou-se o projeto tucano. Os interesses políticos do PSDB se contrapõem ao interesse da nação, hoje, e são o que poderá impedir que a crise vá embora mais rápido.

    Quem apóia essas práticas está apoiando a sabotagem do país. Será responsável por todas as desgraças que o desemprego, a bancarrota que se quer provocar trarão ao país. Serão todos criminosos, lesa-pátrias.

    Que não duvidem, no entanto, esses que torcem contra o Brasil, de que um dia pagarão por seus crimes.

    leia íntegra: http://edu.guim.blog.uol.com.br/

  8. Quanto ao fato da
    Quanto ao fato da “poderosa”Rede Globo,não admitir a obviedade da satisfação com o governo Lula,e daí o aumento constante de sua popularidade,e a omissão por parte desta emissora, que deveria ser responsável pela informação da verdade,destes números,ficará na história do jornalismo brasileiro,e espero que a exemplo do que ocorreu com o episódio da edição daquele fatídico debate político,no qual eles editaram,pra derrubar o candidadto Lula,eles assumam que erraram.

  9. Caro Luís Nassi
    A reinvenção
    Caro Luís Nassi
    A reinvenção de Impresa e da midia é facil: e só eles começarem a publicar o contraditório, o outro lado, o interesse da população ao invez do particular, o interesse do Brasil e não do Império.
    O povo brasileiro cansou de ser enganado.

  10. Nassif,

    O que aconteceu com
    Nassif,

    O que aconteceu com a postagem sobre a Saída de Mino?

    Desde o início alertei que havia problema com ela. Imaginei que fosse técnico. Agora leio na nesta postagem de Henrique algo falando a respeito. O que está acontecendo? Na Comunidade (Grupo Mídia) postei algo semelhante esperando escolher as melhores análises do ocorrido (decisão de Mino) no entanto não demorou uma hora para ser invadida por uma discussão enfadonha tão ao gosto dos piores filósofos de plantão do que o outro lado adora chamar “PIG”. Pedi ajuda na mediação e o máximo que aconteceu foi o aumento da carga do veneno para contaminar o ambiente e voltar à pauta única – queremos sangrar o Lula até que ele apodreça e nunca mais apareça. Imaginei abrir um espaço ao discutir a enésima saída de Mino, a sua imensa contribuição ao jornalismo brasileiro. Sem dúvida são algumas gerações de profissionais que receberam pela primeira vez um salário compreendendo que jornalismo pode ser uma militância, sem com isso ceder aos encantos do Poder. Imaginei transformar essa discussão num painel da revolução gráfica desde Veja, Isto é, Jornal da Tarde, República, e por último a própria Carta Capital.

    E nesta manhã de sexta me vejo compelido a rever meu intento.

    Não sei o que está acontecendo com o post do Mino. O WordPress está uma loucura.

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