As discussões sobre a surpreendente estreia da CNN

Aliás, seria surpreendente se, com menos de um mês de vida, a CNN fosse páreo para a Globo. Mas, por surpreendente que seja, é páreo.

Ontem, um crítico da Folha desancou a CNN, sob o argumento de que ela teria perdido o bonde por não ter dado cobertura aos panelaço0s. O título era definitivo: “CNN Brasil mostra que ainda não é páreo para GloboNews”. E dava como um dos exemplos da fraqueza o erro de uma apresentadora, de confundir o fato de Peru e Chile não terem fronteira com o Brasil, entendendo que não fariam parte da América Latina.

A resposta da CNN foi publicada hoje, inclusive defendendo a repórter: Réplica: Aceitamos críticas, mas não ataques a nossos profissionais.

Houve, obviamente, um enorme viés na crítica inicial, dividindo a cobertura entre pró e contra Bolsonaro, enaltecendo o contra e liquidando o suposto pró.

Não acompanhei toda a cobertura da CNN, nem seus principais jornais, mas, pelo que vi, está sendo surpreendentemente correta e abrangente para uma emissora recém-inaugurada. Há uma enorme gama de reportagens, um acompanhamento de perto das aparições oficiais. Houve a assimilação imediata do estilo de cobertura da matriz.

Além disso, a mesclagem com a cobertura da CNN central, com tradução simultânea em legenda, entrega uma gama de cobertura internacional imbatível para o telespectador brasileiro

Aliás, seria surpreendente se, com menos de um mês de vida, a CNN fosse páreo para a Globo. Mas, por surpreendente que seja, é páreo.

Nem sei se a operação é financeiramente viável, se irá manter a isenção mostrada até agora. Mas só se pode julgar o que já existe.

A única crítica relevante é o fato de, nos grandes temas políticos e econômicos, não ter apresentado ainda uma linha alternativa de entrevistados, ainda mais agora que começa a haver um questionamento amplo da hiperortodoxia dos últimos anos. Em todo caso, em outros temas, a ideia de colocar dois comentaristas de pensamento oposto é o que de mais próximo a TV brasileira mostrou, em termos de pluralidade.

 

Luis Nassif

4 Comentários

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  1. AT&T agradece. É a continuidade do cabresto que se estende há 90 anos. E agora não precisa nem mais de Carmen Miranda ou Zé Carioca. ‘ Miami is here ‘.

  2. Em relação aos comentaristas com pensamentos opostos: a CNN deveria colocar comentaristas do mesmo nível de conhecimento. A Gabriela Prioli “janta” todos os dias o Tome Abech. Ele é muito fraco!!!

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