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Da Lava-Jato a Bolsonaro: a barbárie à serviço do Império Norte-Americano.

Bolsonaro é o personagem ideal de uma engrenagem que quer manter o controle do Capitalismo brasileiro na direção dos interesses do Imperialismo Norte-Americano.

Foi o Imperialismo quem produziu o caos brasileiro e elegeu Bolsonaro via Lava-Jato.

A Globo era Wall Street, portanto, Hillary e não Trump, mas há uma hierarquia no comando dessa engrenagem, não aceitar Lula e o PT de nenhum jeito, porque ele fez um processo revolucionário dentro do Capitalismo e que iria desembocar no abalo do Imperialismo e de Wall Street no comando da engrenagem em um futuro não muito distante. Trump venceu e o Brasil teve que se adaptar não só à subserviência econômica e social, mas à extrema-direita e seu reacionarismo nos costumes e na religião.

Bolsonaro foi posto na disputa pelo Imperialismo, porque ele destrói os alicerces civilizatórios e quaisquer impulsos competitivos do Brasil na América sem nenhuma cerimônia e com a sabujice de ser mais Trump que o próprio Trump.

Antes de Bolsonaro, já haviam destruído a política institucional, a sociabilidade e autoestima dos brasileiros com a Lava-Jato e o Golpe, e precisavam destruir outros alicerces civilizatórios como a Educação, os movimentos sociais, a Cultura em suas diferentes facetas e, assim, impedir qualquer processo revolucionário produtivo e lúcido de defesa do Brasil diante do Império.

Bolsonaro, um homem de pouca Cultura e invejoso do conhecimento alheio e cheio de preconceitos, bobalhão e machista se tornou a aposta ideal, um homem de radical intransigência com o diferente, sem noção de civilidade e bons modos e despreparado para relações interpessoais. Acabou sendo um perfeito títere dos interesses do Imperialismo e de Trump e da extrema-direita mundial. O Slogan: – Estados Unidos acima de tudo, no meio social dele, deve ser comum, ainda mais pelo belicismo e culto às armas no Império do Norte.

Com o fim do projeto ultra neoliberal, via PSDB, através da Internet e o “suposto” combate à corrupção capitaneado por “Sérgio Moro”, que o desnudou, claro que não intencionalmente, e com Temer no Poder e o crescente desemprego e desmantelamento do Estado e pífio crescimento econômico, acabou o monopólio do discurso, fabricado pela velha mídia oligopólica com o Lawfare e as Fakenews diários contra o PT, Lula e Dilma, de corrupção e incapacidade de governar ser exclusividade do PT, afinal, todas as siglas partidárias ficaram associadas à corrupção, ao desemprego e incompetência para governar no seio da sociedade, contemplada a imagem negativa da Política e dos políticos pela maioria dos brasileiros, ligados às fontes jornalísticas exclusivas da Velha Mídia capitaneadas pela Globo e Revista Veja ou da Extrema-Direita virtual via o Antagonista e a rádio Jovem Pan, expandida com sucesso para a plataforma virtual da Internet; sem contar a força dos pastores das Igrejas evangélicas neopentecostais eletrônicas e padres e comunidades católicas conservadoras e Bolsonaro surgiu como o “antissistema”, o que iria consertar o Brasil dessa praga chamada políticos tradicionais, afinal, tudo era culpa dos políticos e não do projeto Imperialista para o Brasil.

Imaginemos um país em que o seu povo acredita piamente que acabando a corrupção viramos uma Dinamarca. Este país não está preparado para as grandes ambições, mas está preparado para Bolsonaro.

Bolsonaro: um anti político. Um anti PT. Um “antissistema”. Um “caçador de corruptos”. Um candidato do marketing pró “Família e o Deus Cristão”.

Como a Lava-Jato havia criado uma estrutura vertical de Justiça, organizada em torno dela e com garras passando por MP do Paraná, 13° vara da PF de Curitiba, Polícia Federal do PR, TRF4, STJ, PGR e STF para prender Lula e impossibilitá-lo de disputar a Eleição, de sequer abrir a boca para contrapor o discurso Oficial da Lava-Jato e juntar forças para vencer a engrenagem, impedindo de o PT, depois de 2 anos e meio do Golpe voltar ao Poder Central, e tendo os partidos da direita e políticos desacreditados para além de Lula, venceu Bolsonaro, o “antissistema”, candidato que na Eleição desbancou até o PSDB com Alckmin na preferência do Império e de Wall Street. Extrema-direita com Bolsonaro que garantiu apoio de Wall Street se associando radicalmente ao Mercado via Paulo Guedes.

Inicialmente, o candidato da engrenagem era Alckmin, mas sem crescer nas pesquisas eleitorais e para Haddad não perigar de vencer, ele assistiu seu partido ser atacado de frente, também, pela Lava-Jato, que prendeu até Governador do partido no período eleitoral. A Lava-Jato precisou mudar para a extrema-direita com Bolsonaro para o PT não vencer.

O Império com Bolsonaro está atrasando o inexorável destino de potência do Brasil, e, dentro desse jogo da nova bipolaridade mundial: EUA X China/Rússia, onde o Brasil se aliou com Lula e Dilma a este campo, menos impositivo e mais solidário na Globalização.

O Brasil foi sabotado por dentro, corrompida parte das mentes e dos personagens da Justiça brasileira, castas socialmente conservadoras e excludentes e preconceituosas; e como não temos uma Elite e nem classes médias e médio-altas cultas e capacitadas em quantidade para entender o que é o Capitalismo, a Geopolítica e suas nuances imperialistas e de Wall Street ficou fácil o domínio do Brasil por forças externas ligadas aos interesses do Império e do “Mercado”. E ao invés dessa gente, que se uniu em torno do Impeachment nas ruas e varandas gourmets, virar globalizada, se refestelar nas compras de enxoval em Nova Iorque e de passear na Disney e Miami, ela está sendo destruída e se proletarizando para jamais encontrar identidade com o nacional. Parcelas sociais inteiras que tiveram sua fonte de informação e notícia associada à Globo e Veja e similares, à-serviço do Império por décadas, ao menos desde o término da 2ª Guerra Mundial.

Lembrando que ao formar uma casta salarial dentro do funcionalismo público: a da Justiça, nos mandatos petistas, a nossa sociedade criou uma pequena elite estatal, a que produziu a estrutura vertical da Justiça que abalroou Lula.

Veio do antipetismo esta Justiça, das classes médias e médio-altas tradicionais e seus preconceitos para com os pobres e o medo da ascensão social dos de baixo na Era Lula/Dilma. Eles que tinham a capacidade de passar nos concursos da Magistratura pelo tempo livre para estudar, ambiente familiar propício para desenvolvimento físico, leitura e formação intelectual nas melhores escolas do país.

A Magistratura passou a ser um serviço de rentabilidade enorme, com salários muito acima da média, e com pouco tempo de Profissão, advogados na Magistratura já têm renda mensal que um Advogado pode levar 30 anos para auferir na iniciativa privada. Deixou-se de praticar a Justiça, de se dedicar à Magistratura por vocação e se produziu em escala, um Judiciário de classe, de individualismo extremo e aculturado pela lógica do Sucesso e da fama.

Então, ao misturar Justiça com salário, sucesso, fama, mídia e reconhecimento internacional de órgãos do Departamento de Estado dos EUA no combate à corrupção a Lava-Jato e seu Chefe Moro se justifica e pôde nos levar até Bolsonaro, o antipetismo elevado à enésima potência. A Justiça parcial feita por quem desde sempre pertence aos 20% de incluídos socialmente numa sociedade de casta como a brasileira.

E hoje, dentro deste processo de construção da Lava-Jato em benefício dos Estados Unidos, estamos sendo ideologizados ao ponto de nos fomentar interiormente o desejo de fugir daqui, de desistir da Luta, para criarmos um niilismo absoluto e que nos faz abandonar qualquer sentido coletivo e de busca por outro Brasil. É a barbárie. E parcelas inteiras das classes médias e médio-altas tradicionais exacerbam o conceito de individualismo e descaso para com o país e o desemprego gigante fortalece o empreendedorismo desorientado dos mais pobres num “salve-se quem puder”.

Neste caos programado de fora do país e executado de dentro, por brasileiros, a Lava-Jato com seu resultado, Bolsonaro, criam um país sem espaços de conhecimento, produção de Ciência & Tecnologia e Engenharia e Indústria de Ponta e ficamos estagnados na economia, sem contar a incapacidade de consciência do que acontece e sem meios de ação, por ampla maioria da sociedade brasileira, alienada por décadas por uma mídia oligopolizada, como já disse anteriormente, e à-serviço dos interesses do Império, do “mercado” e das grandes potências.

Lava-Jato, Operação em declínio, após o The Intercept começar a desnudá-la via reportagens contendo conversas e áudios e documentos privados dos procuradores, Moro e outros personagens da Operação. Declínio que não se traduz em freio das suas intenções de destruição da nossa economia, capacidade produtiva, Educação, Ciência & Tecnologia, Cultura: em suas diferentes formas de manifestação, dos movimentos sociais e esquerdas em geral.

O Império quer tirar até o último respiro de vida em sociedade da gente. E Bolsonaro cria o clima de divisão social extremo, de cizânia entre brasileiros, pró-radicalismo religioso, de costumes e de violência estatal e até miliciana para consertar o caos, que ele próprio e a engrenagem produzem X o processo civilizatório, sem o Poder Central nas mãos.

Processo civilizatório que a Elite Nacional e a Velha Mídia capitaneada pela Globo não apoiam, porque se sustentam na lógica ultra neoliberal e precisam garantir a todo custo uma reforma da previdência e após a tributária, hierarquicamente, mais necessários que o Brasil civilizado. Preferem o caos absoluto, contanto que a economia seja a mais canibal das economias contra o povo brasileiro e não corram o perigo de entregar o Poder de volta à centro-esquerda com um Impeachment.

E Bolsonaro é o bárbaro exato para a gente se digladiar entre si e se comer como se estivéssemos na pré-história e fôssemos canibais, alimentada, para sempre, a fome insaciável dos já empanturrados de dinheiro e Poder: Imperialismo e Wall Street.

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