Das articulações partidárias ao eleitor de arquibancada: Eleição no Brasil é uma caixinha de surpresas!

Nunca é demais lembrar aos leitores, de que o cenário para as próximas eleições presidenciais está sendo montado agora, nas municipais. A eleição nos EUA, com o expurgo da extrema direita e a vitória da ala conservadora dos Democratas, determinaram um realinhamento entre os Partidos tradicionais de direita aqui no Brasil.

 

Um dos prováveis formadores de chapa, Sérgio Moro, comentou que os candidatos apoiados por Bolsonaro foram um ‘fracasso’, e exaltou o PSOL como o Partido mais ‘relevante’ da esquerda. A mensagem está dada: A direita criou uma derrota para Bolsonaro e colocou o PSOL no colo.

 

Os Partidos que mais cresceram da última eleição para esta foram o PP, PSD e o DEM, todos alinhados no mesmo universo ideológico de direita. Partidos que mais perderam prefeituras foram o MDB, PSDB de direita; PSB de centro esquerda e na esquerda, o PT.

 

A previsão é de que os bastidores para a construção das candidaturas para 2022 serão agitados. Jair Bolsonaro, apesar de concorrer à reeleição, parece isolado e, mesmo com a máquina nas mãos, terá que brigar pelo apoio do Centrão oficial que aumentou a representatividade nos municípios e, com isso, seu poder de barganha.

 

Um fator que causa insegurança nas análises, é a volatilidade do eleitorado que, historicamente, não tem coerência entre uma eleição e outra. O caso no Rio de Janeiro é emblemático. Marcelo Crivella foi eleito em 2016 com 60% dos votos válidos, contra 40% de Marcelo Freixo, candidato apoiado pelos setores da esquerda. Crivella, na eleição deste ano, tem incríveis 70% de rejeição.

 

Adversário de Crivella, o candidato do DEM, Eduardo Paes, que governou a cidade do Rio por dois mandatos, foi derrotado em 2018 para o desconhecido Wilson Witzel, na eleição para o governo do Estado. Nesta eleição, Paes tem, segundo as pesquisas, 53% de intenção de voto, contra 23% de Crivella.

 

Eleição no Brasil, seja pelo eleitorado de arquibancada ou pela qualidade sofrível dos candidatos, nos remete à figura de linguagem muito popular nos meios futebolísticos: É uma caixinha de surpresas.

 

Ricardo Mezavila, cientista político

 

 

Redação

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