Ninguém segura Bolsonaro

A pesquisa Datafolha publicada nesta sexta-feira mostra que, apesar de o governo federal contrariar as recomendações da OMS desdenhando das medidas sanitárias de combate à Covid-19, propagandear placebo debochando de mais de cem mil mortes, negar a existência de uma crise de proporções nunca antes imaginada na saúde, colocando a população com a vida em risco, ainda assim, a pesquisa aponta que o governo teve crescimento na aprovação e queda na rejeição.

A sociedade vive uma inversão generalizada de seus valores. O discurso da barbárie está convencendo a civilização de que é preciso comprar armas, tomar veneno, cortar árvores, exterminar minorias, caçar animais, viver sem arte, cortar verbas para pesquisas, menosprezar professores, cortar direitos, atacar trabalhador na porta de casa, manifestar-se contra as instituições democráticas.

O presidente da república é incapaz e ineficiente na condução de seu governo, responsabiliza governadores e prefeitos pelo agravamento da crise econômica criada por sua equipe de forasteiros e entreguistas. Contudo, parece que a população, representada pelo universo de pesquisados, segue na direção de reeleger Bolsonaro para mais um mandato.

Acreditemos ou não, mas as pesquisas sinalizam o momento e influenciam na hora do eleitor tomar uma decisão, por isso a esquerda precisa agir urgentemente para evitar o desastre que seria a reeleição de Bolsonaro.

Tudo aquilo que acreditamos ser impossível, como era a sua eleição, não deve ser minimizado. A milícia e os pastores estão dentro do governo segurando a caneta e negociando com ruralistas, juízes, com o Ministério Público, PGR, STF, com a mídia, com o presidente da Câmara, do Senado, todos sob os princípios fascistas de um presidente covarde, tóxico e nocivo.

Qual a estratégia para reverter esse quadro? Queria muito ouvir a resposta.

 

Ricardo Mezavila é escritor, pós-graduado em ciência política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

 

Redação

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