O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

Em 2015 escrevi algumas linhas sobre Exterminador do Futuro: Genesis
https://jornalggn.com.br/cinema/o-exterminador-do-futuro-genesis/. Volto ao assunto por causa do novo filme da franquia.

Todos os primeiros filmes desta serie são variações do tema o fardo do homem branco, cuja missão é salvar a humanidade. O antagonista dele é sempre o mesmo: um robô implacável que se comporta exatamente como um nazista. A primeira versão do exterminador era mecânica, a segunda e a terceira são de metal líquido. O quarto é um híbrido, meio homem meio máquina que ignora sua programação e depois a despreza. O quinto exterminador é de nanoparticulas.

Nos dois primeiros, em que o herói John Connor não nasceu ou é adolescente, o fardo do homem branco é transferida para sua mãe. No terceiro o herói é adulto e precisa ser salvo por um robô. Apenas no quarto John Connor é retratado comandando a resistência.

No quinto filme ocorre uma ruptura, pois o herói volta como vilão e no final a mãe se recusa a gera-lo para impedir o apocalipse dos robôs comandados pela Skynet. O fardo do homem branco é transferido para o soldado que voltou do futuro e que não pode copular com a mulher que deseja.

No filme O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio ocorre uma nova ruptura temática. O fardo do homem branco é transferido para uma mulher mexicana. O robô, metade mecânico metade oleoso, também é mexicano. Ele mata dezenas de soldados norte-americanos que patrulham a fronteira e que, paradoxalmente, tentam impedir a heroína de cumprir sua missão.

A partir do segundo filme, Sarah Connor ou seu filho são ajudados por exterminadores tradicionais (robôs mecânicos reprogramados). No filme que estrou hoje, além do ajudante tradicional, a heroína recebe a ajuda de uma mulher caucasiana aprimorada. O fardo do homem branco se transforma no fardo da mulher branca, mas a função dela não é a reprodução.

Schwarzenegger estava em melhor forma quando atuou em Exterminador do Futuro: Genesis. A nova versão do seu personagem é terrivelmente melancólica. O exterminador do quinto filme da série está aprendendo a sorrir e provoca risos. O do novo filme aprendeu a compaixão e enfrenta o ódio de Sarah Connor com um estoicismo auto-programado.

Quase todas as combinações possíveis foram exploradas. O que devemos esperar de um novo filme da saga: um exterminador do futuro negro, um John Connor índio, uma Sarah Connor obesa e aprimorada, um herói zumbi liderando robôs rebeldes contra as forças combinada da Skynet e a Legião, um herói que rejeita seu destino programado de líder rebelde para hackear a Skynet travestido de Drag Queen, o macho Carlos Bolsonaro comandando os robôs num assalto final contra o último bastião da resistência petista dos humanos…

Acostumados com Smartphones, todos que acompanharam o escândalo da NSA revelado por Snowden são capazes de entender as preocupações com privacidade levantadas no novo filme. Apenas os mais velhos se lembram que o equipamento moderno apresentado no primeiro Exterminador do Futuro foi um Walkman.

Fábio de Oliveira Ribeiro

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