O PT vai sangrar na centro-direita

A entrada do Partido dos Trabalhadores na composição do bloco de centro-direita em apoio ao deputado federal Baleia Rossi do MDB, candidato na Casa, esquentou o debate.

A candidatura de Rossi representa um conjunto de 11 partidos, de direita e esquerda, que disputarão o comando da Câmara contra o candidato de Jair Bolsonaro, Arthur Lira do Progressistas.

A divergência pragmática é se o PT tem que lançar candidato próprio, marcar presença e votar em Baleia no segundo turno, ou entrar no bloco desde o início e garantir uma vaga na Mesa diretora.

As bases foram ouvidas e a maioria quer que o PT se abstenha ou lance uma candidatura natimorta.

Algumas opiniões se apegam à fase romântica de um PT revolucionário, que ficou contra o colégio eleitoral, que assinou a Constituição sob protesto e fez oposição ferrenha à Nova República.

Analisando de outra maneira, fora do simplismo de apoiar ou não, entendo que essa coalisão pode servir de lenha quando as pautas da esquerda não forem atendidas, a ficha vai cair e a esquerda vai entender que lutar nas ruas é bem mais belo que esse sangue amargo.

Não é hora de dividir, a eleição da Câmara é pequena para o tamanho da luta contra o fascismo. Se o apoio for um erro e criar uma ferida, que seja essa a razão da reestruturação.

O PT das ruas, das fábricas, dos sindicatos, dos movimentos estudantis, da sociedade civil organizada, cresceu e fez o melhor governo que esse país já viveu.

I have a dream de que possamos nos organizar novamente nos espaços públicos, nos diretórios e na comuna em geral, pois só assim resgataremos a confiança do maior Partido da América Latina e a credibilidade da opinião pública.

Ricardo Mezavila, cientista político

Redação

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