Desde as revoltas estudantis de 68, os movimentos hippies com a geração seguinte, os Yuppies (Young Urban Professional), a vulgarização da informática e por fim o liberalismo repaginado, algumas classes sociais pareciam ter desaparecido, o proletariado e os camponeses.
Nada melhor do que uma reveladora pandemia para que as pessoas verificassem que a carne que era comprada no supermercado não saía de um lugar misterioso da transmutação da matéria através de uma pedra filosofal, que o papel higiênico que utilizamos todos os dias não é uma abstração esotérica, que a água e a luz que rezamos para que não falte durante a epidemia, pois o comportamento místico e fantasioso de uma sociedade que come a galinha mas só a vê já cortada em pedaços nos sacos de plástico e nem tem ideia de quem está atrás de todo esse requinte tecnológico que simplesmente a maior parte das pessoas ignoram.
Poderia seguir adiante em todo esse rol de atividades básicas que simplesmente nos permite viver nas grandes cidades, porém pergunto a todos que insistem na famosa frase:
Fiquem em casa.
Porém este ficar em casa, o home-office, as aulas virtuais, tudo isso simplesmente em poucas semanas dissiparia e voltaríamos a idade da pedra se aqueles que se ocupam de tudo que nos dá o suporte da nossa vida resolvessem ficar em casa.
Senhores e senhoras, o proletariado não desapareceu, ficamos emocionados quando vemos as mortes dos profissionais de saúde, porém ninguém da atenção daqueles que obrigados a trabalharem em condições precárias sem máscaras, sem afastamento social e sem um salário descente tem que manter a nossa vida. Os trabalhadores da saúde mantém a vida daqueles que se infectam e tem que ter algum tratamento de urgência, porém essas pessoas que vão para os hospitais são menos do que pouco por cento da população, entretanto o restante dessa população, velhos, jovens e crianças sobrevivem porque há uma parte significativa da nossa população sai as ruas, pega transportes coletivos lotados, se infestam e nem direito a leitos de hospitais pois a quantidade que cabe a eles, que são maioria, é muito menor do que do que os leitos dos hospitais privados que tem um número muito maior de leitos do que é exigido para aqueles que poderiam ficar em casa, mas como tem uma boa cobertura podem ter o luxo de enfrentar os riscos e perder a aposta.
Meus caros, esses que os sustentam dentro das suas casas são os chamados proletários e camponeses (na nova notação trabalhadores do campo). Vou contar uma verdade a todos, estas duas palavras que muito foram utilizadas até o meio do século XX, mas caíram em desuso, EXISTEM, e são tão importantes que mesmo os trabalhadores da saúde dependem desses para podê-los salvar da epidemia.
Vemos os filmes de desastre e apocalípticos, em que grande parte da população da Terra foi dizimada os roteiristas desses filmes nunca mostram a sociedade sendo reorganizada pois quem seriam os líderes dessa reorganização seriam aqueles que trabalham na transformação de minérios em metais ou nas plantações que supririam a fome de quem necessita, pois numa situação dessas CEO’s, empresários, médicos, engenheiros, designs, arquitetos seriam quase que dispensáveis, porém o lavrador e o ferreiro seriam essenciais.
Não vejo ninguém saindo as ruas para aplaudir as milhões de pessoas que com seu trabalho do dia a dia, nos sustentam e alimentam durante todo esse tempo, simplesmente porque na mente de muitos proletários e camponeses são abstrações do passado que um tal de Marx gostava muito de falar.
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