Verdades inconvenientes, por Gustavo Gollo

https://www.sociedadevegan.com/wp-content/uploads/2012/02/rato_dor_banner.jpg

O acrônimo “AIDS” refere-se a duas doenças similares, mas distintas, uma causada pelo vírus HIV-1, outra pelo HIV-2. A segunda manteve-se, por longo tempo, circunscrita à África, onde encontra-se bastante disseminada; no Brasil, essa doença é relativamente rara e recente. Os 2 vírus são originários de diferentes espécies de macacos africanos.

A AIDS pandêmica, causada pelo HIV-1, emergiu nos EUA nos anos 80, tendo-se espalhado de lá para o mundo, e difere da AIDS africana, causada pelo HIV-2. Nas linhas a seguir, tratarei somente da AIDS pandêmica, a mais comum fora da África.


A versão conveniente

Análises comparativas indicaram que o HIV-1, o causador da AIDS pandêmica, originou-se de um vírus que infecta Chimpanzés. Em vista disso, assumiu-se que a AIDS pandêmica teria surgido na África, onde os casos ter-se-iam mantido circunscritos até os anos 60, ou 70. Foi sugerido, além disso, que a transposição do vírus para a espécie humana teria ocorrido provavelmente no início do século XX. O incidente teria sido causado pela caça ao primata.

Essa versão consiste na explicação mais usual sobre a origem da AIDS e é favorecida pela confusão decorrente do mesmo nome atribuído às doenças causadas pelo HIV-1 e HIV-2.

Um paradoxo inconveniente

A AIDS pandêmica, no entanto, foi observada clinicamente pela primeira vez em 1981, nos Estados Unidos, e logo associada aos 4 H’s: haitianos, homossexuais, hemofílicos e heroinômanos.

A composição dos grupos de risco acabou explicada por transfusões de sangue comuns aos hemofílicos, pela troca de sangue nas seringas compartilhadas por heroinômanos, e nas relações sexuais, especialmente as anais, entre homossexuais. O realce dos haitianos enquanto grupo de risco sugere fortemente que em 1981 a AIDS já se havia difundido amplamente no Haiti, país da América Central onde não existem chimpanzés.

A constatação sugere fortemente que o foco inicial da AIDS pandêmica tenha ocorrido no Haiti e não na África, onde encontram-se os chimpanzés originários do vírus.

Ocorre que o fluxo populacional entre o Haiti e a África, localidades distantes e pobres, é bastante reduzido. Se a infecção original das primeiras pessoas se deu na África, em decorrência da caça do animal, como e por que ela teria chegado aos haitianos antes que a povos ricos cujos fluxos migratórios com a África eram muitíssimo superiores ao do povo do Haiti?

A questão é bastante inconveniente. Profissionais de saúde baseiam suas conclusões e ações, muito frequentemente, em conveniências, fundamentando-se mais nelas que em fatos ou argumentos.

A explicação plausível para a origem haitiana da AIDS pandêmica é suficientemente inconveniente para transformá-la em tabu, omitindo-a de quase todas as divulgações encontradas sobre o assunto.

A AIDS teria sido levada de uma espécie animal para os haitianos através de uma vacina fabricada com plasma sanguíneo dos primatas.

Inconveniências, racionalidade, moralidade, criminalidade e aspectos correlatos

A conclusão acima parece simples e banal. A mim parece bastante óbvio que a versão oficial da origem da AIDS justifica-se apenas por conveniências, não por argumentos racionais. A admissão da causa iatrogênica da doença, no entanto, reforçaria desconfianças relativas a vacinas e medicamentos que poderiam reduzir em bilhões os lucros dos gulosos laboratórios, sendo esse, obviamente, o fator impeditivo mais forte ao uso de abordagens racionais sobre a questão.

A naturalidade com que se permitem que considerações sobre conveniências se imiscuam sobre questões de saúde me soa pérfida.


População de Costa do Marfim não quer ser tratada como ratos de laboratório

Leia também:

Não apressem a fabricação da vacina, por Gustavo Gollo

Contrapartidas do confinamento, por Gustavo Gollo

Redação

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador