Folha de São Paulo
Conar arquiva denúncia de preconceito contra peludos em propaganda da Gillette
THIAGO SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Conar (Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária) arquivou o processo contra campanha da Gillette por suposta discriminação contra homens peludos. A campanha veiculada no Carnaval deste ano usava a expressão “quero ver raspar”, incentivando os homens a rasparem os pelos peitorais.
Segundo o órgão, a modalidade de discriminação por características estéticas não está prevista no código de conduta da entidade, que engloba apenas casos de discriminação que envolvam raça, religião, sexualidade, nacionalidade e posicionamento político.
Por esse motivo, o conselho responsável pelo caso decidiu quinta-feira (18) de forma unânime pelo arquivamento do processo.
A denúncia contra a campanha surgiu após o Conar receber mais de 50 denúncias de consumidores alegando a discriminação contra homens peludos, usando termos como “ditadura estética”.
A assessoria de imprensa do Conar afirmou que as denúncias poderiam, somente, enquadrar a peça publicitária como um “comercial de mau gosto” –o que foge da esfera de influência do órgão.
A Gillette e a agência publicitária responsável pela campanha apresentaram em sua defesa o argumento de que se tratava de uma peça humorística, o que poderia ser evidenciado pelos seus principais personagens: a apresentadora Sabrina Sato e o cantor sul-coreano Psy.
A assessoria de imprensa da Gillette afirmou que a empresa prefere não se pronunciar sobre a decisão.
Cartaz da campanha #queroverraspar da Gillette, lançada durante o Carnaval; denúncia foi arquivada pelo Conar
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