Considerações sobre Globo e escrachos, por Luis Nassif

Duas observações sobre fatos de destaque do dia de ontem.

1. O caso Globo e a Torneos y Competencia

A denúncia de que  Marcelo Campos Pinto, o ex-executivo da Globo, recebeu US$ 1 milhão da Torneos y Competencia, mostra que, a exemplo de muitos casos do DOE (Departamento de Operações Estruturadas) da Odebrecht, os executivos também atuavam contra a empresa.

A cadeia produtiva da corrupção futebolística era assim:

– A Confederação vende oficialmente por 100.

– O Intermediário paga 200. 100 vão para o bolso dos cartolas.

– O grupo de mídia paga 300. 100 é o lucro dos intermediários.

– Os patrocinadores pagam 1.000.

No caso em questão, aparentemente Marcelo operou nas duas pontas: atuando para a Globo (no suborno às confederações através dos laranjas), mas atuando também para os laranjas (aumentando o valor pago pela Globo).

Portanto, tem razão o Jornal Nacional ao dizer que, no episódio em questão, Marcelo jogou contra a Globo. Vamos ver quando surgirem as evidências de que ele jogou para a Globo.

2. O caso dos escrachos

Não se pode negar o prazer de ver um político como Romero Jucá sendo escrachado em pleno voo. Mas não se pode perder de vista a máxima: quem com escracho fere, com escracho será ferido.

O escracho tem sido a grande arma dos fomentadores de ódio. E fez bem o deputado Paulo Pimenta em mandar a agressora para a delegacia. Mas tratar como heroína escrachadora “do nosso lado”, significa dar salvo conduto para os escrachadores do lado de lá.

 

Luis Nassif

16 Comentários

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    1. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

      Não concordo. A barbárie vem da direita. Quando alguém da esquerda reage ou devolve para quem produziu a radicaização (no caso um golpista que fomentou o discurso de ódio para realizar o golpe) aquilo que ele mesmo promoveu não se pode tratar da mesma forma de quem cometeu a barbárie.

      Uma coisa é promover a barbárie, outra é reagir e defender-se. Não se pode tratar as duas coisas como iguais. Acho profundamente errado dizer que háradicalização de ambos os lados. Há a radicalização por parte da direita, cada vez mais caindo para o fascismo. Do lado da esquerda há algumas reações muito esporádicas e insuficientes.

  1. Discordo.
    Não dá fazer de

    Discordo.

    Não dá fazer de conta que está tudo bem.

    Também não dá para deixar de reagir aos abusos que foram cometidos.

    Romero Jucá rasgou nossos votos, queimou nossa constituição, revogou nossos direitos e entregou nosso petróleo aos estrangeiros a preço de banana.

    Escrachar este mafioso é pouco. Ele deveria ser escalpelado em praça pública como se fosse um índio, pois ele de fato se comporta como se fosse um. 

    É um erro tratar com urbanidade quem se comporta como um bárbaro.

    Jucá pode ter sido eleito senador, mas o lugar dele é na Papuda (com direito a sessões de Pimentinha, Telefone, Submarino, Cadeira do Dragão e Pau-de-arara).

    Pronto, disse tudo. 

  2. Bola fora, Nassif.
    Nós
    Bola fora, Nassif.
    Nós escrachamos, eles estupram.
    A constituição, as leis, o processo legal, o que estiver no caminho deles.
    O nosso escracho não faz nem cócegas neles.

  3. Olho por olho
    Tem sim q ser comum essas situações. E se o esculacho vem de lá então q repercuta e as pessoas deem sua opinião. Melhor revoltados do que conformados.

  4. No caso

    de Jucá, o da suruba, o do “acordão nacional com STF, militares, com o capeta… com tudo… pra estancar a sangria”, a mulher disse alguma mentira, cometeu calúnia?

  5. Prezado Nassif,
    Há quanto

    Prezado Nassif,

    Há quanto tempo sofremos escrachos no cotidiano da vida, escrachados em nossos direitos pela classe politica, pelo judicário e pela polícia.

    Seu aviso de quem escracha pode também ser escrachado não levou em conta nossa condição e alinha-se a postura de que além de corno, deve-se ficar manso.

     

    Abs

    Matosalem

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