De barões da mídia brasileira a palhaços internacionais, por Fábio de Oliveira Ribeiro

De barões da mídia brasileira a palhaços internacionais

por Fábio de Oliveira Ribeiro

A decisão proferida pelo Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em favor de Lula é um fato. A validade e eficácia dela é incontornável, pois deriva do livre exercício da soberania brasileira em três momentos (assinatura do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, a adesão ao Protocolo Facultativo referente ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e a introdução de ambos na legislação nacional através do Decreto Legislativo nº 311/2009). Não por acaso um dos maiores juristas brasileiros disse que a decisão em favor de Lula é obrigatória e sua violação apequena o país.

O fato e sua consequência, porém, produziram uma reação irracional da imprensa brasileira. Os telejornalistas dizem que a decisão não é obrigatória, um deles chegou a afirmar que ela se trata de fake news.

A imprensa brasileira já tinha se isolado do mundo ao apoiar a fraude do Impedimento, pois a deposição de Dilma Rousseff foi noticiada na Europa, EUA e Ásia como sendo um verdadeiro golpe de estado. Os barões da mídia se isolaram ainda mais do resto do mundo ao tentar impor uma narrativa que não corresponde aos fatos e às suas consequências jurídicas em relação à liminar concedida a Lula pelo Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. 

O telejornalismo deveria ter uma função: proporcionar aos cidadãos informações essenciais e úteis para que eles possam, com liberdade, tomar decisões racionais e proveitosas para suas próprias vidas. Essa função (enunciada no art. 221, da CF/88), entretanto, deixou de existir. Há décadas a missão da imprensa “… não é informar sobre os temas que noticia, mas sincronizar a sociedade, e para tanto deve impor aos consumidores de mídia a visão do tempo específico dessa cultura. Se entre as culturas dos receptores da mídia de um lado, e dos agentes dos acontecimentos, de outro, há diferentes relações com o tempo, os fatos em si vão parecer desajustados no papel que lhes é destinado pela mídia ‘do outro’.” (Jornalismo e desinformação, Leão Serva, Editora Senac, 2a edição, São Paulo, 2001, p. 127/128). Leão Serva chegou à conclusão de que o jornalismo tanto informa quando desinforma. A conclusão dele, porém, já foi superada.

A julgar pela maneira como os telejornais noticiaram a liminar dada a Lula pelo Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, somos obrigados a admitir que na fase atual a imprensa brasileira, especialmente a televisada, se limita a desinformar os brasileiros. Os barões da mídia parecem acreditar que a desinformação generalizada sincronizará a sociedade de maneira a dar uma aparência de legitimidade aos abusos cometidos pelas autoridades dentro do país. Fora do Brasil, entretanto, a sincronia continuará a ser outra e o abismo entre a realidade e a ficção tende a explodir no exato momento em que começarmos a sofrer as consequências da violação da decisão em favor de Lula.

As demonstrações de ódio jornalístico à autoridade dos 54,5 milhões de votos atribuídos a Dilma Rousseff e aos direitos humanos de Lula (formalmente reconhecidos por um órgão da ONU ao qual o Brasil livremente aderiu) são evidentes. A imprensa brasileira, especialmente as redes de TV, agem como se pudessem criar uma realidade alternativa em que as ilegalidades cometidas pelas autoridades brasileiras se tornam legítimas. Portanto, os donos dos meios de produção das notícias agem inspirados pela máxima de Trasímaco (século IV a.C.): “a justiça não é nada mais do que a conveniência do mais forte.” Mas isso não quer dizer que possamos chamá-los de sofistas.

Os sofistas gregos possuíam “…duas funções importantes em comum com o antigo chefe cultural: a de exibir seus extraordinários conhecimentos, os mistérios de sua arte, e ao mesmo tempo a de derrotar seus rivais nas competições públicas. Nele estão presentes, portanto, os dois fatores principais do jogo social da sociedade arcaica: o exibicionismo e a aspiração agonística.” (Homo Ludens, Johan Huizinga, Perspectiva, 8a edição, São Paulo, 2014, 163). Os barões da mídia não tem mais qualquer função civilizatória, pois tudo o que eles fazem desde 2016 e empurrar o país para um ciclo interminável de mentiras que acirram o conflito de classes provocando recessão econômica, desemprego, desespero e exclusão social. Não só isso.

Ao desacreditar tanto uma decisão do Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos quanto a Constituição Federal e o Decreto Legislativo , os barões da mídia estão ajudando juízes sedentos de poder e gananciosos a destruir a credibilidade do Poder Judiciário. O resultado desta ação não será anda bom nem para os cidadãos, nem para os juízes. Os episódios de violência coletiva contra imigrantes venezuelanos na região norte demonstram que o Brasil não está prestes a explodir. De fato nosso país já está implodindo. Portanto, não podemos chamar os barões da mídia de sofistas. Eles são apenas palhaços internacionais e os juízes brasileiros que se colocaram ao lado deles serão agentes do próprio infortúnio.

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

6 Comentários

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  1. Os barões da mídia querem foder a todos nós, brasileiros

    Se Lula não for candidato, Brasil será punido

    No Blog da Cidadania

    19 de agosto de 2018eduguimDestaqueReportagemTodos os posts 

    A mídia vai prejudicar a minha, a sua, a nossa vida independentemente de sermos de direita, de esquerda ou muito pelo contrário. Um especialista em Direito internacional explica por que o Brasil está OBRIGADO a cumprir a decisão da ONU de que Lula TEM que ser candidato na eleição deste ano.

    Carlos Alberto Sardemberg não é jurista, não é versado em Direito Internacional e nem é economista. Mas se mete a desafiar todos os mais experimentados economistas e juristas do mundo.

    Antes de falar dele e da onda de fake news que está sendo vomitada pelos maiores órgãos de imprensa do país, porém, o Blog da Cidadania precisa comentar outro fato – em causa própria.

    Na imagem acima você viu algumas das muitas matérias do Blog da Cidadania sobre o processo aberto pela defesa de Lula na ONU em meados de 2016, quando denunciou ao organismo multilateral a investida do juiz Sergio Moro contra o ex-presidente.

    A partir dali, o Blog da Cidadania começou a afirmar que a ONU acolheria o pleito do ex-presidente simplesmente porque a perseguição contra si era – e continua sendo – escandalosamente falsa.

    Nesse período, milhares de bolsomínions – e, pasmem, até certos esquerdistas – começaram a afirmar que Eduardo Guimarães estava vendendo falsas esperanças ou que não sabia o que dizia.

    Bem, os fatos estão aí.

    OBS: A matéria é muito mais extensa

    MATÉRIA COMPLETA:https://blogdacidadania.com.br/2018/08/se-lula-nao-for-candidato-brasil-sera-punido/ 

     

  2. Fabio

    Fiz um comentario em outro post que vai na mesma direção desse seu artigo: a imprensa nacional enfiou o pé na jaca e não tem como sair dela sem levar junto toda sua sujeira. Foram atras da Lava Jato sem filtro, acusando o PT e Lula de qualquer coisa e daqui para a frente a coisa tende a piorar para essa farsa que não se sustenta.

    Outro dia, fiz um comentario num post seu sobre o lançamento do livro “A Verdade Vencera” que tomou doril. Nele pedia para você dar mais detalhes sobre a fala nesse evento da advogada Walesca Zanin sobre a relação advogado-cliente, no caso ela e os Crisitano Zanin e Lula, que muito me tocou pelo pouco que disse. 

  3. “Revista bandida” demite em

    “Revista bandida” demite em massa e dá golpe indenizatórios em seus funcionários demitidos

    ABRIL DEMITE E NÃO PAGA

    20/08/2018

    247 – Na manhã de 6 de agosto, os funcionários da Editora Abril foram surpreendidos pelo fechamento de revistas do grupo e pela dispensa em massa de jornalistas, gráficos e administrativos. Nos dias seguintes, os números estavam em torno de 800 profissionais. Ao todo, 11 títulos foram encerrados. Na vida particular dos empregados da Abril, as medidas têm sido devastadoras. Segundo o Comitê dos Jornalistas Demitidos da Abril, “a empresa desligou de forma injusta, sem negociação com as entidades de representação trabalhista e sem prestar esclarecimentos oficiais”.

    Em 15 de agosto, nove dias após o início das demissões, a Abril entrou com pedido de recuperação judicial (acatado pela Justiça) incluindo nesse processo todas as verbas rescisórias dos dispensados e também a multa de 40% sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. “Ou seja, um dia antes do prazo final para indenizar integralmente os ex-funcionários, a empresa realizou a manobra, fazendo crer que as duas ações (demissão em massa e pedido de recuperação judicial) foram arquitetadas em conjunto, tendo como um dos seus objetivos não pagar os empregados”, diz o comitê.

    “Além disso, suspendeu a prestação de contas (antiga homologação), não liberou a chave para o saque do FGTS e as guias do seguro-desemprego, deixando os demitidos sem nenhuma cobertura financeira. Quando tentam contatar o RH, recebem informações contraditórias – portanto, os demitidos permanecem no escuro”, acrescenta.

    De acordo com o comitê, “a Editora Abril há muito vem descumprindo outros compromissos com as mulheres e os homens que se doaram e participaram bravamente de um esforço cotidiano para que a empresa se recuperasse da crise pela qual enveredou”. “Um exemplo: os profissionais desligados em 2017 e no começo deste ano viram suas indenizações sendo pagas em parcelas, algo considerado ilegal. Com a recuperação judicial, eles tiveram as parcelas finais congeladas. Assim, pessoas que não mantêm vínculo com a empresa há pelo menos sete meses se encontram listadas como credoras e impedidas de receber o que resta. Foram também atingidos fotógrafos, colaboradores de texto, revisão e arte, que, igualmente, não verão o seu dinheiro”, disse. 

    “Deixemos clara nossa profunda indignação com o fato de a família proprietária da Editora Abril – que durante décadas acumulou com a empresa, e com o nosso trabalho, uma fortuna na casa dos bilhões de reais – tentar agora preservar seu patrimônio e não querer usar uma pequena parte dele para cumprir a obrigação legal de nos pagar o que é devido. Por fim, é preciso considerar o prejuízo cultural da medida. Com o encerramento dos títulos Cosmopolitan, Elle, Boa Forma, Viagem e Turismo, Mundo Estranho, Guia do Estudante, Casa Claudia, Arquitetura&Construção, Minha Casa, Veja Rio e Bebe.com, milhares de leitoras e leitores ficaram abandonados”, continua.

    O comitê afirmou que, “para a democracia brasileira e para a cultura nacional, a drástica medida representa um enorme empobrecimento. Morrem títulos que, ao longo de décadas, promoveram a educação, a saúde, a ciência e o entretenimento; colaboraram para a tomada de consciência sobre problemas da sociedade; formaram cidadãos e contribuíram para a autonomia e o desenvolvimento pessoal de todos os que liam e compartilhavam a caudalosa quantidade de conteúdos produzidos pelas revistas impressas, suas versões digitais ou redes sociais”. “Nada foi colocado no lugar desses veículos, abrindo enorme lacuna na história da comunicação no nosso país”.

    Segundo a entidade, “parte da crise, sabe-se, é global e impactou a imprensa do mundo inteiro. Outra parte deve-se ao fato de a Abril ter perdido o contato com a pluralidade de opiniões e se afastado da diversidade que caracteriza a população brasileira. Uma gestão sem interesse no editorial sucateou as redações, não soube investir em produtos digitais e comprometeu a qualidade de suas publicações sob o pretexto de ‘cortar custos’. Além disso, deu ouvidos apenas a executivos e consultorias, sem levar em consideração os profissionais da reportagem e o público”.

    “Neste momento difícil para toda a nação, com o desemprego se alargando, nós, jornalistas demitidos, estamos organizados e contando com o apoio do Sindicado dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo. Também estamos unidos às demais categorias – gráficos e funcionários administrativos. É uma demonstração de tenacidade na defesa da integralidade dos nossos direitos e um sinal de prontidão para enfrentar as necessárias lutas que virão. Não pedimos nada além do que o nosso trabalho, por lei, garantiu”.

    Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/365878/Abril-demite-e-n%C3%A3o-paga.htm

     

  4. O barões da mídia sabem hoje,

    O barões da mídia sabem hoje, que pisaram na jaca. Mas devem seguir com o golpe até o final das eleições. Se vencerem, ou seja, se conseguirem excluir Lula da disputa, em janeiro de 2019  chutam seus pitbuls das redações  e limpam a merda dos ventiladores mas não da história.  Se lula vencer e tomar posse, os barões vão tentar uma conciliação, restando saber se Lula aceitará.  Uma nova conciliação será o fim do PT.

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