EBC critica TV Brasil no caso Palocci

O episódio mostra virtudes do sistema de governança da EBC. A “acusação” à TV Brasil é a de demorar para veicular uma notícia que não havia sido confirmada. Bastou para que o conselho fosse corretamente acionado.

É acachapante qualquer comparação com o que ocorre na Fundação Padre Anchieta, assim como o silêncio da mídia sobre o tema. Jornalistas foram afastados por meras críticas ao governo do estado ou por terem levantado o tema pedágio nos seus programas, os principais informativos da casa amplamente politizados.

Por raquel_

É irônico o Estadão reclamar da cobertura jornalística alheia…

Do Estadão 

Conselho critica omissão da EBC no caso Palocci

Câmara de Jornalismo afirma que TV Brasil, emissora controlada pelo governo, demorou a veicular notícias sobre o enriquecimento do ministro

BRASÍLIA – A Câmara de Jornalismo do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) recomendou à TV Brasil que passe a noticiar as denúncias que envolvem o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, em suspeita de tráfico de influência.

A Câmara de Jornalismo do conselho curador é a instância máxima da EBC. De acordo com levantamento feito por essa Câmara, do dia 16 a 20 de maio a TV Brasil deixou de veicular as notícias sobre o suposto enriquecimento ilícito de Palocci. A notícia com as informações de que o patrimônio de Palocci havia aumentado 20 vezes em quatro anos foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo no dia 15, mas só foi citada na TV Brasil pela primeira vez no dia 20.

No dia 31 os integrantes da Câmara de Jornalismo convocaram reunião do Conselho Curador da EBC e decidiram que, a partir de agora, “as informações em caráter de denúncia, com temas de natureza política e institucional, que se relacionem direta ou indiretamente com instituições e/ou pessoas físicas vinculadas ao Poder Público Federal”, serão “objetos de cobertura jornalística dos veículos públicos da EBC.” As recomendações foram enviadas à diretoria da EBC no dia 1º.

A EBC custa aos cofres públicas cerca de R$ 450 milhões por ano. Foi criada em 2008 pelo ex-presidente Lula com a promessa de que seria pública, desvinculada de interesses políticos.

A recomendação feita pela Câmara de Jornalismo – que leva o número 01/2011/CCE/CC – argumenta que “o interesse público desta informação, a oficialização de investigação da denúncia por autoridade competente, a defesa dos acusados, a mobilização por parte da sociedade civil e/ou de partidos políticos em relação ao tema, bem como as reflexões de interesse público suscitadas pela informação original, devem compor e orientar a cobertura jornalística da EBC”.

A Câmara de Jornalismo também orienta para que informações envolvendo o governo federal “sejam tratadas de forma editorialmente unificada por todos os veículos públicos da EBC, evitando coberturas díspares e desconexas”. Por fim, determina que as “informações sejam tratadas de forma a apresentar à sociedade elementos, perspectivas e pontos de vista que contribuam para a compreensão ampla dos fatos e suas implicações, colaborando para que os usuários tenham condições de refletir sobre as diferentes variáveis envolvidas”.

A diretora-presidente da EBC, Tereza Cruvinel, reconheceu que a TV Brasil demorou a entrar no assunto Palocci. Isto, segundo ela, porque a TV tem por obrigação ouvir o outro lado. “A denúncia saiu no dia 15 e nos dias seguintes o outro lado não se manifestou. Mas quando o assunto começou a ferver no Congresso, com pedido de CPI e entrada do procurador da República no caso, nós passamos a noticiar.”

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