Em gravação, Renan expõe influência de jornais na Lava Jato

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Durante a conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o senador Renan Calheiros expôs o papel da imprensa na crise política do Brasil e no processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Renan e Machado citam Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha de S. Paulo, João Roberto Marinho, das Organizações Globo, uma funcionária não identificada da Folha, outro do Uol e o colunista Gerson Camarotti, da Globo.
 
Em determinado momento do diálogo, Sérgio Machado chama a atenção do senador para a antecipação da imprensa sobre etapas da Operação Lava Jato: “Renan, na semana passada, não sei se tu viu, um material que saiu na quinta ou sexta-feira de um cara aqui do Uol, um jornalista aqui, dizendo que quinta-feira tinha viajado às pressas… E que estava sendo montada operação no Nordeste com Polícia Federal, o caralho, na quinta-feira”, disse, em referência à 24ª fase da Lava Jato, que mirou no ex-presidente Lula, no dia 4 de março.
 
“Então, meu amigo, a gente tem que pensar como é que a gente encontra uma saída para isso aí, porque a imprensa…”, emendou Machado, temendo as consequências da falta de controle político sobre o avanço da Operação, sob o consentimento de meios de comunicação. 
 
“Não vê essa matéria do Camarotti [Gerson Camarotti, comentarista de política da Globo]?”, recordou-se Renan Calheiros. Na trancrição disponibilizada pela Folha, o nome do jornalista foi omitido, ao contrário do que revela o áudio. O GGN apurou que faziam referência à reportagem “‘Sei que posso ser preso a qualquer momento’, diz Renan Calheiros“, publicada no dia 10 de março deste ano. Na matéria, o colunista afirma que Renan “fez um desabafo que surpreendeu a todos os presentes”, durante jantar com senadores tucanos e peemedebistas. “Ao falar do ambiente de imprevisibilidade da operação Lava Jato, Renan disparou: ‘Eu sei que posso ser preso a qualquer momento. Há dois anos estão tentando isso'”, publicou.
 
“Só se [você] fosse um imbecil”, respondeu Machado, em ironia à publicação de Camarotti. “Como é que tu vai sentar numa mesa para negociar e diz que está ameaçado de preso, pô? Só quem não te conhece. É um imbecil [o jornalista]”, apontou. “É, tem que ter um fato contra mim”, completou Renan. “Mas mesmo que tivesse, você não ia dizer, porra, não ia se fragilizar, tu não é imbecil”, disse. 
 
“Agora, a Globo passou de qualquer limite, Renan”, ressaltou o ex-presidente da Transpetro.
 
Em seguida, o presidente do Senado contou que havia agendado “uma conversa inicial com o governo”, nos dias seguintes de março, e a presidente Dilma lhe disse que uma “conversa dela com João Roberto [Marinho] foi desastrosa”. Durante o diálogo relatado por Dilma a Renan, a presidente teria “reclamado” sobre o posicionamento e atuação dos jornais da rede Globo na crise política. “Ele [Marinho] disse que não tinha como influir. [Dilma] disse que tinha como influir, porque ele influiu em situações semelhantes, o que é verdade”, contou Renan. 
 
“E ele [Marinho] disse que o que está acontecendo é um efeito manada no Brasil contra o governo”, contou o senador, expondo o posicionamento admitido pela Rede Globo.
 
Em trecho seguinte, Renan disse que também havia conversado, ele próprio, com alguma funcionária da Folha, sem especificar se era jornalista, executiva, diretora, etc. “A conversa com a menina da Folha foi muito ruim. Com Otavinho [Otavio Frias Filho, a conversa] foi muito melhor”, disse. “Otavinho reconheceu que tem exageros, eles próprios têm cometido exageros”, teria admitido o diretor do jornal paulista. 
 
E seguiu: “com o João [Roberto Marinho], veio com aquela conversa de sempre, diz que não manda, que não influencia, que hoje é muito difícil”, disse Renan, reforçando a fala da presidente Dilma, que alertou a Marinho o tratamento “diferente” para “casos iguais”. “[Dilma] disse a ele: João, não é, é porque vocês tratam diferentemente de casos iguais. Nós temos vários indicativos. E ele disse o seguinte: isso virou uma manada, uma manada, está todo mundo contra o governo. Quer dizer, uma maneira sutil de dizer ‘acabou'”, contou o senador à Machado.
 
Leia mais: 
Renan intermediou em nomeação de Lula para a Casa Civil como saída da crise
O estadista Renan e as pegadinhas de Sérgio Machado
 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

32 Comentários

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  1. É urgente a criação de um

    É urgente a criação de um portal de notícias para contrapor a velha mídia, já isse em outros blogs,o Nassif poderia criar um. É fato que existe os blogs progressista, mas é preciso ir além. Por exemplo, o aposentado que quer saber o resultado da mega-sega ele entra na globo.com, no UOL, Folha e afins e acaba se informando de política nesses sites sob a ótica e versão deles. Isso acontece também para quem vai ver o resultado do futebol, vai querer saber sobre o lançamento de um smartphone, aquele que quer ter mais informações sobre um desastre natural ou aéreo, para a adolescente que quer ler a entrevista do seu artista favorito, entre outros assuntos. Quantos milhões de brasileiros entram em portais de notícias só para saber de futebol? Tentem só imaginar onde os juízes, promotores e policiais deste país leem notícias na internet, mesmo que o assunto não seja política, seja o lançamento de um filme, por exemplo, sempre vai ter uma chamada em destaque tratando de política nos sites, e é ali que eles acabam se informando – pensem o quanto isso contribui para chegarmos onde estamos hoje. Por isso, em que pese o grande trabalho dos blogs, etc; não é suficiente o alcance, é preciso diversos portais de notícias progressistas, senão a velha mídia vai continuar a mandar e desmandar no país. Pense nisso Nassif. Num país que tem uma imprensa como a nossa, não se pode esperar que a História um dia conte o lado da verdade – é preciso mostrá-la todos os dias.   

    1. Business

      “É urgente a criação de um portal de notícias para contrapor a velha mídia, já isse em outros blogs,o Nassif poderia criar um. É fato que existe os blogs progressista, mas é preciso ir além…”

      Para contrapor a velha mídia são  necessários possuir os  “3 C”  : Capital,  Competência empresarial e Credibilidade. 

      A “nova mídia” possui estas ferramentas?

      1. acho eu

        A nova mídia com a credibilidade, o  josé adailton a folha globo veja estadinho nem capital nem competência empresarial, apenas as tetas dos governos.

  2. É urgente a criação de um

    É urgente a criação de um portal de notícias para contrapor a velha mídia, já isse em outros blogs,o Nassif poderia criar um. É fato que existe os blogs progressista, mas é preciso ir além. Por exemplo, o aposentado que quer saber o resultado da mega-sega ele entra na globo.com, no UOL, Folha e afins e acaba se informando de política nesses sites sob a ótica e versão deles. Isso acontece também para quem vai ver o resultado do futebol, vai querer saber sobre o lançamento de um smartphone, aquele que quer ter mais informações sobre um desastre natural ou aéreo, para a adolescente que quer ler a entrevista do seu artista favorito, entre outros assuntos. Quantos milhões de brasileiros entram em portais de notícias só para saber de futebol? Tentem só imaginar onde os juízes, promotores e policiais deste país leem notícias na internet, mesmo que o assunto não seja política, seja o lançamento de um filme, por exemplo, sempre vai ter uma chamada em destaque tratando de política nos sites, e é ali que eles acabam se informando – pensem o quanto isso contribui para chegarmos onde estamos hoje. Por isso, em que pese o grande trabalho dos blogs, etc; não é suficiente o alcance, é preciso diversos portais de notícias progressistas, senão a velha mídia vai continuar a mandar e desmandar no país. Pense nisso Nassif. Num país que tem uma imprensa como a nossa, não se pode esperar que a História um dia conte o lado da verdade – é preciso mostrá-la todos os dias.   

    1. A batalha perdida

      da internet foi decisiva neste processo todo. Revoltados On Line e assemelhados fizeram um estrago tão grande…
      Mais do que ir para as ruas lutar, hoje, mais inteligente, lutar “teclando”.

      Da mesma maneira que ninguem segurava Lula na sua primeira eleição, hoje, dificilmente se barraria a mídia e os agentes golpista neste triste episódio de nossa jovem democracia.

       

  3. O que não entra na minha

    O que não entra na minha cachola é ver a Folha divulgando essa conversa escabrosa, abrindo a todos como se dão os acordos, ou possíveis acordos entre políticos e a direção dessas empresas de comunicação.

    Talvez tenha adiandatado parte de uma conversa, que já está sob o crivo das investigações da justiça, no fito de ganhar credibilidade como sendo o furo da reportagem, já que logo mais, querendo ou não, a divulgação sairia de outras fontes.

    O que me deixa revoltada é ver e sentir como Dilma foi bombardeada esse tempo todo por uma quadrilha de gangsters. Pelo que se tem notícia, esses papos se deram quando todos ainda faziam parte do governo dela, fazendo tramóias as mais diversas pelas costas de quem lhes deu crédito.

    Ainda temos muito a saber desses ministros de Temer. Um deles tá no fio pra ser defenestrado. Refiro-me a Henrique Alves. 

    Acredito mesmo no disse Jucá de que os ministros do STF estão putos com Dilma. Isto tanto é verdade que ela, como Presidente, já não podia abrir a boca que logo aparecia um problema pra o que dissera. O caso da não-nomeação de Lula a prova cabal de que Dilma não era personna grata entre esses vestais. E fosse o STF uma corte respeitável, o mesmo que fizera com Lula estaria já agora fazendo contra Jucá e todos mais que estão nessas conversas a declararem o desejo de terminar com a Lava Jato, que não foi o que disse Lula em nenhuma vez, mas eles, em suas ilações, porque desejam como tantos ver Lula detrás das grades.

    E ainda havia quem achasse que o juiz que fosse indicado por Lula e Dilma estariam jogando o jogo deles. Foi exatamente o contrário que vimos nesse início de século. Lula e Dilma tem sido tratado por esses canalhas com um desprezo jamais visto. Quem tem todo apoio de quem o indicou são os tucanos em relação a Gilmar. Este não sai de sua coerência, sempre se declarando tucano, independente do feio papel que represente. 

        1. Vou desenhar

          Serra=Folha

          Folha=Serra

          AA vc acha que se o Serra não tivesse interesse em detonar o Jucá, iria sair estas gravações?

          Vc acha mesmo que Chancelaria era o que ele queria?

          Saiu correndo da Argentina, achando que iria pegar o Planejamento.

          Vc sabe até melhor do que eu, que Serra é Folha e Folha é Serra.

          Aliá a simbiose destes dois é tanta, que não duvido que ele seja sócio oculto da Folha.

  4. O PT erra muito quando

    O PT erra muito quando adianta suas ações para a imprensa. Dizer agora que vão usar o áudio de Jucá com o malandro para a defesa de Dilma pode não dar certo, se de repente o STF julgar impróprio ou outra coisa. 

  5. Nassif, assistimos e lemos
    Nassif, assistimos e lemos muitas coisas e gostaria de saber se é o peso da maçonaria que faz acontecer fatos que tem dois pesos e duas medidas.
    Porque o Aecio sempre poupado, porque a maioria dos dep federais, senadores, juízes, mídia parecem estar num lado de muita proteção sempre para o mesmo grupo.
    O poder interior é maçom. Set maçom e ser do mal?
    Porque??

    1. Damião, ser maçon conspirador

      Damião, ser maçon conspirador é sim ser do mal. Não conheço um único maçon (e te digo que conheço e convivo com muitos), que não estivesse “trabalhando” e muito para a derrubada de Dilma e do PT. Portanto, a maçonaria tem sim uma enorme contribuição, negativa, diga-se, com o que estamos vivendo hoje no Brasil. Eles estão em todas a esferas, MP, PF, Judiciário, partidos em geral e princialmente na nossa maravilhosa e lastimável classe média.

  6. CUnha e Mourão

    Nassif, nas suas brilhantes avaliações de todo o processo golpista gostaria de dar minha modesta contribuição para o cronograma dos golpistas.

    Parece-me que por uma razão ainda não bem definida os golpistas não estavam ainda cronometrados com o Deptº de Estado/EUA e precipitaram o golpe, talvez para impedir a ascensão de Lula ao governo, talvez por outra razão e aí o Aloysio Nunes foi correndo aos EUA para explicar porquê eles não esperaram a decisão final que viria de lá. CUnha, o chefão, e demais destacados golpistas (gilmar, temer, fhc, janot, entre outros) fizeram como o general Mourão que avançou sobre o script do golpe de 64.

    1. Pois é estou me fazendo a

      Pois é estou me fazendo a mesma pergunta. O que vem atrás disso? Deve ter uma pegadinha bem ruim para a Dilma, Lula, PT e nós os que vamos para a rua e ninguém liga a mínima. 

  7. JUCÁ E AS PROVAS DO GOLPE – réplica ao artigo de Helio na FSP

    A propósito do comentário de Helio hoje na Folha de S. Paulo, enviei a ele o email abaixo:

    “Hélio Schwartsman Lua de queijo

    Queda do ministro Jucá enfraquece tese do PT sobre ‘golpe’ “

    A propósito do comentário de Helio hoje na Folha de S. Paulo, enviei a ele o email abaixo:

    “Hélio Schwartsman Lua de queijo

    Queda do ministro Jucá enfraquece tese do PT sobre ‘golpe’

    Amigo, as gravações do Jucá não foram divulgadas pelo Sergio Moro nem pela PF, muito menos pelo MPF.

    Por quem, então?

    EDUARDO CUNHA.

    Se for o caso então, ao contrário do que você escreve – como prisioneiro da própria lógica – realmente foi um golpe, cujo porta voz é a Rede Globo.

    Vanio Coelho
    jornalista aposentado.

    A propósito: quando Dilma afirmou que impeachment SEM CRIME é golpe, a TV Globo engessou 3 ministros do STF (Carmem Lucia, Toffoli e Celso de Mello) que juraram que o impeachment não é golpe porque está na Constituição. Mas a constituição TAMBÉM assegura que impeachment só vale se existir crime.

    Como até agora nada foi provado ainda – o Senado tem 180 dias para provar se houve crime – das duas uma: ou aqueles 3 não entendem de Constituição, ou o que é mais provável, eles foram MANIPULADOS pela TV Globo.
    Afinal, qual a pergunta que o repórter fez aos ministros:

    A DILMA DISSE QUE IMPEACHMENT sem crime É GOLPE ou
    A DILMA DISSE QUE IMPEACHMENT É GOLPE?

    Como aqueles 3 ministros são constitucionalistas, o mais provável é que a TV Globo manipulou a pergunta, omitindo o SEM CRIME.
    E aí , estamos ou não estamos diante de um golpe? Analistas estrangeiros dizem que sim, eles que não são atingidos pela manipulação dos PIG.

    O que o Hélio tem de inteligente tem também de educado, mas passadas 12 horas ele aida não resppondeu ao meu comentario.

     

     

     

    C

     

    1. ERESPONDEU

      P.S.: Helio respondeu a meu post. Seu email registra a hora:15:39, mas só agora entrou no meu PC. Deixo de publicar a resposta dele pois não solicitei permissão.

  8. Folha: Diário Oficial do Serra

    Não me surpreenderá nem um pouco se daqui a alguns anos se descobrir um contrato de gaveta de compra e venda e que os Frias são apenas testas de ferro de Serra à frente da Folha, que ele teria adquirido durante o seu governo.

    Quem acredita que a fortuna pessoal de filha de Serra é só dela acredita em qualquer coisa. 

    Não acredito nessa simpatia quase amor que o jornal nutre por ele, aí tem coisa.

    Engana-se muito quem pensa que o Serra não sabe jogar o jogo político. O que ele não sabe é jogar limpo, é um conspirador nato. Não tem aliados ou amigos, tem serviçais, seguidores ou, inimigos. O golpe no golpe deixa o PMDB e Aécio arrazados politicamente e Serra limpinho e foratlecido nessa história pronto para operar com mão de gato, como gosta.

    O serra é o rei dos dossiês. Tem pra tudo e pra todos. 

    O golpe foi dado pra cima principalmente do PMDB que agora precisa se por em guarda, não apenas contra o PT e o povo mas principalmente e primeiramente contra o inimigo interno, o fogo não tão amigo serrista. 

    Terá condições de opor resistencia em duas frentes de batalha, a serrista que quer empalmar o poder e o povo que quer retomar legitimamente o que lhe foi tirado atravéz do golpe?

    A contimuar essa luta fratricida entre golpistas, o governo pode cair no colo da Dilma sem grandes esforços

    Bem, mas eu é que não vou ficar de boas assistindo. bora lutar pelo que é nosso e nos foi roubado. 

  9. Culpa do PT

    E o Boechat hoje na BAND FM…

    Boechat é do tipo que aborda temas que vão do penico à bomba atômica num piscar de olhos…

    Primeiro explicou que o vazamento divulgado pela Folha nada tinha em relação com a Lava Jato…

    Depois, para explicar que a Lava Jato não havia sofrido nenhuma influência dos bandidos do PMDB e que, portanto, não se tratava de golpe, disse que os vazamentos da Folha comprovaram isso. E mais, que a Lava Jato estava indo de vento em popa com as mega-operações dos últimos dias…

    Pausa para vomitar….

    Xepa, resto de feira, repescagem…

    Ainda não terminei de vomitar…

    Gilmar Mendes inocentando Jucá em sentença pública …

    Agora só sobrou bíles…

     

     

    1. Boechat, Ken?

      Olha, não se entende como que é que esse cara, mesmo num jornal muito ruim como a Band, se mantém. É um tipo Boris Casoy: as velhinhas gostavam porque ele produzia certezas que não exigiam esforço por parte do ouvinte. Mas, o que intriga é que, hoje, essas velhinhas não existem mais!!!!

      Enfim, o cara vive de que?

  10. Revisão no dicionário

    Há que se fazer uma revisão nos dicionários de português do Brasil, acrescentando o sinônimo inaudível ao verbete corrupta.

    Quem ouviu o áudio de Renan em 8m10s sabe do que estou falando.

  11. Motivos da Folha

    São motivos dos EUA, por tabela do Serra, por tabela dos tucanos.

    A mesma mão que, num momento de disputa interna tucana, anos atrás, escreve “pó para Governador!” (referindo-se ao Aecim), desta vez, utilizando-se do grampo, queimou bastante o filme do Aecim perante qualquer possibilidade deste pretender se candidatar para 2018.

    A experiência Collor / Itamar mostra que o verdadeiro butim está na eleição que se segue, asfixiando as chances populares e – pelo que se vê – também aspirações do PMDB, levantando a bola para um sucessor tucano. No caso Collor, o impeachment veio a tirar as chances do Lula ou do Brizola ganharem a eleição seguinte. Itamar não seguiria. Então deram o Ministério da Fazenda e botaram o plano Real embaixo do braço do FHC, para este se projetar.

    No caso de hoje, um delfim tucano deve-se preparar para 2018, matando desde já as chances populares e do PMDB e, de tabela, levantar a bola de um tucano, desde que este não seja Aécio. O mais óbvio então é o Serra, talvez o “delfim” projetado pelos EUA nesta sua mão golpista.

  12. Fica a pergunta: porque tudo

    Fica a pergunta: porque tudo isto está vindo a tona? A Folha ficou insatisfeita com sua parte no butim? É golpe no golpe? É armação do Cunha para mostrar até onde vai seu poder de fogo? 

    Tenho minha hipótese: é golpe no golpe, planejado por obra e graça do Tio Sam. Querem arrasar os partidos, muito resistentes as privatizações em larga escala, porque precisam das estatais para sobreviver. Arrasados os partidos até os alicercer (e com boa dose de propaganda da Globo) ficaria mais fácil vender a ideia de que privatizar tudo (especialmente a Petrobras) seria uma forma de acabar com a corrupção na política. E os coxinhas iam aplaudir de pé esta solução.

    Sei lá, acho que viajei na maionese, mas, de repente,  vai que é isso mesmo….

  13. Caro Nassif
    Bastou o Renan

    Caro Nassif

    Bastou o Renan confirmar, aquilo que até o mundo mineral sabia, para então se tornar verdade, o apoio da mídia no golpe??!!!

    A ministra golpista Rosa Weber terá que entrar em uma outra definição, talvez ectoplasma.

    A mídia quer mais do que o prometido, por isso os vazamentos.

    Saudações

  14. Coitados dos meus botões…

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    Apesar de o vazamento das gravações de três nomes de peso do PMDB lançarem luz sobre a natureza do processo político que vivemos, tendo por isso valor didático e factual, não posso deixar de me incomodar com algumas questões que gostaria de compartilhar:

    1 – A gravação e publicação de conversas em caráter privado, sem a autorização dos seus participantes, não constitui crime? Ainda mais quando as figuras em questão são o presidente do Senado Federal, um ex-presidente da República e um ministro de Estado? Não nos esqueçamos também da exibição espetaculosa do grampo ilegal de uma conversa entre a presidente da República e Lula.

    2 – Que tipo de imprensa é essa que se sente tão à vontade para publicar essas gravações? Será essa a nova normalidade instaurada em nosso país? Estaremos nós tolerantes frente a essas violações? O voyeurismo é mais forte que o direito? Aboliu-se o direito à privacidade? Será esse o verdadeiro Big Brother (!!!) Brasil?

    3 – Se as gravações foram feitas no mês de março, qual a razão do timing de sua publicação? Por que justo agora? Qual o objetivo da Folha de São Paulo com esse ato? Conteúdo desse tipo jamais seria publicado sem alguma espécie de cálculo. Então, qual seria? Por que a Folha lança a público constrangimentos contra o seu próprio dono (Otavinho) e contra João Roberto (Marinho)?

    Fico perplexo, e me pergunto se mais graves que os arrochos fiscal e salarial não seriam os arrochos legal e moral. O que está por trás dessas questões me dá arrepio na espinha. Sinto que é algo muito sinistro.

  15. 3C+ Nós+Din-din … ou Adeus!

    Se quisermos ter um contraponto vamos ter que contribuir com uma assinatura. Isso mesmo. Pagar! Por força da profissão, durante anos fui assinante de uma porrada de porcarias. Inclusive Veja, Estadão, Exame, Folha, Época etc (glup..urgh). Mas não eram tão ruins, gente! Gastava uma grana legal com assinaturas. Então não adianta ficarmos aqui cobrando dos blogueiros sujos força, empenho, bravura etc. Precisa de grana. Precisa de 100 mil carinhas pagando 50 contos (no mínimo). Para ter uma redação com bons jornalistas, e um depto jurídico segurando a peteca. Pq hoje os caras sabem como asfixiam caras como o Nassif, o Azenha, o Eduardo, o Nogueira.. o proprio PHA e mais uns 10 bravos blogueiros que não me lembro agora. Massacram os blogs com processos na Vara de Pinheiros entre outras onde os blogueiros NUNCA têm razão. Para termos um contraponto vamos ter que pagar. Ou, anotem aí, não vai demorar para não termos mais blogs como esse. E não vai ser por falta de bravura. É por que o Nassif e outros blogueiros não terão grana para bancar os processos perdidos. Eles sabem que grana é o calcanhar de Aquiles da mídia alternativa. É isso!

  16. A mídia tem influência, mas é menor do que ela propaga

     

    Patricia Faermann,

    Tinha alguns argumentos para trazer aqui para este post “Em gravação, Renan expõe influência de jornais na Lava Jato” de quarta-feira, 25/05/2016 às 17:36, mas há mesmo muitos outros posts para onde eu gostaria de levar mais argumentos meus ou de outros. Pensei primeiramente em ir ao post “Populismo: um mal de direita e esquerda, por Marcos Villas-Bôas” de terça-feira, 24/05/2016 às 10:57, pois antes de ontem saiu um artigo de Martin Wolf no Valor Econômico cujo original “How to defeat rightwing populism” fora publicado ontem no Financial Times. O endereço do artigo no Financial Times é:

    https://next.ft.com/content/b6c2c176-1e7a-11e6-b286-cddde55ca122

    Na pesquisa no Google vê-se que o artigo foi publicado também na Folha de S. Paulo de hoje, quarta-feira, 25/05/2016. Na Folha de S. Paulo, o endereço do artigo que recebeu o título de “Como derrotar a direita populista” é:

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/martinwolf/2016/05/1774871-como-derrotar-o-populismo-de-direita.shtml

    No jornal Valor Econômico o título do artigo é “Como vencer o populismo de direita” e ele pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.valor.com.br/opiniao/4576597/como-vencer-o-populismo-de-direita

    E o endereço do post “Populismo: um mal de direita e esquerda, por Marcos Villas-Bôas” aqui no blog de Luis Nassif é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/populismo-um-mal-de-direita-e-esquerda-por-marcos-villas-boas

    Pretendia dar um consolo para Marcos Villas-Bôas, autor do artigo “Populismo: um mal de direita e esquerda” que dera origem ao post “Populismo: um mal de direita e esquerda, por Marcos Villas-Bôas”, pois me parecera que o artigo de Martin Wolf era mais fraco do que o artigo dele que eu achei muito vago e preconceituoso. O artigo de Martin Wolf é menos vago, mas é muito mais preconceituoso.

    Um dos preconceitos que extravasa de modo forte no texto de Martin Wolf é chamar Donald Trump de populista. Donald Trump é populista no sentido de que ele está conseguindo uma aproximação muito grande com a massa de eleitores de direita. Ocorre que Donald Trump não acredita em muito do que ele diz e o populista seja de direita seja de esquerda acredita no que ele diz. E se populistas de hoje continuam defendendo as mesmas teses de populistas de antanho é porque o meio acadêmico ainda não impôs um entendimento sobre o assunto.

    Pessoas como Donald Trump também não merecem se desqualificadas com o que eu chamo de demagogo que é alguém que divulga slogans, argumentos ou idéias que ele, o demagogo, sabe trata-se de mentira. Donald Trump não chega a ser um líder carismático, algo que os demagogos em geral não são, mas ele tem um grande domínio da mídia, o que não é comum entre os demagogos, pois esses tornam demagogos exatamente pela dificuldade de convencer o público com os argumentos que ele, o demagogo, acredita. Para Donald Trump é indiferente se ele acredita ou não no argumento, o importante é que ele sabe como atingir o eleitorado que ele interessa atingir pelo domínio que ele tem do uso da mídia. Ele é mais seu próprio marqueteiro.

    Discorro sobre esse assunto do populismo aqui neste post “Em gravação, Renan expõe influência de jornais na Lava Jato” porque me parece que cabe relacionar esta questão do populismo, da demagogia com o que se discute aqui neste post sobre a influência da mídia e de certo modo sobre o apoio da mídia à campanha contra o PT e contra a presidenta Dilma Rousseff.

    Há um comentário aqui do Carlos Mujica enviado quarta-feira, 25/05/2016 às 18:19, em que ele propõe a criação pela esquerda de um portal de notícias que possa fazer frente à mídia de direita ou à grande mídia ou ao PIG e que recebeu uma resposta crítica de José Adaílton V Ribeiro que embora seja uma resposta crítica de alguém da direita e tenha recebido apenas uma estrela, é uma resposta correta.

    Segundo José Adaílton V Ribeiro para se contrapor ao PIG, ou à velha mídia, como a havia chamado Carlos Mujica, “são necessários possuir os “3 C”: “Capital, Competência empresarial e Credibilidade””. Não vou entrar no mérito de até que ponto José Adaílton V Ribeiro saiba exatamente o que ele diz, mas a mídia que permanece e que cresce é aquela que conta com esses três itens: “Capital, Competência empresarial e Credibilidade”. Aliás, Donald Trump, no uso da mídia para alcançar a consciência do público a que ele se destina, espraia capital, competência empresarial e credibilidade.

    Um dos grandes problemas para a esquerda é que a grande mídia precisa desses três ingredientes: capital, competência empresarial e credibilidade e esses três ingredientes são formadores de mentalidades de direita.

    O capital da grande mídia ou é de terceiros, ou seja, é de banqueiros ou é próprio. Se é próprio significa que a empresa de mídia acumula capital. A acumulação de capital em si já revela alguém como de direita, mas dito desta forma aparentemente não constitui um requisito suficiente para tornar alguém de direita. Ocorre que quem acumula capital é o capitalista que se, de per si, por acumular capital, deve ser visto como de direita, o é ainda mais quando se percebe que a acumulação se dá através de mais valia.

    Eu, entretanto, atribuo a outro fator, a tendência de o empresário ser de direita. Para isso eu lembro aqui o critério que eu considero mais em conta para fazer a distinção entre a esquerda e a direita. A esquerda privilegia a justiça e a direita privilegia a eficiência. Para acumular capital em um sistema capitalista é preciso ser eficiente. Um dos grandes conflitos que existe principalmente no sistema capitalista é entre o princípio da eficiência e o princípio da igualdade.

    Um empresário que emprega 100 trabalhadores e percebe que se ele demitir os 10 menos eficientes ele pode vender o produto dele muito mais barato, terá mais possibilidade de sobreviver em um sistema capitalista se ele optar pela eficiência e não pela justiça. Um empresário justo que sentisse desumanidade em demitir 10 pessoas apenas porque elas não foram aquinhoadas com o dom da eficiência seria um empresário de esquerda, mas não teria condições de sobreviver em um sistema capitalista. Um dos aspectos da competência gerencial é saber cortar custos.

    Então dois dos “três c” que seriam apanágio da velha mídia segundo José Adaílton V Ribeiro são verdadeiramente irrefutáveis. E o grande segredo da que eu chamo grande mídia é a credibilidade. E a grande mídia tem credibilidade porque um segundo aspecto da competência empresarial é saber aumentar receita. E para aumentar receita é preciso ter credibilidade. E a credibilidade da mídia advém do fato de que ela não bate na crença do seu leitor ou do seu ouvinte ou do seu telespectador. Este é o grande segredo. E se ela bate, é um bater de leve, apenas para mostrar que a crença oposta a do leitor ou ao do ouvinte ou ao do telespectador é verdadeiramente uma crença minoritária.

    De certo modo essa percepção da grande mídia como veículo de credibilidade tem um significado muito além do que o termo aparenta ter. A grande mídia tem credibilidade não porque ela convence as pessoas, mas porque ela não as desconvence, ou de forma mais rasteira, a grande mídia não faz a cabeça das pessoas, mas sim as pessoas fazem a cabeça da grande mídia.

    Durante muito tempo eu utilizava em minha argumentação sobre a influência da mídia, uma propaganda do jornal Folha de S. Paulo que dizia que a Folha de S. Paulo era um jornal de rabo preso com o leitor. A Folha de S. Paulo deve ter percebido que um dia essa frase ia virar contra propaganda e então deixou de utilizar a frase, mas essa é uma realidade de toda a grande mídia: toda ela tem o rabo preso com o leitor ou o ouvinte ou o telespectador.

    Sobre a questão da influência da mídia, eu venho mencionando um post que apareceu aqui no blog de Luis Nassif contendo um artigo de autoria de Rafael Araújo, Professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo e da PUC-SP, intitulado “A cegueira branca do Estado e o gigante iluminado” dando origem ao post com o mesmo nome “A cegueira branca do Estado e o gigante iluminado” de quinta-feira, 20/06/2013 às 15:10 e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-cegueira-branca-do-estado-e-o-gigante-iluminado

    O artigo é um dos muitos que analisaram as manifestações de junho de 2013. E no parágrafo que eu transcrevo a seguir, o Rafael Araújo diz tudo que eu falei acima e ainda vou falar mais um pouco abaixo. E o Rafael Araújo foi bastante sucinto. Disse ele lá no artigo “A cegueira branca do Estado e o gigante iluminado”:

    “É verdade que as manifestações revelam um descontentamento da população e uma falência do sistema de representação política. Há uma crise de racionalidade pelo fato do Estado de direitos não ser capaz de cumprir com aquilo a que se propõe. Os articulistas têm repetido isso como um mantra, mas até que ponto trata-se de uma crise exclusivamente brasileira? Até que ponto podemos associar o descontentamento do povo ao descaso e à corrupção? Esse é o raciocínio de superfície que estrutura os meios de comunicação tradicionais e que está por toda parte: nas músicas, filmes e novelas, nos sermões e discursos políticos, nas conversas de bar e de família, nas fábricas e escritórios, nas ruas e praças. Se todo o público que consome notícia pensa dessa forma rasa, como esperar que a velha mídia se comporte de outra maneira? São empresas que precisam de anunciantes, dizem e escrevem o que o espectador quer ouvir e ler. O jogo é esse. As fontes de informação dizem aquilo que se quer ouvir, assim garantem a audiência. Afirmar isso tem um fundo de perigo, principalmente quando estamos em um período de desequilíbrio como agora, porque essa afirmação significa ampliar as responsabilidades também para os receptores”.

    Agora nada agrada mais a grande mídia do que a acusar de ser capaz de fazer aquilo que ela não faz, isso é, de a acusar de fazer a cabeça das pessoas. Quem ganhou a eleição de Fernando Collor de Mello contra Lula foi o carisma de Fernando Collor de Mello que ele posteriormente concorreu para destruir, e uma população um tanto de direita pronta a receber o discurso de Fernando Collor de Mello. Para a Rede Globo, no entanto, foi ela que fez a edição do debate de modo a assegurar a vitória de Fernando Collor. Os que se deixam convencer pela Rede Globo de que ela foi quem deu a vitória a Fernando Collor até que é em número muito grande, mas são pessoas que não tem por exemplo o conhecimento que um Donald Trump tem da capacidade da grande mídia. O meio é a mensagem, mas o receptor recebe a mensagem antes do mensageiro. Donald Trump sabe disso e só divulga mensagens já conhecidas e acreditadas.

    E um argumento que penso já o expressei anteriormente. A esquerda tem um grande trunfo para derrotar a grande mídia. Basta abandoná-la. Não é que a esquerda seja muito grande e a ausência da esquerda entre seus leitores ou entre seus ouvintes ou entre seus telespectadores venha a enfraquecer a grande mídia. Trata-se mais de um resultado de longo prazo. No longo prazo a grande mídia vai cada vez mais parecer com o que ela é: apenas um centro de difusão ou dispersão das idéias da direita.

    A grande mídia não é um centro de criação de ideias. A crítica que se fez ao governo da presidenta Dilma Rousseff é a mesma crítica que se fez ao governo do presidente Barack Obama e que, por sorte de Barack Obama, foi uma crítica derrotada em 2012 e com a recuperação ainda que lenta da economia americana tornou-a cada vez mais inverossímil. Infelizmente para a esquerda no Brasil, a crítica equivocada que se fez e se faz tanto ao primeiro como ao segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff vai prevalecer, pois com o impeachment a crítica tornou-se vitoriosa.

    E para perceber quão retrograda e atrasada é a crítica da direita, serve como exemplo dessa caducidade, a crítica que se faz ao aumento dos gastos públicos. Trata-se de uma crítica que talvez fizesse sentido no final da década de 80 do século XIX quando Adolphe Wagner mostrou, com o que ficou conhecida como Lei de Wagner, que a medida que aumentava a renda per capita de uma população aumentavam as reivindicações dessa população por mais e melhores serviços públicos. Não há como atender o aumento das reivindicações a não ser com o aumento dos gastos. E evidentemente dependendo da situação econômica ao aumento de gastos deve corresponder aumento de receita.

    As manifestações de junho de 2013 eram em muito uma forma de ratificação da Lei de Wagner. O aumento de gastos públicos é então o leito natural das políticas públicas e ficar contra isso é voltar-se para um passado cada vez mais distante. No entanto este discurso contra o aumento dos gastos públicos é o que mais se vê na mídia.

    Resta então à esquerda afastar-se da grande mídia, e com esse afastamento a grande mídia vai sentir-se desestimulada a empregar as vozes do contraditório e vai cada vez mais parecer com um grande blog da direita. Será ruim verificar que alguns dos representantes da esquerda na grande mídia vão ficar desempregado, mas a internet é um caminho aberto e amplo que deverá cada vez mais ser utilizado por essas vozes da esquerda antes empregada pela grande mídia. A internet é então uma opção ainda que ela também sofre do problema de se isolar entre os seus. Na internet quem não abre o leque para todos os tipos de opiniões acaba virando um nicho estreito de um grupo cada vez menor. Com poucos leitores não só se reduz a venda como também os anúncios.

    Esse problema de se isolar quando se mantém um padrão uniforme de opinião é bem conhecido aqui do blog de Luis Nassif. Foi por ter feito críticas sistemáticas ao primeiro e segundo governo da presidenta Dilma Rousseff que Luis Nassif tem entre os leitores dele pessoas das mais diversas ideologias. Todo o esforço de Luis Nassif é tornar o blog dele eclético, exatamente para enfrentar o risco de o blog se tornar um nicho de um grupo pequeno de pessoas com a mesma opinião.

    É de se observar, entretanto, que a forma que Luis Nassif utiliza para fugir desse risco, isso é buscar no ecletismo de manifestações alcançar todas as ideologias é o mesmo modelo utilizado pela grande mídia. E há, em razão disso, o risco maior de se tornar um acumulador de capital com competência empresarial e credibilidade.

    E Luis Nassif conquista credibilidade quando por exemplo faz destaque para uma opinião aparentemente contrária a dele. Foi o que ocorreu antes de ontem junto ao post “O xadrez do grampo de Jucá” de terça-feira, 24/05/2016 às 07:01, de autoria dele. Trata-se de um bom texto em que ele procura desvendar o porquê do vazamento, o porquê da demora do vazamento, quem lucra com o vazamento do grampo de Jucá, etc. Ele não tem a resposta precisa e apenas lança indagações, fazendo conjecturas, mas mesmo assim o post se destaca e há afirmações como a seguinte que valem bem serem mais vezes reproduzidas:

    “De uma vez só, as gravações enfraquecem a banda peemedebista do governo Temer, aceleram sua aproximação maior com o PSDB e inviabilizam Aécio Neves.

    É pouco?”

    O trecho transcrito merece destaque porque ali se compreende uma parte importante do golpe, principalmente no que diz respeito ao seu comando. É claro que sendo o PMDB um partido nacional, sendo o PSDB um partido paulista e sendo o golpe do impeachment patrocinado pela FIESP, há o interesse para que o comando do golpe esteja adstrito à região de São Paulo, e pode-se concluir disso que as indagações de Luis Nassif não precisam de muito estudo para serem desvendadas.

    De todo modo, o que me chamou atenção foi um comentário que Luis Nassif trouxe para destaque quase o incluindo como um adendo do post. Trata-se do comentário de Felipe Lopes enviado terça-feira, 24/05/2016 às 12:50, que foi por Felipe Lopes intitulado de “O processo de impeachment teve inúmeros atores” e em que ele diz o seguinte:

    “E isso complica a teoria conspiracionista. Sem dúvidas a classe política abandonou o barco da Dilma quando viram que ela não evitaria o colapso econômico em que nos meteu e que tampouco os salvaria da Lava-Jato. No entanto, há muitos outros atores. Hélio Bicudo faz parte da conspiração? Ricardo Lewandowsky faz parte da conspiração? E apesar disso querem fazer parecer que o Serra foi articulador de tudo. Se fosse, ele seria um gênio político muito mais brilhante que qualquer outro que já passou por essas terras, e conseguiu mobilizar uma quantidade impressionante de pessoas em prol de seu plano maligno. No entanto, é óbvio que Serra é muito mais medíocre que isso. Dilma armou sua própria cama ao devastar a economia e a sua própria base política. O resto é puro e simples efeito manada da classe podre que nos domina. É claro que inventar inimigos externos é o meio mais fácil de anular o senso crítico da militância (a esquerda intelectualizada sabe disso, mas não usa seus ferramentais analíticos aplicados ao seu próprio discurso, e o nome disso é má fé). A verdade verdadeira é que, com seus erros, Dilma abriu a porteira para uma classe política assustada se mover da única maneira que ela sabe para se salvar. O “xadrez” em jogo na verdade é o do “cada-um-por-si-e-salve-se-quem-puder”. Mas a esquerda brasileira sempre prefere a mistificação a encarar a realidade. Considero a mim mesmo de esquerda, mas nunca engoli essa manipulação cara de pau….”

    O texto que aparentemente é um contraditório ao post de Luis Nassif, só o é aparentemente. Nada do que Felipe Lopes critica foi apresentado nem como um argumento nem como uma conjectura por Luis Nassif. A crítica dele é provavelmente a outros comentaristas que apresentam a torto e a direito teorias conspiratórias fáceis de serem contraditadas. O que fica de relevante no texto são afirmações como:

    “Sem dúvidas a classe política abandonou o barco da Dilma quando viram que ela não evitaria o colapso econômico em que nos meteu e que tampouco os salvaria da Lava-Jato.”

    Ou

    “Dilma armou sua própria cama ao devastar a economia e a sua própria base política.”

    E finalmente:

    “A verdade verdadeira é que, com seus erros, Dilma abriu a porteira para uma classe política assustada se mover da única maneira que ela sabe para se salvar.”

    O comentarista Roberto Pivante, em comentário enviado na quarta-feira, 25/05/2016 às 00:08, fez a pergunta que qualquer um que acompanha o governo da presidenta Dilma Rousseff gostaria de fazer “Quais erros a Dilma cometeu?”. Não que a presidenta Dilma Rousseff como ser humano que é não tenha cometido erros, mas a afirmação genérica dos erros da presidenta Dilma Rousseff se acoberta exatamente nessa constatação: a presidenta Dilma Rousseff é humana e, portanto, cometeu erros e, portanto, qualquer um pode acusa-la de ter cometido erros.

    Não há resposta de Felipe Lopes, mas se ele fosse oportunista, teria dito que são os mesmos que Luis Nassif vem apontando nos quase seis anos do governo da presidenta Dilma Rousseff. Aqui cabe lembrar que às vezes quem abusa da generalidade é o próprio Luis Nassif. Como exemplo cabe lembrar uma vez que alguém fez a crítica a acusação de caráter genérico à presidenta Dilma Rousseff e teve como pronta resposta de Luis Nassif uma espécie de pergunta em que ele dizia algo como, então você vai querer dizer que a presidenta Dilma Rousseff não cometeu erros?

    Alias, foram tantas e tão fortes as críticas de Luis Nassif à presidenta Dilma Rousseff como condutora das políticas públicas do governo federal, que há mais tempo um comentarista que ficou melindrado com as críticas que recebera junto ao comentário dele alegou em sua defesa que Luis Nassif fizera críticas muito mais duras à presidenta Dilma Rousseff, e ninguém criticara a Luis Nassif.

    E que se diga em defesa de Luis Nassif que ele durante os últimos seis anos, vem mencionando com detalhes o que ele considera como erros da presidenta Dilma Rousseff. Resumindo: a presidenta Dilma Rousseff cometeu o erro da política de energia elétrica (Para mim trata-se de uma espécie de QE brasileiro com viés de favorecer o setor exportador), cometeu o erro da política de desoneração da folha de pagamento (Para mim também se trata de uma espécie de QE brasileiro com viés de favorecer o setor exportador), cometeu o erro da política de preços de combustíveis que prejudicou o pró álcool (Para mim o pró álcool que explora as melhores terras brasileiras não pode ser beneficiado em detrimento da segurança alimentar e se contabiliza o álcool e o açúcar vai-se verificar que foi o setor que menor sofreu os reflexos da recessão e mesmo antes do aumento dos preços de combustíveis a partir de 2015 não teve o impacto negativo que outros setores enfrentaram). Além disso e ainda segundo Luis Nassif, a presidenta foi teimosa (Não há uma explicação convincente do que seria ser teimosa e nem uma explicação de como seria ruim para a gerência pelo executivo do setor público que o gerente maior fosse teimoso) e foi republicana não admitindo o fisiologismo que seria representado por um acordo com Eduardo Cunha.

    Eu defendo o fisiologismo, mas não considero como válido o acordo de Dilma Rousseff com Eduardo Cunha. É claro que hoje, depois do impeachment e se for reconhecido que se houvesse a aliança com Eduardo Cunha não haveria o impeachment, pode-se dizer que ela errou nessa questão.

    Agora, é preciso entender que nunca houve por parte da esquerda nenhuma voz que mostrasse que a esquerda estava errada em não apoiar um acordo com Eduardo Cunha. E não creio que o acordo com Eduardo Cunha representasse a aceitação do fisiologismo. O fisiologismo de Eduardo Cunha está mais próximo da ilicitude do que do fisiologismo. O Eduardo Cunha já era visto da pior maneira possível pela esquerda. O próprio Luis Nassif fez post tratando o Eduardo Cunha como um político que causaria espanto se ele não fosse o que se diziam dele.

    E não me consta que ser republicano como me parece ser o caso da presidenta Dilma Rousseff, seja empecilho para a boa governança. Talvez a Dilma Rousseff seja republicana não por mérito dela, mas porque ela não tem competência para não ser republicana. De todo modo não há uma teoria da administração pública que mostre que ser republicano seja um óbice a boa prática governamental.

    O que há de errado na presidenta Dilma Rousseff é a crença dela, fruto de ser uma técnica e não uma política, de que o fisiologismo, considerando este como consistindo de atos lícitos e legítimos e imprescindível para a realização do processo de composição de interesses conflitantes, não pode ser utilizado pelo chefe de executivo de natureza republicana.

    Este erro da presidenta Dilma Rousseff é comum a todo técnico sem vivência política e é mais comum na esquerda. A esquerda não aceita o fisiologismo, mesmo quando se trata de instrumentos lícitos, pois imagina que defendendo conceitos, argumentos ou ideias que representam o interesse maior da nação, esse interesse maior da nação não pode ficar restringido pelo interesse menor de um representante.

    Este entendimento da esquerda está correto quando o interesse maior da nação é conhecido, o que ocorre quando o interesse maior da nação é expresso em conceito, argumento ou ideia com caráter de cientificidade. É evidente que quando se sabe cientificamente qual o interesse maior da nação, interesses fisiológicos não poderão se sobrepor ao interesse maior da nação. Ocorre, entretanto, que raramente o interesse maior da nação é conhecido e quando conhecido nem sempre ele tem o caráter de cientificidade.

    Fiz referência ao post “O xadrez do grampo de Jucá” de terça-feira, 24/05/2016 às 07:01, de autoria de Luis Nassif e penso que vale deixar a seguir o link para o post que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-xadrez-do-grampo-de-juca

    Há ainda outros posts ou artigos que eu gostaria de mencionar aqui. Quando eu falei do capital da grande mídia sendo originado ou de empréstimos nos bancos ou de acumulação de capital eu lembrei de um artigo cujo link eu encontrei no blog de Mark Thoma “Economist’s View”. O blog de Mark Thoma é um dos mais informativos que eu tenho tido acesso. O Link geral para o blog é:

    http://economistsview.typepad.com/

    Diariamente, o blog de Mark Thoma “Economist View” traz links para diferentes artigos. Esta questão da influência da mída fez-me lembrar do artigo “Are Newspapers Captured by Banks? Evidence from Italy” que saiu no blog Pro Market. O artigo procura avaliar qual o grupo empresarial que exerce a maior influência nos jornais. O artigo foi publicado no The blog of the Stigler Center at the University of Chicago Booth School of Business. O endereço do artigo “Are Newspapers Captured by Banks? Evidence from Italy” é:

    https://promarket.org/are-newspapers-captured-by-banks/

    Embora o blog Pro Market esteja em site da Universidade de Chicago, mais propenso a divulgar artigos em defesa do mercado, o artigo não nega que “os jornais italianos são capturados pelos bancos”. E vale também indicar outro artigo, este intitulado “The Role of the Media in the Construction of Public Belief and Social Change” de autoria de Catheriune Happer e Greg Philo e que pode ser visto no endereço do Journal of Social and Political Psychology (JSPP) indicado a seguir:

    http://jspp.psychopen.eu/article/view/96/37

    Vale também deixar aqui transcrita a parte inicial da conclusão:

    “A informação que as pessoas recebem em relatos de mídia tanto pode legitimar as ações dos poderosos, e facilitar mudança no nível coletivo, mas também pode limitar e moldar os comportamentos dos indivíduos que são fundamentais para uma mudança social mais ampla. Há uma necessidade de examinar a relação entre crenças sobre o mundo e as conclusões políticas alcançadas por parte do público, a relação entre as conclusões políticas e a tomada de ação política, e entre estas conclusões e compromissos individuais e coletivos para a mudança comportamental. Nossa pesquisa mostrou que os meios de comunicação desempenham um papel de facilitador – na flexibilização através da ação política mediante repetição e reforço de mensagens da mídia, e a ausência de propostas alternativas – e também um possível papel na formação do comportamento, especialmente quando estes estão ligados a outros tipos de apoio estrutural”.

    E acrescentaria ainda sobre a questão da mídia e a influência dela no comportamento político das pessoas, o post “Sobre a criação de uma clima de pessimismo” de segunda-feira, 19/05/2014 às 15:38, de autoria de Andre Motta Araujo e publicado aqui no blog de Luis Nassif e que foi originado de um comentário dele junto post “O catastrofismo não tem amparo nos fatos” de segunda-feira, 19/05/2014 às 08:26, de autoria de Alessandre de Argolo.

    O comentário de Andre Motta Araujo que depois foi transformado em post buscou enfatizar que o clima de pessimismo não fora inventado pela mídia. Enviei segunda-feira, 19/05/2014 às 21:19, um comentário para Andre Motta Araujo lá no post dele que de certo modo no próprio título que eu dei para o meu comentário: “A grande mídia influi ainda que menos do que ela quer fazer crer” expressa a minha visão.

    E deixo a seguir o link para os dois posts. Primeiro para o post de Alessandro de Argolo “O catastrofismo não tem amparo nos fatos” que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/alessandre-de-argolo/o-catastrofismo-nao-tem-amparo-nos-fatos

    E agora para o post de Andre Motta Araujo “Sobre a criação de uma clima de pessimismo” que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/sobre-a-criacao-de-uma-clima-de-pessimismo

    E como penso em deixar mais alguns links nesse comentário, eu aproveito para voltar a falar do governo da presidenta Dilma Rousseff. A crítica geral é que ela cometeu muitos erros. Eu já disse várias vezes que como um ser humano ela não pode ficar imune a cometer erros. O que me espanta é como, quando analisando friamente, verifica-se que aquilo que é considerado como erro revela-se um grande acerto. Antes de ontem, mais por curiosidade, eu busquei alguns dados para conseguir situar a realidade brasileira da questão cambial durante os cinco anos e meio do governo dela, fazendo uma comparação da Rússia com o Brasil. Fiz o levantamento no site OANDA, para o item Histórico da Taxa de Câmbio no seguinte endereço:

    https://www.oanda.com/lang/pt/currency/historical-rates/

    O que se observa é que nos três primeiros anos de governo da presidenta Dilma Rousseff, ela procurou antecipar a desvalorização previsível do real que ocorreria aproximadamente em 2014 quando os Estados Unidos começassem a subir a taxa de juro. Utilizando os dados disponíveis seja na tabela seja no gráfico e levando em conta que eu peguei os dados de 09/01/2011, 01/01/2012, 06/01/2013 e 12/01/2014, e não fiz arredondamento rigoroso, observa-se na comparação do rublo com o real que o rublo desvalorizou só 3,4% em 2011, contra 11,4% do real, valorizou 4,9% (desvalorização negativa de – 4,99%) em 2012 contra desvalorização de 9,1% do real, e desvalorizou 8,6% em 2013 contra desvalorização de 16,6% do real. De 05/01/2014 em diante aconteceu o contrário. De lá até 22/05/2016 o rublo desvalorizou 100,0% e o real 49,6%. Já de 09/01/2011 até 22/05/2016, o rublo desvalorizou 113,9% e o real desvalorizou 111,7%.

    Os dados mostram que o governo se preparou para a desvalorização do real que era algo previsível que iria acontecer com todas as moedas da periferia. E comparativamente com a Rússia o país acabou fazendo a desvalorização antecipada. Pode ser que exista uma alternativa mais correta, mas em meu entendimento o proceder do governo da presidenta Dilma Rousseff fora o correto pois ajudava o setor industrial. Só que o terceiro trimestre de 2013 destruiu todo o planejamento do governo. E assim o governo teve que fazer a nova política econômica em 2015, com um PIB bem abaixo do que o governo tinha planejado chegar, e consequentemente com uma receita bem menor.

    E a política da desvalorização de 2015 que era prevista como sendo em um só ato, acabou se dando em três momentos. No final de 2014 e início de 2015m em razão da queda dos preços de commodities que ocorrera em outubro de 2014, depois no terceiro trimestre de 2015 em razão da segunda queda de commodities no meado de 2015 e finalmente no primeiro trimestre de 2016 em razão do aumento de juro pelo FED em dezembro de 2015.

    Menciono a previsibilidade da desvalorização do real porque até eu que não sou economista falava dela já no início de 2011 (E devo ter dito isso até antes) como mostra o trecho abaixo retirado de comentário meu enviado quinta-feira, 24/02/2011 às 14:29:00 BRT para Alon Feuerwerker junto ao post dele “Um problema de lógica (20/02)” de domingo, 20/02/2011, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://www.blogdoalon.com.br/2011/02/um-problema-logico-2002.html

    E transcrevo a seguir o que eu disse que demonstra a previsibilidade da desvalorização do real:

    “Se tudo repetir a crise de 1988, quando os Estados Unidos tiveram que conviver por um longo período com juros de quase zero, só a partir de 2012 . . . . haverá retomada do crescimento americano e em 2014 haverá o aumento do juro nos Estados Unidos que produzirá a fuga de dólares das economias em desenvolvimento, provocando crises semelhantes ao do México no início de 1995, a dos Tigres Asiáticos em 1997, a russa em 1998, a do Brasil nas crises anteriores e em 1999 e depois na crise da Argentina em final de 2000 . . . . depois na crise do Brasil da eleição de 2002”.

    É claro que o que era esperado não ocorreu desta vez do mesmo modo que da última vez, ou seja, em 1983, quando houve a máxima desvalorização do cruzeiro em 30%, em 1999 e em 2002. O aumento do juro que era esperado ocorrer em 2014, só se efetivou em dezembro de 2015 e tão logo houve o aumento do juro observou-se uma turbulência no mundo inteiro com repercussões no próprio Estados Unidos o que está impedindo o FED de realizar os quatro aumentos de juros que estavam previstos para ocorrer em 2016.

    Sobre essa influência do FED no mundo vale a pena dar uma olhada no artigo “The Monetary Superpower Strikes Again” de sexta-feira, 07/08/2015, de autoria de David Beckworth e publicado no blog dele Macro and Other Market Musings, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://macromarketmusings.blogspot.com.br/2015/08/the-monetary-superpower-strikes-again.html

    E lembrando do quanto informativo tem sido o blog de Mark Thoma, Economist’s View, deixo também o link para o dia 08/08/2015 onde vi a chamada pela primeira vez do artigo “The Monetary Superpower Strikes Again”. O link para “Links for 08-08-15” de sábado, 08/08/2015, no blog de Mark Thoma é:

    http://economistsview.typepad.com/economistsview/2015/08/links-for-08-08-15.html

    E resumindo na análise do governo da presidenta Dilma Rousseff, o que se observa é que o governo fez a política correta no primeiro governo e não obteve os resultados esperados, ao meu ver em razão do problema com os investimentos no terceiro trimestre de 2013. Com um PIB menor do que era o esperado, com os preços das commodities em queda e com um déficit elevado em transações correntes, o governo precisava fazer uma grande mudança da economia em 2015, que permitisse a adequação à forte e necessária desvalorização do real e que se criasse uma forte retração na economia para que a inflação não saísse do controle sob o aspecto político. Só que o que era para ocorrer em uma única etapa ocorreu em três e a previsão de redução da taxa de juros no segundo semestre de 2015 foi para o espaço e a queda do PIB se acentuou de tal modo que de ponta a ponta houve uma queda de quase 8% do PIB de 31/12/2014 a 31/12/2015. Como a queda do PIB medido pelo IBGE em 2015 só revelou uma queda de 4% em 2015, se a economia não cair em 2016 já está embutida uma queda de 4%.

    Se não bastasse o terceiro trimestre de 2013, destruindo todo o planejamento do governo, há que se atentar para a realidade mundial com a grave crise econômica que assola o mundo desde 2008. Essa grave crise com consequências econômicas sérias teve uma consequência política arrasadora para o governo da presidenta Dilma Rousseff e que foi o crescimento da direita. É um crescimento mundial com repercussões no Brasil. E no Brasil dada a tremenda desigualdade, um parlamento sempre majoritariamente de direita assumiu essa característica de modo ainda mais desproporcional com a crise econômica no Brasil.

    Sobre o crescimento da direita em época de crise eu deixo o link para o post “Recessão alimenta a criação de monstros da intolerância, por Laura Carvalho” de quinta-feira, 28/04/2016 às 14:39, aqui no blog de Luis Nassif consistindo de transcrição de artigo de Laura Carvalho “O mar está para monstros” publicado na Folha de S. Paulo de quinta-feira, 28/04/2016. O endereço do post “Recessão alimenta a criação de monstros da intolerância, por Laura Carvalho” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/recessao-alimenta-a-criacao-de-monstros-da-intolerancia-por-laura-carvalho

    Junto ao post “Recessão alimenta a criação de monstros da intolerância, por Laura Carvalho” há um comentário meu enviado quinta-feira, 28/04/2016 às 20:45, em que eu deixo o link para três artigos, um dos quais mencionados por Laura Carvalho, que abordam a questão do crescimento da direita em época de crises econômicas.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 27/05/2016

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