Estadão leva Prêmio Esso com especial Sangue Político

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Saiu o resultado do Prêmio Esso 2014 e o Estadão levou o principal do ano com especial produzido por Leonencio Nossa. A publicação em questão é um especial que revelou as conexões entre lideranças políticas e grupos de pistolagem e assassinatos. O caderno especial veio com o nome Sangue Político e levou 17 meses de apuração e pesquisa. Leia a reportagem do Estadão.

do Estadão

‘Estado’ conquista prêmio Esso por caderno sobre crimes políticos

Especial produzido por Leonencio Nossa é vencedor da principal categoria da mais tradicional premiação do jornalismo brasileiro

Estado conquistou o Prêmio Esso de Jornalismo de 2014, principal categoria da premiação. Com a publicação do caderno especial Sangue Político, de autoria do jornalista Leonencio Nossa, repórter da sucursal de Brasília, o jornal revelou as conexões entre lideranças políticas e grupos de pistolagem e assassinatos.

Sangue Político é o resultado de um esforço de reportagem que levou 17 meses de apuração e pesquisa. Com fotos de Wilson Pedrosa, o trabalho mostrou a violência na base da política brasileira. A equipe de reportagem viajou a 14 Estados para colher material que revelou a existência de crimes políticos no País em plena democracia. O levantamento de homicídios com motivação política foi feito em Tribunais de Justiça dos Estados, nos acervos de entidades de direitos humanos, nos arquivos de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), em delegacias de polícia e em cartórios públicos.

O caderno, publicado no jornal e na plataforma online, mostrava o número de assassinatos ocorridos desde a Lei da Anistia, em agosto de 1979, até outubro de 2013 e teve ampla repercussão. Foram 1.133 assassinatos em 34 anos – um crime a cada 11 dias no País. Dois em cada três inquéritos policiais sobre esses casos não apontavam os mandantes dos homicídios. Segundo os organizadores do prêmio, as reportagens foram consideradas pelos jurados uma “aula de jornalismo”, pela excelência metodológica e pela execução profissional. Após a publicação da reportagem, estudiosos da política brasileira afirmaram que ela mostrou a existência de “resquícios de coronelismo” no Brasil.

Herzog. Sangue Político também recebeu menção honrosa no Prêmio Latino-americano de Periodismo de Investigação, na Cidade do México e conquistou oPrêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. É a terceira vez que uma reportagem recebe o Esso principal e o Vladimir Herzog. Antes, apenas “O sequestro dos Uruguaios”, de Luiz Cláudio Cunha, da Veja, em 1979, e “O Acre de Chico Mendes, de Zuenir Ventura, do Jornal do Brasil, em 1979, ganharam os dois prêmios.

Também de autoria de Leonencio Nossa, o jornal publicou os cadernos “Guerras Desconhecidas do Brasil”, “Dos Andes ao Atlântico” e “Meninos do Contestado”, em parceria com o fotógrafo Celso Jr., e o especial sobre o arquivo do Major Curió. Todos os quatro trabalhos foram finalistas do Esso. Leonencio Nossa é autor de livros de investigação histórica, a exemplo de Mata!, editado pela Companhia das Letras, sobre as guerrilhas do Araguaia.

Cezar Alves/Gazeta do Oeste
Caderno especial revelou crimes políticos ocorridos no País em plena democracia. Na foto, registro do assassinato do então prefeito de Caraúbas (RN) e sua mulher, em 2001

 Leonêncio Nossa era um dos finalistas da Região Sudeste no prêmio, junto com outros 2 trabalhos publicados no Estado: A história secreta da “supergerente” Dilma com Pasadena, de Andreza Matais, Fábio Fabrini, Murilo Rodrigues Alves, Sabrina Valle e Cláudia Trevisan e As guerras esquecidas da África, de Adriana Carranca. Na categoria Fotografia, O Estado concorria com 3 trabalhos: Fora de Ordem, de Daniel Hatiro Teixeira; Em defesa da democracia, de Fabio Motta e Coronel da polícia é espancado no centro de SP, de Nelson Antoine.

Abaixo, a relação completa dos vencedores:

Prêmio Esso de Jornalismo 2014 – Leonencio Nossa, com Sangue Político, publicado no Estado de S.Paulo.

Prêmio Esso de telejornalismo – Fábio Pannunzio, Victor Sá, Anísio Barros, Denis Romani, Alziro Oliveira, Fernanda Chamlian, André Pereira, Fábio Nikolaus, Raphael Cadamuro e Diego Costa, com o trabalho ‘O avanço da maconha’, veiculado na Rede Bandeirantes.

Prêmio Esso de reportagem – Vinicius Jorge Sassine, José Casado, Danielle Nogueira e Eduardo Bresciani, com o trabalho ‘farra de aditivos na refinaria Abreu e Lima’, publicado no O Globo.

Prêmio Esso de fotografia – Domingos Peixoto, com a sequência de fotos intitulada ‘Crime à liberdade de imprensa’, publicada no jornal O Globo.

Prêmio Esso de informação econômica – Vicente Nunes, Antonio Temóteo, Celia Perrone, Deco Bancillon, Diego Amorim, Luiz Ribeiro, Nívea Ribeiro, Rodolfo Costa, Rosana Hessel, Paulo Silva Pinto, Simone Kafruni e Vera Batista, com o trabalho ’20 anos do Real’, publicado no Correio Braziliense.

Prêmio Esso de informação científica, tecnológica ou ambiental – Cristiane Segatto, com o trabalho ‘O lado oculto das contas de hospital’, publicado na Revista Época.

Prêmio Esso de educação – Daniel Barros, com o trabalho ‘A diferença começa na escola’, publicado na Revista Exame.

Prêmio Esso especial de primeira página – Humberto Tziolas, Joana Ribeiro, Giselle Sant’Anna, Eduardo Pierre, André Hippertt e Sidinei Nunes, com o trabalho ‘Não vai ter capa’, publicado no jornal Meia Hora (RJ).

Prêmio Esso de criação gráfica (categoria jornal) – Gil Dicelli, Luciana Pimenta, Guabiras e Pedro Turano, com o trabalho ‘sertão a ferro e fogo’, publicado no jornal O Povo (Fortaleza).

Prêmio Esso de criação gráfica (categoria revista) – Rafaela Ranzani, Fernando Luna, Alex Cassalho, Bruna Sanches e Ian Herman, com o trabalho ‘De olhos fechados’, publicado na Trip.

Prêmio Esso regional Norte/Nordeste – Júlia Schiaffarino, com o trabalho ‘Vidas partidas’, publicado no Diário de Pernambuco (Recife).

Prêmio Esso regional Centro-oeste – Mateus Parreiras e Luiz Ribeiro, com o trabalho ‘A nova fronteira da sede’, publicado no Estado de Minas.

Prêmio Esso regional Sul – Letícia Duarte e Félix Zucco, com o trabalho ‘Lições da turma 11F’, publicado na Zero Hora.

Prêmio Esso regional Sudeste – Guilherme Amado, com o trabalho ‘Os embaixadores do Narcosul’, publicado no jornal Extra (RJ).

Melhor contribuição à imprensa – Revista Piauí.

Melhor contribuição ao Telejornalismo – Equipe da Rede Bandeirantes, formada pelos jornalistas Rodrigo Hidalgo, Tony Chastinet, Camila Moraes, Alziro Oliveira, Eduardo Reis e Walter Colling, pelo trabalho ‘Vila Socó – A verdade apagada’.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. Curioso: a Esso virou Exxon, saiu do país …

    O “seu” Repórter Esso faleceu há muito, nem existe mais a “lua oval da Esso” no “alto do céu do Rio”, da carona que Caetano e Ruy filaram de “Inútil Paisagem” com o título “Paisagem Útil”..

    Mas continua firme o prêmio Esso.

    Mas para o (bom) jornalismo é válido, qualquer que seja o nome.

  2. Folha nota zero

    E a Folha, hein?

    Não levou um só escasso prêmio, nem de consolação, em nenhuma categoria.

    Sem mais perguntas, meritíssimo.

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