Explicação de Moro para a Lava Jato só atingir PT é um afago no ninho tucano

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Se o Congresso quiser anistiar o caixa dois eleitoral, a Lava Jato não está nem aí. Contanto que o decálogo anticorrupção planejado pelo Ministério Público Federal seja aprovado, a anistia não será combatida bravamente pela força-tarefa. Nem por Sergio Moro. Foi essa a análise de Helena Chagas sobre a entrevista que o juiz federal de Curitiba deu com exclusividade ao Estadão na semana passada. Mas há outras interpretações cabíveis.

Por exemplo: dessa entrevista, o Estadão extraiu conteúdo para um editorial, publicado nesta terça (8), mostrando como as palavras de Moro foram um tiro no peito do PT e um afago aos tucanos. O juiz rompeu com o jejum de exclusivas desde que a Lava Jato foi deflagrada para “prestar alguns esclarecimentos”. Entre eles, por que a operação não chegou ao PSDB com a mesma velocidade e intensidade com que atingiu o partido de Lula e Dilma Rousseff.

O teor da explicação de Moro praticamente recicla um argumento usado por tucanos para rebater as acusações da Lava Jato: “Considerando os casos que já foram julgados, há uma afirmação de que a vantagem indevida, a propina que era paga nos contratos da Petrobras, era dividida entre os agentes da estatal e os agentes políticos ou partidos políticos que davam suporte à permanência daqueles agentes da Petrobras em seus cargos. Nessa perspectiva, quando isso foi de fato comprovado, é natural que quem aparece nos processos seja exatamente aqueles agentes políticos que pertenciam à base de sustentação do governo.”

Na sequência, após a equipe do Estadão acrescentar que Moro só analisa as provas que a força-tarefa leva a ele, disse o juiz: “É errado pensar esses processos com os olhos da política partidária. O que acontece: o crime é investigado, se colhem provas desse crime, isso é objeto de uma ação penal e, ao final, o juiz vai julgar, condenando ou absolvendo. O juiz se move pelas provas, pela lei. Não tem nenhuma questão político-partidária envolvida.”

Mas a Lava Jato “vai poupar PMDB e PSDB”, emendou a equipe do Estadão, ao que Moro retrucou: “Processo é uma questão de prova. A atuação da Justiça, do Ministério Público e da Polícia não tem esse viés político partidário, na minha opinião. (…) O fato é que, contra quem tenha aparecido provas, tem sido tomadas as providências pertinentes.”

Contra tucanos, faltam provas

Moro já falou, em despacho, sobre essa falta de provas contra agentes tucanos, embora sequer fosse o juiz competente para analisar o caso da propina de R$ 10 milhões paga pelo grupo Queiroz Galvão a parlamentares do PSDB, supostamente intermediada pelo ex-presidente do partido, Sergio Guerra.

Em troca dessa propina, Guerra teria de dar um jeito de esvaziar os efeitos da CPI da Petrobras de 2009. Delatores disseram à força-tarefa que esses R$ 10 milhões não foram para enriquecimento pessoal exclusivo de Guerra. Membros da CPI tinham conhecimento desse acerto e, inclusive, uma parte seria destinada a abastecer caixas de campanha em 2010, quando José Serra concorreu à presidência contra Dilma.

Mas, segundo Moro, o Ministério Público não levou a ele “(…) prova de fato que houve essa destinação ou de que outros parlamentares do partido receberam o numerário ou participaram do crime.” Leia mais aqui.

O fator caixa 2

Há outro fator que facilita a vida do tucanato na Lava Jato.

As delações que são vazadas contra o partido e seus filiados geralmente são noticiadas como recebimento de caixa dois. É o caso de Serra e os R$ 23 milhões da Odebrecht. Suspeitas também foram levantadas contra Aloysio Nunes quando o senador concorria a vice-presidente na chapa de Aécio Neves. À época, as acusações foram respondidas com um argumento muito simples: é ilógico pensar que o PSDB se beneficiou de qualquer esquema de corrupção porque quem estava no Planalto e controlava a agenda de distribuição de cargos públicos era o PT.

Foi esse o teor do argumento usado por Moro, na entrevista ao Estadão, para explicar por que os partidos – principalmente o PT – das bases dos governos Dilma e Lula são os alvos preferenciais da Lava Jato.

O juiz também disse que o simples caixa dois não é o principal interesse da investigação, que prefere trabalhar com as conexões políticas nos governos do PT para separar propina de simples caixa dois.

“No caso da chamada Operação Lava Jato, o foco não tem sido propriamente no caixa 2 de campanhas eleitorais, mas no pagamento de propinas na forma de doações eleitorais registradas ou não registradas, ou seja, crime de corrupção. Então, embora a proposta [de aumentar a punição para o caixa 2, onde o Congresso vê brecha para emplacar uma anistia] represente aprimoramento da lei atual, não terá um impacto tão significativo nos processos da Lava Jato.”

Para o Estadão, essa entrevista de Moro “vem em boa hora” para “que se frustrem as artimanhas dos encalacrados na Lava Jato, especialmente os petistas, ansiosos para provar que são “perseguidos” por aquele juiz e pela força-tarefa da operação. Ora, como afirmou Moro, ‘se havia uma divisão de propinas entre executivos da Petrobrás e agentes políticos que lhes davam sustentação, vão aparecer (nas delações) esses agentes que estavam nessa base aliada’.”

PMDB no olho do furacão

Contudo, entre os grupos políticos que patrocinaram cargos na Petrobras está a bancada do PMDB na Câmara, na época de Lula, que tinha como liderança, citada em várias delações, Michel Temer. Pelo que os réus colaboradores revelaram, foi o PMDB que instituiu um mensalão com recursos da Petrobras. Chegaram a exigir de Nestor Cerveró R$ 6 milhões mensais para mantê-lo numa diretoria da estatal. 

Mas não se vê Temer – a quem José Carlos Bumlai teria pedido pessoalmente para manter Cerveró na Petrobras, patrocinado pelo PP – no olho do furacão desde a saída definitiva de Dilma. No máximo, quedas de ministros foram provocadas por uma imprensa que gosta de balançar governos – sejam eles eleitos ou não – e que, para isso, tirou algumas cartas fornecidas pela Lava Jato da manga. 

A entrevista de Moro mostra que a Lava Jato amarrou muito bem as pontas para fazer estragos políticos longe de um estilo indiscriminado. O Estadão, em seu editorial, celebra essa distinção. E destaca a sabedoria do juiz em reconhecer que a operação não vai acabar com a corrupção no Brasil. Vai, pelo menos, “melhorar a qualidade da democracia”. Mas não há que se falar em partidarismo, claro. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

29 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. U’a mão lava a outra

    Moro faz vista grossa para a anistia do Caixa 2 desde que haja empenho dos Caixeiros em aprovar suas medidas anti-corruptivas. U’a mão lava a outra.

    Mudando de pau prá cacete. Sérgio Moro e Deltan Dallagnol adoram dedo duro, digo, delatores premiados. Em sendo assim, será que eles deixarão esse novembro azul passar em branco?

  2. Nenhuma novidade. 
    Moro

    Nenhuma novidade. 

    Moro inocentou Alberto Youssef pelos crimes cometidos na era FHC e o perseguiu por crimes semelhantes que ele praticou na era Lula/Dilma.

    A militância política da atividade judiciária de Moro não é nem inocente, nem recente. 

    Num país sério Moro já estaria na cadeia junto com alguns de seus fidelíssimos amigos tucanos. 

    Mas como no Brasil tucano não vai preso… Moro segue em frente barbarizando o Direito e atacando os petistas com a Lei, sem a Lei e apesar do que na Lei consta. 

  3. O mestre dos mestres já

    O mestre dos mestres já dizia: tem gente que tem olhos mas não querem ver, tem ouvidos mas não querem ouvir. Se esses cidadãos não conseguem ver males em tucanos, exceto aquelas aves de nossas florestas, nem no PMDB não precisa mais comentários, isso já mostra quais os seus objetivos que estão começando a cair por terra…

  4. Traduzindo: a corrupção deixou de ser suprapartidária

    Antes, o Sérgio Moro afirmava que a corrupção era supra-partidária. Pelo visto, não é mais.

    “Os Ministros [do $TF] têm interpretado o artigo 317 do Código Penal ao pé da letra. O dispositivo diz que configura corrupção passiva “solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”. Dessa forma, ao receber dinheiro de campanha com origem ilícita e sem declaração à Justiça Eleitoral, um candidato poderá ser enquadrado como corrupto. A pena é de dois a 12 anos de prisão mais multa.

    Os dois primeiros votos de ministros do STF no item 6 do processo do mensalão recolocaram em debate a tese desenvolvida pela defesa dos réus do núcleo político de que os recursos recebidos por meio das empresas de Marcos Valério não passaram de caixa 2, o que seria um crime eleitoral e já prescrito. Barbosa afirmou em seu voto que “A AJUDA DE CAMPANHA CONSISTE EM VANTAGEM INDEVIDA E PODE INDUZIR A PRÁTICA DE ATO DE OFÍCIO. A declaração mostra o entendimento do ministro no sentido de que POR TRÁS DA FORMAÇÃO DO CHAMADO CAIXA 2 DE CAMPANHA EXISTE UM ATO DE CORRUPÇÃO.

    Caso a maioria dos ministros entenda que o caixa 2 deve ser considerado um crime de corrupção mesmo sem a comprovação de que houve uma contrapartida do agente público que recebeu a quantia – o ato de ofício -, cairá por terra a tese usada por advogados de réus do processo do mensalão. A leitura dos votos sobre o item continua nesta segunda-feira.”

    Propina e Caixa 2 foram confundidos no mensalão. Porque o Moro agora quer separá-los?

    Certamente é para acabar com o supra-partidarismo da corrupção.

  5. Os argumentos do juizeco são

    Os argumentos do juizeco são devastadores para ele mesmo. Revelam profunda hipocrisia, desfaçatez e traços de deboche, porque o próprio “zeco” se sabe inatingível.

    Porém a entrevista é pedagógica, pois nela, Moro, o “zeco”, admite com suas próprias palavras que a tal lavajato é uma fraude feita para ferrar o PT e livrar a cara do PSDB, que seu pai ajudou a fundar.

  6. PIG, moro, Fraude a Jato, MP, PF e PJ: tudo quadrilha

    Esta reportagem mostra aquilo que tenho afirmado. sérgio moro e seus comparsas da Fraude a Jato (do PJ, do MP e da PF) são uns rematados canalhas e contumazes criminosos. A Fraude a Jato é uma ORCRIM institucional. O PIG/PPV é uma ORCRIM institucional. As quadrilhas políticas das velhas oligarquias plutocráticas estão se refestelando em Brasília; a Fraude a Jato contribuiu para o golpe e contribui para  manutenção dessas quadrilhas políticas no poder.

  7. Se o juiz se move pelas provas…

    Se o juiz se move pelas provas, porque o Sérgio Moro aceitou a denúncia do MPF contra o Lula com base em convicções?

    “Provas são pedaços da realidade, que geram convicção sobre um determinado fato ou hipótese. Todas essas informações e todas essas provas analisadas como num quebra-cabeça permitem formar seguramente, formar seguramente a figura de Lula no comando do esquema criminoso identificado na Lava Jato.”

    “Precisamos dizer desde já que, em se tratando da lavagem de dinheiro, ou seja, em se tratando de uma tentativa de manter as aparências de licitude, não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento, pois justamente o fato de ele não figurar como proprietário do tríplex, da cobertura em Guarujá é uma forma de ocultação, dissimulação da verdadeira propriedade”, afirma o procurador.

    “Dentro das evidências que nós coletamos, a nossa convicção com base em tudo que nos expusemos é que Lula continuou tendo proeminência nesse esquema, continuou sendo líder nesse esquema mesmo depois dele ter saído do governo.”

    Apesar de ser Senador, o Aloysio Nunes não pode ser considerado corrupto porque não é do governo nem da sua base aliada mas o Lula que não tem qualquer cargo público pode ser considerado corrupto?

  8. Pra coxinha/trouxinha pode

    Pra coxinha/trouxinha pode funcionar e funciona, afinal, estão completamente globotomizados. Mas o fato é que os ladroes da Petrobras – que foram demitidos em 2012 – falaram com todas as letras, mais de uma vez, que vinham cometendo crimes continuados desde 96! Ou seja, com cúmpliceces e parlticipes da mesma UDN a qual Moro e sua esposa são ligados.

    A tese da prescrição é simplesmente ridícula, tanto quanto a subideologia do “sinistro projeto de poder petralha”, que a sustenta.

    Mais uma vez: pra coxinha/trouxinha pode funcionar e funciona, afinal, estão completamente globotomizados

  9. Há um bordão, “Rouba, mas

    Há um bordão, “Rouba, mas faz!” que permeia alguns políticos e mostra o quanto é escasso o universo de governantes com capacidade de gerenciamento e execução!

    E o desastre que se avizinha, ainda que controle as taxas de inflação e juros, mas não entregar bem estar para as familias até a classes de B a E, NÃO TRARÁ DESCULPAS…

    E vai levar quem patrocinou tudo isso…

    Alias, até o sumido do Janot será agraciado quando o pai procurar uma escola para seu filho e não achar e sem dinheiro para escolas particulares!

  10. Arrivista medíocre

    Moro pensa como político, age como político, fala e escreve como político, lapida sua imagem pública e negocia favores com a mídia como um político. É candidatíssimo à Presidência da República ou a uma cadeira na Corte de Haia.

    O fato de ter virado réu em Genebra por causa da perseguição a Lula dá a verdadeira dimensão de sua estatura moral. É um juizeco de 1ª instância que negociou segredos de Estado com os norte-americanos e colocou o país em recessão. É um arrivista medíocre, tal como H. Arendt definiu Adolf Eichmann.

    Incrível a elite brasileira continuar dando corda a um predador amoral como ele.

  11. Poder absoluto e sem limites ao MP

    As “10 medidas contra a corrupção” são uma aberração fascista pior e infinitamente mais danosa à Democracia Brasileira que o Golpe de Estado contra Dilma e o PT:

    “Dez medidas contra a corrupção são código da acusação”, diz juiz Marcelo Semer
    http://jota.uol.com.br/dez-medidas-contra-corrupcao-sao-codigo-da-acusacao-diz-juiz-marcelo-semer

    Pacote do MPF dá margem a tortura psicológica, diz chefe da Defensoria do RJ
    https://jornalggn.com.br/noticia/pacote-do-mpf-da-margem-a-tortura-psicologica-diz-chefe-da-defensoria-do-rj

    Dez medidas para amesquinhar garantias constitucionais
    https://jornalggn.com.br/noticia/dez-medidas-para-amesquinhar-garantias-constitucionais

    Dez medidas é busca de procuradores por mais poder, diz criminalista
    https://jornalggn.com.br/noticia/dez-medidas-e-busca-de-procuradores-por-mais-poder-diz-criminalista

  12. ewxemplo a se seguir

    o grande stalin, maior estadisdta do século 20, encontrou solução muito prática e adequada à caterva burocrática que empesteava a rússia pós revolução, e exatamente do mesmo calão da atual brasileira: REEDUCAÇÃO PELO TRABALHO.

    será muito interessante e didático condenar esses bandidos; esses nababos gordos fazerem a manutenção da madeira-mamoré na pele, isto é, nus.

    grande e saudoso stalin.

    a volta do cipó da aroeira no lombo de quem mandou dar!

  13. Bom, ninguém esperava que o

    Bom, ninguém esperava que o juiz fosse assumir parcialidade, né? Esta entrevista mostra é que estão precisando convencer melhor os seus…

  14. O os crimes ainda não prescritos!

    “Considerando os casos que já foram julgados, há uma afirmação de que a vantagem indevida, a propina que era paga nos contratos da Petrobras, era dividida entre os agentes da estatal e os agentes políticos ou partidos políticos que davam suporte à permanência daqueles agentes da Petrobras em seus cargos. Nessa perspectiva, quando isso foi de fato comprovado, é natural que quem aparece nos processos seja exatamente aqueles agentes políticos que pertenciam à base de sustentação do governo.”

    E dos governos anteriores? É sobrenatural?

    Lei n. 12.846/2013 – crimes de corrupção e outros: “Art. 25.  Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado”.

    E os crimes de “lavagem de dinheiro” previstos na Lei 9613/1998, que, em tese, prescrevem em 20 anos?

    Os “governos anteriores” não estão isentos ou imunes de investagação.

    1. Porque Moro não expõe os autores dos crimes prescritos?

      Citando um ex-presidentes dos EUA, Sérgio Moro não disse que a exposição e a punição da corrupção pública não é uma honra para ele?

      Pois bem. Nada obstante a prescrição deva ser declarada de ofício, caberia ao Sérgio Moro, antes de declarar a eventual prescrição dos crimes de corrupção dos tucanos e comandita, expor seus crimes.

      Porque ele não rasga a chita?

    2. Ato de ofício e prescrição

      No processo do mensalão, no qual não havia provas da prática de ato de ofício pelos réus do mencionado processo, o Caixa 2 era considerado corrupção sem necessidade de prova da prática do ato de ofício pelo agente público. Atualmente, em que supostamente há prova da prática do ato de ofício pelos agentes públicos réus no processo da Lava a Jato, é necessária a prova da prática do referido ato de ofício para que o Caixa 2 seja considerado corrupção. Como os Tucanos não estavam no governo e, portanto, não geriram a Petrobrás, as propinas por eles recebidas não serão considerada corrupção, no máximo serão consideradas Caixa 2, que já está prescrito.

      É um malabarismo altamente contorcionista. Enquanto isso, os Bananas Republicanos de Curitiba vão descendo rebolando até na boquinha da garrafa.

  15. Justiça e Mídia não tem a importância que é dada a elas

     

    Cíntia Alves,

    Eu fico espantado com a importância que a esquerda e blogs mais de esquerdas dão ao poder judiciário e à mídia. Em nenhum país do mundo, eu sei de algum caso em que o poder Judiciário ou a mídia tenha tido força suficiente para fazer uma recessão ou fazer a economia recuperar. Só quem tem essa força é o poder executivo e o poder legislativo. O poder executivo mais capaz no regime presidencialista e o poder legislativo mais capaz no regime parlamentarista.

    E essa superavaliação que se dá a mídia e ao poder judiciário ainda peca pela incompreensão do que ocorre em relação as decisões que emanam do poder judiciário. Não diria que você demonstra incompreensão para a entrevista de Sergio Moro ao Estado de S. Paulo, mas pareceu-me que se deu muita importância a ela e li e a reli e não vi nada de importante nela.

    Hoje de madrugada eu comentei sobre a entrevista de Sergio Moro em comentário que enviei terça-feira, 08/11/2016 às 00:41, para a Helena Chagas junto ao post “Primeira entrevista de Moro indica que ele perdeu a “aura de intocável”, por Helena Chagas” de segunda-feira, 07/11/2016 às 14:04, aqui no blog de Luis Nassif com texto de Helena Chagas que ela havia escrito para o blog “Os Divergentes” e intitulado “Moro não vai atrapalhar anistia ao caixa 2”. O endereço do post “Primeira entrevista de Moro indica que ele perdeu a “aura de intocável”, por Helena Chagas” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/primeira-entrevista-de-moro-indica-que-ele-perdeu-a-aura-de-intocavel-por-helena-chagas

    Como você fez menção ao artigo de Helena Chagas, eu até pensei em só deixar o link para o post e automaticamente para o meu comentário. No entanto, há no meu comentário alguns links interessantes inclusive para a entrevista de Sergio Moro ao jornal O Estado de S. Paulo e assim eu considero que fica mais pertinente a transcrição a seguir do meu comentário para Helena Chagas. Assim, no comentário que eu intitulei “Crime de Caixa 2 é diferente de Crime de Corrupção” eu disse o seguinte:

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    “Helena Chagas,

    Primeiro um esclarecimento ao título que dei para esse comentário. No crime de Corrupção geralmente há dois crimes. Um, no caso da corrupção passiva, é o crime de receber a vantagem indevida para o qual há pena específica. E praticar o ato pelo qual recebeu a vantagem indevida ou omitir de o praticar é um segundo crime e para o qual há pena específica. O que eu quis dizer com o título é que o crime de caixa 2 é diferente do crime de corrupção quando esse crime é considerado somente no seu primeiro tipo penal, qual seja, o de receber vantagem indevida.

    Agora passo à tarefa que me levou a esse comentário e que consiste de apresentar três referências que penso são críticas ao que você expõe neste seu post “Primeira entrevista de Moro indica que ele perdeu a “áurea de intocável”, por Helena de Chagas” de segunda-feira, 07/11/2016 às 14:04, aqui no blog de Luis Nassif. Primeiro para a entrevista em si que com o título de “Jamais entraria para a política’, diz Sérgio Moro” foi publicada sexta-feira, 05/11/2016 às 17h00 no blog de Fausto Macedo e pode ser vista no seguinte endereço:

    http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/jamais-entraria-para-a-politica-diz-sergio-moro/

    Não há nada na entrevista que Sérgio Moro não tenha dito antes ou que não seja subentendido como de praxe dizer tendo em consideração as funções que ele exerce e o papel que ele executa na Operação Lava Jato.

    Parece-me, entretanto, que você quer discutir a questão da anistia para caixa dois. E ai se trata do mesmo assunto já discutido no post “Porque anistiar o caixa 2 é mais fácil, por Helena Chagas” de sexta-feira, 28/10/2016 às 12:04, aqui no blog de Luis Nassif e de sua autoria e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/porque-anistiar-o-caixa-2-e-mais-facil-por-helena-chagas

    E nesse caso parece-me que você comete o mesmo erro que todo brasileiro comete ao analisar sem o devido cuidado o julgamento no STF da Ação Penal 470. Para todos os brasileiros os condenados pelo crime de corrupção foram condenados não só pelo recebimento da vantagem indevida como pela prática do ato pelo qual obtiveram a vantagem indevida ou por omitir de o praticar. Todos os réus, passivos e ativos, alegaram caixa 2. Todos eles, salvo quando inocentados, foram condenados pelo crime de corrupção. Nenhum deles foi condenado pela prática ou omissão do ato pelo qual eles receberam a vantagem indevida.

    Foi isso que eu tentei explicar em meu comentário que eu intitulei “Ninguém prestou atenção para a sentença do STF na AP 470” e que enviei sábado, 29/10/2016 às 00:11, para você lá no post “Porque anistiar o caixa 2 é mais fácil, por Helena Chagas”. Um comentário como de costume longo que não atrai a leitura e cujo principal conteúdo era o link para a declaração do voto do ministro Enrique Ricardo Lewandowski proferido na sessão de 20/09/2012, na Ação Penal 470 no STF. Em vez de transcrever o meu comentário, deixo a seguir o link no Youtube em que a declaração é apresentada e que é o seguinte:

    http://www.youtube.com/watch?v=m6uyOzTG2T8

    Resumindo a lição de Direito Penal que o ministro Enrique Ricardo Lewandowski deu, eu diria que quando o crime de caixa dois é praticado por funcionário público com a gama de poderes de um deputado federal, não há que se falar em crime de caixa dois, mas sim em crime de corrupção. O que fica parecendo nesses dois últimos posts seu publicado aqui no blog de Luis Nassif é que você não percebeu essa diferença.

    E a terceira referência que eu gostaria de fazer aqui diz respeito ao post “Aos fãs do Facebook, Moro diz que “exposição e punição da corrupção são uma honra”” de domingo, 30/10/2016 às 16:52, publicado aqui no blog de Luis Nassif e cujo conteúdo é a leitura pelo juiz Sergio Moro de trecho de discurso de Theodore Roosevelt apresentado no Congresso Americano segunda-feira, 07/12/1903. O endereço do post “Aos fãs do Facebook, Moro diz que “exposição e punição da corrupção são uma honra”” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/aos-fas-do-facebook-moro-diz-que-exposicao-e-punicao-da-corrupcao-sao-uma-honra

    Fiz lá um longo comentário ao qual dei o título de “Sutor, ne ultra crepidam” enviado terça-feira, 01/11/2016 às 01:32, em que discorro sobre a impropriedade de um juiz, com a proeminência do juiz Sergio Moro, apegar a um discurso de um político que talvez não seja de bom juízo mesmo em caráter pessoal propagandear.

    A ideia do título foi para sugerir que um juiz, como o sapateiro que queria corrigir a pintura de Apeles de Cós, após este ter aceito correção na sandália, não fosse além do processo, pois fora dele, a opinião do juiz é como a do sapateiro fora do mundo das sandálias.”

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    Uma razão para transcrever o meu comentário é o link para a declaração de voto do ministro Enrique Ricardo Lewandowski, proferido na sessão de julgamento da Ação Penal 470 no sábado, 20/09/2012. Há muitos comentários meus em que deixei esse link ao longo dos últimos quatro anos. Não sei se alguém utilizou o tempo disponível dele para ouvir o que o ministro Enrique Ricardo Lewandowski teve a dizer.

    Quem assistir a exposição do ministro Enrique Ricardo Lewandowski vai entender muito do que aconteceu naquele julgamento. E perceberá que o que faz o crime de caixa dois ser um crime de corrupção não é ser poder ou estar no poder ou não, mas sim em ter poder na esfera de competência dele para praticar ou omitir da prática de ato que venha a favorecer o corrupto no polo ativo.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 08/11/2016

  16. A explicação de Moro para a Lava Jato só atingir o PT

    O gente o PAI do MENINO foi fundador do PSDB em Marincá PR.

     

    DEU PARA ENTENDER ou PRECISA DESENHAR?

  17. “o foco não tem sido

    “o foco não tem sido propriamente no caixa 2 de campanhas eleitorais”

    A pergunta que tenho ao juiz é a seguinte: caixa 2 é prática licita? Se não é lícita, então é ilícita, sendo ilícita, o juiz não estaria prevaricando ao não dar “foco” a tal prática ilícita?

    Essa “falta de foco” a práticas ilícitas desses e daqueles ´tem outro nome, chama-se prevaricação.

  18. Prestem atenção no dia de

    Prestem atenção no dia de amanhã, dia 10 de novembro. Moro convocou Lula como testemunha de Eduardo Cunha. Tenho ‘convicção’  (suspeita mesmo) que amanhã ele vira o depoimento em prisão temporária de Lula. Essa seria a forma encontrada para surpreender a todos. Espero que haja muita gente próxima ao foro onde Lula prestará depoimento. Não confio em gente dissimulada e esse juiz é campeão em dissimulação.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador