Folha, Estadão e O Globo tiveram queda de circulação, por Raymundo Gomes

Jornal GGN – Nesta semana, o jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, mostrou dados que revelam a redução dos gastos do governo Dilma Rousseff com publicidade na mídia, entre eles um corte de R$ 260 milhões para a Rede Globo em 2015. Em meio aos números, aparecem também dados que revelam uma forte queda dos três maiores jornais impressos do país: Folha de S. Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo.

Segundo os números do Instituto Verificador de Comunicação (IVC), a Folha perdeu aproximadamente um terço de sua circulação impresa em cerca de três anos, atingindo 166 mil exemplares diários. O Globo caiu de 228 mil exemplares em 2013 para 181 mil em 2016, e o Estadão, de 189 mil para 146 mil no mesmo período. Mesmo somando os números da circulação digital, os três veículos apresentaram queda nos últimos anos. 

Leia mais abaixo, no análise de Raymundo Gomes no Diário do Centro do Mundo.

Enviado por romério rômulo

Do Diário do Centro do Mundo

A queda vertiginosa da tiragem de Folha, Globo e Estadão

Por Raymundo Gomes

A informação que mais impressiona, no post de Fernando Rodrigues no UOL sobre os gastos do governo Dilma com publicidade na mídia, não é a manchete por ele escolhida, o corte de R$ 260 milhões sofrido pela Rede Globo em 2015. É um dado que passou despercebido em meio às muitas tabelas do post: a vertiginosa queda de tiragem dos três jornalões brasileiros, Folha de S. Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo.

Os valores de 2016, segundo o blog, referem-se apenas ao mês de abril – o que impede uma comparação apropriada com os três anos anteriores. O tombo, porém, é inegável, como mostra o gráfico abaixo.

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São números do Instituto Verificador de Comunicação (IVC), financiado pelas próprias empresas para medir o alcance desses veículos e informar ao mercado publicitário quantas pessoas leem cada um deles. Em geral são dados pouco divulgados ao público – salvo exceções ocasionais, os donos dos jornais brasileiros nunca se orgulharam muito de suas tiragens, baixíssimas se comparadas às de outros países.

O número que mais impressiona é o da Folha – uma queda de aproximadamente um terço de sua circulação impressa em apenas três anos. O jornal que duas décadas atrás se orgulhava de tirar 1,5 milhão de exemplares aos domingos (circulação, convém ressalvar, dopada por fascículos e outros produtos), hoje apresenta uma circulação impressa de meros 166 mil exemplares diários, queda que se acentuou na gestão de Sérgio Dávila à frente da redação. Neste ritmo, dentro de dez anos a Folha deixa de existir na versão impressa.

As curvas do Globo e do Estadão são parecidas, indicando uma tendência firme de abandono dos jornais pelo público. Algo a ver com a linha adotada por esses veículos, fortemente editorializada, despreocupada com a verdade e desconectada da realidade do país?

Em tempos de mesóclise, poder-se-ia alegar que essa queda vem sendo compensada pelo aumento do número de assinaturas digitais. A realidade, infelizmente, é menos rósea. A leitura digital, que alguns anos atrás era a grande esperança dos patrões, bateu no teto: o número estancou e até parece apresentar ligeira queda em 2016. Além disso, converter o leitor em receita publicitária na mesma proporção do impresso, sem os custos de impressão e distribuição do jornal físico, foi uma utopia que não se verificou.

Os dados acima fazem a adição simples dos números de circulação impressa e digital, mas, como é possível que parte do público assine ao mesmo tempo as duas versões (o post de Fernando Rodrigues não esclarece se há interseção entre os dois números), talvez a situação real seja ainda mais grave.

Esses números causam ainda mais espanto quando se considera que o período 2013-16 despertou altíssimo interesse do público pelo noticiário, em razão da crise política e econômica que se arrasta desde as manifestações da Copa das Confederações. Os jornais deveriam estar vivendo uma era de ouro; no entanto, arrastam-se decadentes e aceleram a própria morte ao produzir um jornalismo de baixa qualidade e intelectualmente desonesto.

Redação

27 Comentários

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    1. Não se iluda. Eles ainda são muitos.

       “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela QUANTIDADE ! Eles são muitos “

               – Nelson Rodrigues –

  1. Conclusão: Qualquer jornal

    Conclusão: Qualquer jornal daqueles que são distribuidos gratuitamente nos semáforos tem tiragem semelhante ou maior do que esses que se julgam donos da opinião pública.

    Bem feito. Tomara que esse dado continue em trajetória descendente.

  2. “Algo a ver com a linha

    “Algo a ver com a linha adotada por esses veículos, fortemente editorializada, despreocupada com a verdade e desconectada da realidade do país?”:

    NAO.  Ta acontecendo em todos os paises do mundo.  Tem a ver com o valor percebido do item.  Se jornal nao tem massa critica de valor percebido -nao em termos de noticia mas em termos de MER CA DO RIA- o Fim da Historia ja chegou mais rapido do que eles estao pensando.  E eu posso garantir que tem mais de 20 anos que eu comprei um jornal que seja, enquanto eu comprava 3 por dia nos anos 80, aas vezes 4 -TODOS eles de NY e TODOS eles de direita, note se.  Hoje a gente recebe jornal de graca e revista de graca em casa de multiplas companias…  e eh impossivel ler pelo valor de passar os olhos neles (que nao tem nem botao de aumentar letras).

    AAAHAAAAA…  Agora ce viu?

    Mudou se o valor percebido.  Ate no ato fisico de se ler um jornal, o item se desvalorizou!  Nao tem salvacao,claro.

  3. ações desonestas trazem consequências…agora paga!

    palavras sábias:

    ‘…arrastam-se decadentes e aceleram a própria morte ao produzir um jornalismo de baixa qualidade e intelectualmente desonesto.’

    o futuro não tarda.

    O after.tv vai mudar esse jogo de cartas marcadas.

  4. Por isso se estimularam o
    Por isso se estimularam o golpe: “farinha pouca meu pirão primeiro”. Se o dinheiro não vem eu arranco.

  5. Por isso estimularam o golpe:
    Por isso estimularam o golpe: “farinha pouca meu pirão primeiro”. Se a grana não vem mais então arrancam.

  6. Coluna Nelson Motta

    Para manter o emprego na Globo  esse individuo na sua coluna de 08/07/2016 – Conspiraç~es e pirações, criticando a  Marilena Chaui  por ter dito que o juizinho s.moro foi treinado pelo FBI…Ele diz  ” Ate pedistas ficam constrangidos.Afinal eles se orgulham de tirar milhões da pobreza para a classe media – os ignorantes, fascistas, estupidos e abominaveis que os elegeram”” . não é ocaso de 54 milhoes de brasileiros processarem esse individuo ??????.

  7. Imprensa
    Primeiramente FORA TEMER
    O jornal imprenso está a caminho dos museus.
    Mas sua acelerada queda, nos EUA e Europa, também reflete o
    domínio da banca – o sistema financeiro internacional – nas
    políticas nacionais. Povo mais pobre lê menos, desempregado
    não gasta com jornal e a internet, via celular, é a comunicação
    dos jovens. Mas é satisfatório ver golpistas com prejuízo.

  8. Nào se

    Nassif,

    Não seria interessante mostrar a evolução desses veículos na Internet?

    Ou a ideia é demonstrar a perda de receita com as verbas governamentais?

  9. Conversa para boi dormir

    “Os jornais deveriam estar vivendo uma era de ouro; no entanto, arrastam-se decadentes e aceleram a própria morte ao produzir um jornalismo de baixa qualidade e intelectualmente desonesto.”

    Concluir um post nestes termos produz aplausos dos incautos e subestima a inteligência de quem possui um mínimo de discernimento.

  10. credibilidade

    Não tem mais nenhuma credibilidade. Muita gente que conheço não lê mais esses jornais e não assiste ao noticiário televisivo. Eles vão pagar o preço do golpe. Já estão pagando. 

  11. JN

    O que caiu o IBOPE dele nos últimos anos……

    Verificando pelos meus amigos do face. na hora que ele se apresenta, todos estão ligados na Internet. E olha que somente 1 deles gosta do PT.

  12. OBA! Não compro e não leio

    OBA! Não compro e não leio esses jornais há uns 20 anos e ainda faço a maior propaganda contra os mesmos.

  13. Com a  proposta de aumento da

    Com a  proposta de aumento da jornada de trabalho,  melhor  desligar a TV,  parar de comprar jornal ( tem que cochilar na condução ),  desligar o rádio, que o trabalhador tem que dormir,  e  a revista  está muito cara…

       Aproveitemos e  partamos  para o boicote geral à Globo ( jornais, rádios, canais de tv e revistas ) já que o trabalhador vai ter pouco tempo para fazer algo muito mais prazeroso do que gastar tempo com a mídia podre : Boicote total !

     

  14. Parei de ler ‘Folha’ e ‘Estadão’.

    Eu lia ‘Folha’ e ‘Estadão’ diáriamente na Internet desde o final dos anos 1990s. Com a radicalização política e ‘spin’ desses jornais eu TIVE que parar de lê-los, pois não achava justo me submeter a tantas mentiras deslavadas. No início eu fiquei meio ‘orfão’, mas depois de aluguns meses eu substitui esses jornalões por blogs interessantes como esse próprio do Luis Nassif e Conversa-fiada do P.H.A. Hoje posso afirmar que GANHEI qdo. me forcei a NÃO ler mais esses veículos desonestos. Em outras palavras, quem tudo quer, nada tem. 

  15. Parei de ler ‘Folha’ e ‘Estadão’.

    Eu lia ‘Folha’ e ‘Estadão’ diáriamente na Internet desde o final dos anos 1990s. Com a radicalização política e ‘spin’ desses jornais eu TIVE que parar de lê-los, pois não achava justo me submeter a tantas mentiras deslavadas. No início eu fiquei meio ‘orfão’, mas depois de aluguns meses eu substitui esses jornalões por blogs interessantes como esse próprio do Luis Nassif e Conversa-fiada do P.H.A. Hoje posso afirmar que GANHEI qdo. me forcei a NÃO ler mais esses veículos desonestos. Em outras palavras, quem tudo quer, nada tem. 

  16. Os jornais desespeitaram os

    Os jornais desespeitaram os seus leitores publicando sistematicamente notícias falsas e apostando na imparcialidade. Isso foi fatal e não tem volta.

  17. Os jornais desespeitaram os

    Os jornais desespeitaram os seus leitores publicando sistematicamente notícias falsas e apostando na imparcialidade. Isso foi fatal e não tem volta.

  18. o  cara precisa ser muito

    o  cara precisa ser muito idiora nesmo ou muito masoquista

    pra comprar jornal que traz mentiras e matérias sempre

    contrárias aos interesses da maioria dos leitores….

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