Jornais criticam proposta que restringe contratação de pesquisas eleitorais

Jornal GGN – Para a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e institutos de pesquisa, a proposta que restringe a contratação dos institutos por órgãoes de imprensa tira o direito do eleitor de se informar sobre a disputa eleitoral.

Aprovada na semana passada no Senado, a medida integra parte da proposta de reforma política. A imprensa ficaria proibida de contratar instituto de pesquisas que trabalharam para partidos políticos, candidatos ou órgãos públicos no período de um ano antes das eleições.

A redação final do projeto foi aprovada nesta terça (8) no Senado e segue para análise na Câmara dos Deputados.

Da Folha

Jornais e institutos criticam restrição a pesquisas eleitorais

MARIANA HAUBERT

Aprovada na quarta (2) no Senado, a proposta que restringe a contratação de institutos de pesquisa por órgãos de imprensa retira o direito do eleitor de ter informação sobre a disputa eleitoral.

A opinião é da ANJ (Associação Nacional de Jornais) e de institutos de pesquisa.

A medida faz parte da proposta de reforma política do Senado. A redação final do projeto foi aprovada nesta terça-feira (8) e seguirá para análise da Câmara, onde poderá ser alterada.

Pela proposta, a imprensa fica proibida de contratar institutos de pesquisa que tenham trabalhado para partidos políticos, candidatos ou órgãos públicos no período de um ano antes das eleições.

O texto veta a “contratação do instituto que tenha prestado serviço na esfera administrativa a que se referir a abrangência da pesquisa eleitoral”.

Ou seja, se uma empresa foi contratada pelo governo de um determinado Estado, ela não poderá realizar pesquisas neste mesmo Estado para um veículo de comunicação por um período de um ano antes do pleito eleitoral.

“É mais uma tentativa de dificultar a divulgação de pesquisas. O Congresso ensaia diversos atos desse tipo. É um desejo que os políticos têm de dificultar o acesso a informação. Para eles, o ideal é que apenas eles mesmos tenham acesso aos resultados das pesquisas”, disse o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.

“Em uma democracia é importante que a opinião pública seja explicitada. Qualquer tipo de dificuldade neste sentido atenta contra a democracia”, completou Paulino.

Para o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, a restrição limita a liberdade de expressão. “Se limita de forma indireta a liberdade de expressão na medida em que se limita a possibilidade de as pessoas serem informadas.”

“É importante que os veículos de comunicação tenham a liberdade de contratar as pesquisas que quiserem”, afirmou ainda.

Para a diretora do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, a regra fere a Constituição “na questão do direito de acesso a informação”. “O eleitor tem direito a ter a informação e é sua a decisão de usá-la ou não. Quem tem que decidir isso é o eleitor e não o Senado.”

Para o autor da proposta, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a intenção da nova regra é evitar que o instituto preste serviço a “dois senhores” diferentes e visa coibir práticas “escusas” principalmente no interior do país, em que muitos institutos pequenos são ligados a políticos da região e acabam por produzir pesquisas enviesadas.

Para que as novas regras entrem em vigor a tempo de valer para as eleições de 2016, a proposta deve ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff até 2 de outubro. 

Redação

6 Comentários

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  1. È só lembrar das pesquisas

    È só lembrar das pesquisas divulgadas pelo Inst do Paaraná

    dando vitótia a Aécio por 14 pontos de diferença.

    Tem que ser proibido sim.

    Estas pesquisas só servem para manipular o povo.

  2. Os institutos de pesquisa

    Os institutos de pesquisa como IBOPE, FGV  e consultorias, vão comandar o desce e sobe para o candidato que se vender substancialmente ao mercado financeiro. Aliás, este último muda a popularidade de politicos de respeito com a mesma combinação do dólar e aumento dos juros, como é o caso das pesquisas de popularidade da Dilma.

  3. Influência nas eleições

    Eu penso que deve ser evitado todo tipo de influência durante o período eleitoral. A julgar pelas propostas que estão em discussão serão 60 dias a cada 5 anos, assim o mercado das pesquisas pode sobreviver perfeitamente com esta restrição temporária.

  4. Puro blá, blá, blá do PIG,

    Puro blá, blá, blá do PIG, quando ameaçado de receber um corretivo por parte de um poder democrático: o legislativo. Essa história de que o eleitor ficará privado de informação é conversa fiada, desculpa esfarrapada para ludibriar os trouxas e incautos. Por falta de assunto, de ter o que fazer ou para alimentar contìnuamente um golpe de Estado e enfraquecer um partido  e um governo, essa ‘imprensa’ contrata e forja pesquisas eleitorais – de acôrdo com os interesses dos proprietários, editores e patrocinadores dos veículos – a mais de três anos da eleição.

    Essa ANJ nada mais é do que o pior corporativismo que existe: aquele que defende o indefensável, como a atuação políticio-partidária e golpista da mídia comercial brasileira. O papel da imprensa é fazer jornalismo, informar os (e)leitores. Quem tem interesse em pesquisas eleitorais extemporâneas são os agentes políticos, os pretendentes a disputar cargos eletivos. O cidadão quer e precisa é de jornalismo honesto.

  5. É um ponto extremamente

    É um ponto extremamente positivo.

    Virou mantra a imprensa defender os desmandos e manipulações sob o manto da liberdade de expressão e acesso à informação.

    Com essa medida os pleitos se tornam mais apaixonantes e mobilizará muito mais as militâncias. Creio que isso restringirá a ação pelo voto útil.

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