Jornais estrangeiros veem contradições na acusação a Lula

 
Jornal GGN – Apresentadas durante coletiva de imprensa na última quarta-feira (14), as acusações do Ministério Público contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva repercutiram na impresa internacional, que apontou algumas contradições contidas nas denúncias.
 
Para o New York Times, dos EUA, a quantidade de dinheiro que Lula é acusado de ter recebido “empalidece” perante os valores que outros políticos são acusados de ter recebido nos últimso tempos. A agência Associated Press aponta um “abismo” entre as acusações verbais e o aquilo que Lula foi denunciado de fato. O francês Le Monde entrevistou o sociológo Mathias Alencastro, que falou em “uma verdadeira inquisição” contra o ex-presidente.

Leia mais abaixo:
 
Da Agência PT
 
Imprensa internacional aponta contradições de acusação a Lula
 
Jornais de todo o mundo destacam ausência de provas contra Lula e consequência política da acusação do MPF: tirar o ex-presidente das eleições de 2018

As acusações infundadas da Força Tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentadas em espalhafatosa coletiva de imprensa nesta quarta-feira (14), ganharam destaque em alguns dos principais jornais do mundo tanto pela gravidade das acusações quanto pela ausência de provas que as sustentem.

A imprensa internacional aponta ainda que a movimentação do Ministério Público poucos dias após o golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff tem consequências políticas graves: impedir Lula de concorrer novamente à Presidência em 2018.

O norte-americano New York Times registra que Lula é acusado de ser “general” de um amplo esquema de corrupção, mas as acusações contra ele são restritas a reformas em um apartamento que ele nega ser seu. “A quantidade de dinheiro que Da Silva é acusado de ter recebido empalidece perante as quantias que outros políticos são acusados de ter embolsado nos últimos anos”, aponta o diário. O jornal diz ainda que Lula é favorito para as eleições de 2018.

O também norte-americano Chicago Tribune reproduziu texto da Associated Press que também faz ressalvas em relação ao contraste entre as graves e numerosas acusações verbais feitas pelos promotores e a miudez das acusações formais: “O abismo entre as acusações verbais e aquilo pelo que Silva foi denunciado de fato coloca em dúvida o futuro dessa investigação”. O jornal consultou Cezar Britto, ex-presidente da OAB. Para o advogado, “o palavreado duro dos promotores pode indicar que eles não têm evidências sólidas. Parece que os promotores preferem conquistar apoio da sociedade ao invés de buscar por mais evidências”.

“Uma verdadeira inquisição”, publica o francês Le Monde, que entrevistou o sociólogo Mathias Alencastro. “Poucos dias após o impeachment de Dilma, a acusação do promotor é um assassinato político contra Lula e o PT”, conclui o jornal.

O jornal Página 12, da Argentina, analisa a ação midiática do Ministério Público por meio de artigos de Eric Nepomuceno e Emir Sader. “Para Dallagnol, um jovem servidor com atração irresistível por declarações bombásticas, Lula era nada menos que o ‘comandante máximo’ de um esquema de corrupção em seu governo. Palavras contundentes em um discurso absolutamente politizado, ao qual faltou apenas um ‘detalhe’: provas”, escreve Nepomuceno.

“Ainda que sem nenhuma prova de enriquecimento pessoal, sem nenhuma prova de que tenha obtido vantagens graças ao cargo de presidente, mesmo tendo voltado a viver no mesmo apartamento na periferia de São Paulo, mesmo com tudo isso, Lula tem de ser acusado, processado, considerado culpado e condenado”, analisa Emir, ressaltando o caráter político da operação contra Lula.

O jornal La Jornada, do México, destacou na manchete principal de sua capa desta quinta-feira (15) a incoerência da acusação contra Lula: “Sem provas, acusam Lula de encabeçar esquema de corrupção”.  “Tudo indica que buscam inabilitá-lo para as eleições de 2018”, conclui.

O jornal italiano La Reppublica ironiza a quantidade de acusações contra Lula: de acordo com o diário, a depender das acusações do Ministério Público, “Lula é o belzebu do Brasil”. O jornal, que registra que os promotores apenas prometeram apresentar provas, aponta ainda as consequências políticas da ação contra Lula.

“Após o impeachment contra Dilma Rousseff e a chegada ao poder do líder do PMDB, Lula segue sendo o político mais popular do Brasil e tem repetidamente dito que pode ser o candidato de esquerda em 2018. Mas, se for condenado, não poderá fazê-lo”.

Por Diego Sartorato, da Agência PT de Notícias

 

Redação

10 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Li no Correio Braziliense que

    Li no Correio Braziliense que Lula pode pegar 35 anos e 6 meses de cadeia, pagar mais de 87 milhões, além das multas. E Leo Pinheiro iria pra mais de 40 anos, afora os outros milhões a ter que pagar à Petrobrás e ao Estado.

    Pergunta que não quer calar: de onde Lula vai tirar quase 90 milhões de reais, mais outros tantos milhões? 

     

  2. Vaudeville com Powerpoint no lugar da musica

    Essa gang de procuradores não tem competência técnica nem pra fiscalizar feira; por isso eles foram adestrados pra esse serviço. São do tipo leva-e-traz, sem qualquer profissionalidade.

    O curso em Harvard do Dellagnol, é uma variante do vaudeville: substituiram a música com o Powerpoint mas a escrotidão foi de responsabilidade exclusiva do rapaz. De qualquer forma todos eles apenas repetem as instruções que recebem nos States.

    O site italiano PandoraTv publicou um trecho de um press-release do Departamento de Estado onde se afirma textualmente ”não é obrigação dos EUA fornecerem prova do que fez a Russia”. A jornalista interrompe e rebate ” Mas o Pentagono confirmou estas declarações, portanto deve possuir alguma prova sobre a qual preparar acusações”; o porta-voz responde abobrinhas; a jornalista insiste: ” a Russia recusa as acusações e pede que sejam fornecidas as provas. Os EUA vão mostrar essas provas?” e o cara responde cinicamente: ”não compete aos governo dos EUA fornecer as provas à Russia por suas violações. Não temos dúvidas que a Russia invadiu o espaço aéreo da OTAN”, a jornalista insiste: ”é justo mover acusações sem fornecer alguma prova?”  resposta: ”Não são acusas, são fatos”; a jornalista —que não brinca em serviço: ”baseado em que? Voces podem fornecer foto ou qualquer outra prova? O babaca bem que poderia ter respondido ”não temos provas, temos convicções”.

    Video aqui:   http://www.pandoratv.it/?p=6499

  3. Saramago

    Uma pena que o escritor portugues José Saramago já tenha falecido. Ele poderia escrever um livro sobre a Inquisição Brasileira que seria um sucesso de venda.

  4. “Arruma aí”
    Quando a denuncia não tava boa, Cunha mandava voltar e ajeitar até ficar no ponto.
    Reale e Janaína arrumaram a petição do impeachment umas cinco vezes.

    1. apenas considerando a dimensão do ato…

      na profundidade da linguagem, apesar de nada técnica, a pretender a legitimação de uma visão própria, peculiar dos que simplesmente odeiam o denunciado

  5. Impressionante…
    O janot

    Impressionante…

    O janot está no golpe até a alma…

    coisa triste…

    Nunca mais ele vai poder ler A PALAVRA democracia SEM QUE ELE NÃO LEMBRE DO QUE ELE FEZ…

    Traição é um troço muito feio!

    Nunca mais…

  6. No próximo circo televisionado da gangue de Curitiba…

    Vão afirmar sem pestanejar: “Não temos provas, mas temos acusações!”

    Em qualquer país minimamente sério, esses calhordas golpistas do judiciário já teriam sido afastados e estariam respondendo a processos a bem do serviço público.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador