Jornais europeus destacam crise do grampo de Jucá

Jornal GGN – A impresa europeia repercutiu a crise causada pela divulgação dos diálogos entre Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que levou à saída de Jucá do ministério do Planejamento. O alemão Die Zeit diz que a política brasileira parecia ter se acalmado e foi abalada por um novo escândalo, dizendo que as gravações fazem o “governo de transição parecer gângster”.

Já o The Guardian, da Inglaterra, diz que a credibilidade do governo interino foi colocada em xeque com a revelação de um “plano maquiavélico” para afastar a presidente Dilma Rousseff. Na Espanha, o El País ressaltou que bastaram apenas 11 dias para o governo Temer sofrer sua primeira baixa. Leia mais abaixo:

Da Deutsche Welle

Imprensa europeia destaca primeira crise no governo Temer
 
Mídia afirma que a política brasileira, que parecia ter acalmado ânimos, é abalada por novo escândalo, que coloca credibilidade do governo interino em xeque. “Governo ou um bando de gângsters?”, questiona “Die Zeit”.

A “sangria” provocada pela Operação Lava Jato é destaque nos jornais europeus nesta terça-feira (24/05), um dia depois de o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), ter se licenciado do cargo.

O termo foi usado pelo ministro ao dizer que era necessário “estancar” os efeitos das investigações da Polícia Federal. A gravação da conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado foi revelada na segunda-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.

Numa análise repleta de questionamentos, o correspondente do jornal alemão Die Zeit Thomas Fischermann diz que a política brasileira parecia estar calma até que a Folha estourou a bomba: “O jornal recebeu gravações que fazem o governo de transição parecer gângster”, afirma no texto intitulado “O complô de Brasília”.

“Se o Brasil se acalmou? Um escândalo político joga o recém-formado governo de transição numa crise”, escreve o jornalista, que lança questionamentos como: “Governo ou um bando de gângsters?”

“Pode-se ainda acreditar nas boas intenções de um governo de transição para a ‘salvação da pátria’ que rege em Brasília desde a saída de Rousseff?”, continua. “Ou a presidente afastada tinha razão, e está no poder uma espécie de junta que apenas quer esconder os próprios crimes?”

O texto destaca que os brasileiros já sabiam que um escândalo deveria acontecer, já que muitos ministros estão envolvidos em corrupção. “Inquéritos e investigações de corrupção estão em andamento contra eles [os políticos]”, diz.

Die Zeit cogita até ser possível que Dilma volte ao poder após os 180 dias de afastamento, porque a maioria do Senado que votou pelo seu afastamento pode mudar de ideia em meio a este escândalo e outros que podem vir. Mas as investigações sobre as “pedaladas fiscais” e a falta de apoio a ela no Congresso podem fazer que, com uma pitada de azar, ela deixe novamente o Palácio do Planalto.

Frankfurter Allgemeine Zeitung diz que em menos de duas semanas o governo interino já foi “abalado”. O jornal alemão destaca que Jucá é um homem próximo de Temer e um importante membro da equipe econômica do governo interino, que prepara um amplo programa de austeridade.

O inglês The Guardian diz que a credibilidade do governo interino foi colocada em xeque com a revelação de um “plano maquiavélico” para afastar a presidente Dilma Rousseff. E prevê que esse não será a último golpe que vai atingir Temer, já que seu gabinete é composto por ministros investigados pela Lava Jato.

O jornal britânico afirma que “as motivações dúbias e a natureza maquiavélica da trama para retirar Dilma Rousseff do poder ficam aparentes na transcrição da conversa” entre Jucá e Machado e que Temer pouco fez para reduzir a tensão no país.

“Seu gabinete todo branco e masculino foi duramente criticado por não representar o país, suas medidas de austeridade são impopulares e seu líder já voltou atrás da decisão de tirar da Cultura o status de ministério após protestos de artistas, músicos e cineastas”, escreve o correspondente Jonathan Watts.

A publicação destaca o temor de que o novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que já foi defensor de Cunha, tente interferir nas investigações da Polícia Federal e que o governo interino tente influenciar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como sugerem os áudios da conversa.

O espanhol El País ressalta que bastaram apenas 11 dias para o governo interino de Temer sofrer sua primeira baixa. As gravações insinuam que a saída de Dilma ajudaria a frear as investigações anticorrupção.

“Em suas palavras, vieram um mau presságio a respeito do novo Executivo: que, apesar de o governo interino insistir num discurso de renovação contra a corrupção estabelecida no Partido dos Trabalhadores (PT), o que se pretende na realidade é minimizar o caso Petrobras, que afeta vários partidos, incluindo o presidente Temer”, escreve o jornal espanhol.

 

Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Caro Nassif
    Também, dessa

    Caro Nassif

    Também, dessa imprensa interancional petralha-bolivariana, poderia se esperar isso mesmo!

    Saudações

    1. PALÁCIO DO PLANALTO – NOVO PICADEIRO DO BRASIL

      Essa é a imprensa mundial  que não necessariamente é a “GLOBAL “. Dessa forma tem uma visão ampla de todo o

      processo, diferentemente da nossa impressa partidarizada e doutrinária.

      Complementando o reciocínio , o golpe de estado instalado  no Brasil já saiu do escopo jornalístico da imprensa

      internacional, de tal sorte que hoje já é amplamente satirizada em programas humorísticos. ver link abaixo

       

      Mídia internacional desmascara o Golpe no Brasil – YouTube

  2. E a Folha vai acabar ganhando

    E a Folha vai acabar ganhando assinantes, assim… Desde que o PSDB continue nomeando pontes e hospitais como “Octávio Frias de Oliveira”, não há porque não jogar o PMDB na lama.

    (Confesso um pouco de vergonha ao trazer o nome “Folha” para junto de uma imprensa como a internacional aqui citada… É que sou brasileiro.)

  3. chamar esse governo golpista

    chamar esse governo golpista de gangester sintetizou bem a

    cara dessa trama infame e perversa que ocoreu com esse golpe……..

  4. TRISTE LEGADO DA REDE GLOBO – AFILIADA DA TIMES

    TRISTE LEGADO DA REDE GLOBO – AFILIADA DA TIMES

    MAIOR DIRETOR DA REDE GLOBO CONFIRMA
    QUE HOUVE MANIPULAÇÃO NAS ELEIÇÕES DE 89

    EM ENTREVISTA VEICULADA NA ÚLTIMA SEMANA, BONI DIZ QUE EMISSORA FOI PROCURADA POR COLLOR

     

    Uma revelação bombástica do maior executivo da história das organizações Globo aconteceu na última semana. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, afirmou que ajudou o então candidato Fernando Collor de Mello nas eleições presidenciais de 1989.

    A declaração reacendeu a polêmica sobre o que a Globo fez para interferir no resultado da primeira eleição presidencial que Lula disputou.

    Aos 76 anos, Boni, que já foi o homem mais poderoso da Rede Globo, abaixo apenas do dono Roberto Marinho, lançou um livro de memórias. E durante uma entrevista ao canal Globo News, da própria Globo, ele fez uma revelação surpreendente sobre a história recente do Brasil.

    – Nós fomos procurados pela assessoria do Collor… o Miguel Pires Gonçalves é que pediu que a gente desse alguns palpites e eu achei que a briga do Collor com o Lula tava desigual, porque o Lula era o povo e o Collor era a autoridade, confessou.

    Para aumentar a polêmica, Boni ainda declarou.

    – Nós conseguimos tirar a gravata do Collor, colocar um pouco de suor com glicerinazinha, e colocar as pastas todas que estavam ali, com supostas denúncias contra o Lula, essas pastas estavam inteiramente vazias, com papéis em branco. Foi uma maneira de melhorar a postura do Collor junto ao espectador, pra ficar em pé de igualdade com a popularidade do Lula.

    E mais, pela primeira vez um homem do alto escalão da Globo admite abertamente que a emissora manipulou a participação de um candidato à Presidência.

    – Todo aquele debate, foi, foi… não o conteúdo. O conteúdo era do Collor mesmo. Mas a parte, vamos dizer assim, informal, nós é que fizemos.

     

     

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador