Discute-se a Lei do Teto e Paulo Guedes sob o enfoque do “nosso dinheiro”.
Um jornalista critica o abono salarial. É um 14o salário que é dado a empregados registrados com salários de até 2 salários mínimos. É um abuso, claro, porque há muitos jovens de classe média começando a trabalhar e que são beneficiados.
Provavelmente, acabando com o abono, eliminam-se os abusos de meio porcento de jovens de classe média e de 99,5% de empregados de baixo salário. É justo!
Ah, mas tem a Farmácia Popular. Aí o jornalista veterano diz que entrou em uma farmácia popular, pediu um remédio e o farmacêutico disse que era de graça, porque fazia parte da lista básica oferecida pelo SUS. Mas como ele é ético, não aceitou não pagar. E a discussão enveredou para a ética como saída para evitar os abusos. Nem se pensou na hipótese de que, como o remédio é de graça, se o jornalista pagou, o dinheiro ficou com a farmácia.
E todos passaram a falar sobre a importância da ética e, claro, da entidade mercado. De como, se Paulo Guedes for abandonado, a Lei do Teto for abandonada, a entidade mercado sairá do país e o futuro prometido não se realizará. E como Guedes defende o “nosso dinheiro”, ele tem que definir os programas sociais, para não afetar o “nosso dinheiro”.
Quando estava conformado de ser sufocado por aquela larva quente de senso comum, que ocupa quase todos os espaços da análise televisiva, entra a análise consistente.
Se se for analisar especificamente do lado financeiro, o remédio para diabetes, distribuído nas farmácias populares, significa uma economia enorme, por evitar tratamentos custosos de pessoas que sucumbem às doenças. O analista sabe que o objetivo maior de toda política social é o de proteger os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis. Mas calibra o argumento para derrubar a lógica exclusivamente financeira dos colegas.
Políticas sociais não podem ser montadas por Ministérios econômicos, pela absoluta falta de visão sistêmica sobre o tema, diz ele. Assistência social é um sistema, que envolve vários setores que têm que trabalhar de forma integrada. Mas o atual governo desmontou toda a estrutura de assistência social e se contentou com meros aplicativos entregando dinheiro na ponta.
Definitivamente, Otávio Guedes é uma avis rara no universo de senso comum da televisão.
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O tal jornalista “ético” demonstra o sucesso da mudança do conceito do apoio governamental como direito e como caridade. A Farmácia Popular, o SUS e outros são instrumentos para exercício da cidadania. O “ético” deveria lembrar que ele já pagou pelo remédio, com seus impostos.
Minha impressão..
Quando tornaram toda a classe média em “investidores na bolsa”, o deus “mercado” foi entronizado. Vamos todos nos desfazer das ações e voltaremos a ser cidadãos…
“lava quente”
“Larva” é filhote de mosca.
Proposta de “pegadinha” câmera escondida com o “jornalista veterano”:
Cena 1: J.V(jornalista veterano) no consultório medico depois de passar por uma batelada de exames, o médico diz:
Médico- “O senhor tem uma doença crônica e rara cujo tratamento é bastante caro…..
J.V- Oh não….é mortal doutor?
Médico- Não, se bem medicada e acompanhada, o senhor pode ter uma vida quase normal, se seguir as orientações medicas ao pé da letra
J.V- E os custos, Doutor?
Doutor- De 8.000 a 10.000…
J.V- É caro mas dá-se um jeito….
Doutor- Por mês……
J.V- ………(câmera fecha close na cara de J.V)……….(quase aos prantos)…….
Doutor- Não se preocupe, o tratamento é muito eficaz e comprovado, quanto ao custo, ele faz parte dos medicamentos alto custo do SUS.
J.V- Obrigado, Doutor(sus-pira aliviado…..; )
Cena 2
J.V entrado na farmácia para comprar o tal medicamentos alto custo…..E a pergunta final…
Desta vez, o “jornalista veterano” trouxe a ética com ele ou deixou ela em casa?…..
Moral da historia: “Possar de ético a preço modico é moleza…..”
posar………
Além do desvio da discussão, vamos combinar o seguinte:
O farmácia popular atende pessoas CADASTRADAS no programa.
Ou o comerdarista, digo comentarista, inventou a historinha ou o farmacêutico é da espécie “aéticus pilantrus”, ou confirmou a compra paga antes de saber que precisaria estar cadastrado ou omitiu este “pequeno detalhe”.
E se for cadastrar-se no programa, podendo pagar, mentiria ou entraria no programa “ética popular”?
A lógica desse pessoal funciona assim:
x% dos cadastrados no bolsa família são trambiqueiros. Donde se “conclui” que devemos acabar com o bolsa-família (pegar os trambiqueiros dá muito trabalho, vai que são do grupo “cidadãos de bem”…
Enquanto não se ver a mídia bandida e seus analistas desonestos como são, o rentismo podre e abutre disfarçado de empresas jornalísticas, será esse bla blá blá, blá , um faz de conta nojento, como se essa turma fosse imparcial ou estivesse preocupada com o interesse público….são lacaios do rentismo, porta vozes e cães de guarda dos abutres, não há hoje uma só empresa jornalística que não seja ligada ou controlada pelos larápios rentistas, ou seja, a mídia bandida, mafiosa, há muito não é porta voz da sociedade e defensora de interesses escudos … enquanto não disserem isso com todas as letras vamos viver nessa fantasia macabra….