Jornalismo varia menos por técnicas e mais por fins, por Cristiane N. Vieira

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Ilustração: Andrea Baulé

Por Cristiane N. Vieira

Que rei sou eu?

Comentário à publicação “Fake News, agências de verificação de notícias e metajornalismo, por Breno Mendes

Interessante provocação.

Concordo sobre as intenções maldosas e parciais de certas publicações, mas sobre os conceitos de sua análise, parece contraditório que você atribua ao jornalismo como função intrínseca, para criticar o caráter de meta-jornalismo das agências de fact-checking, as funções de averiguação e verificação para depois reduzi-lo a apenas mais uma forma de discurso em busca de legitimidade por persuasão acrítica, e destitui-lo de sua responsabilidade como portador de informação e notícia, o que lhe permite inclusive certas garantias legais como sigilo de fonte.

O jornalismo, em que pesem as coerções que sofre e que exerce como reflexo das disputas de poder entre grupos sociais, tem um objeto mais ou menos determinado de atuação e responsabilidade correspondente. O que não significa neutralidade asséptica e que também coloca como discussão a (im)possibilidade do jornalismo de praticar a fria objetividade, caso ela exista. Também não significa que qualquer opinião pode substituir a factualidade de seu objeto: simplesmente há assuntos que são mais e outros menos sujeitos a objetividade analítica; ossos da liberdade ter que constantemente discernir entre notícia, informação, fato, opinião, verdade, mentira, ou manipulação de todos para atingir fins escusos.

Sobre o advento das redes sociais e das “mídias alternativas” que você coloca como “vítimas” da prática de fact-checking: Primeiro, que não são um bloco monolítico de perfeição e honestidade, reproduzindo muito dos vícios da mídia tradicional em nova roupagem – até porque o jornalismo independente também emprega o fact checking, como é o caso do Truco com a Agência Pública. O último escândalo das redes sociais é a descoberta de propaganda massiva e patrocinada, antissemita, no Facebook, que não é um exemplo primoroso de liberdade de expressão – vídeo 1.

Segundo, que tanto a mídia tradicional quanto a alternativa praticam jornalismo com os mesmos instrumentos, a diferença sempre recairá sobre a forma e a finalidade como esses instrumentos serão utilizados (achei curioso que você falou de “jornalismo” sempre de maneira negativa e o colocou em oposição ao noticiário de “redes sociais e mídias alternativas” como pólos essencialmente opostos: se essas não fazem jornalismo, fazem o quê?).

Inclusive porque o jornalismo não é e nem pode ser o dono da verdade que essas agências, em teoria, teriam um importante papel de análise objetiva do que pode ser submetido a esse tipo de avaliação: não seriam essas atividades de contraposiçao entre o que é apresentado como informação uma forma de “foro dialético”?

O que me parece que embola o meio de campo, no assunto e na sua análise, é que se colocou tudo no mesmo balaio, fez-se uma média aritmética e dela saíram alguns conceitos generalizantes, alguns contraditórios:

1 – sua assertiva sobre o jornalismo ser, como se fosse sua essência, um “aparato ideológico” e não um “foro dialético” não pode ser aplicada de maneira generalizada; qualquer forma de discurso – e o jornalismo é uma entre tantas formas de discurso, como o científico ou o religioso, por exemplo – é marcada por uma luta, também constituinte de sua legitimidade, entre os dois pólos que você aponta como contraditórios, inclusive a “mãe” da dialética, a filosofia. Se a ciência, que adota critérios rígidos de “verdade”, foi historicamente construída na tensão entre o(s) poder(es) e a(s) liberdade(s) de pensamento e expressão na busca das suas “verdades” e da sua legitimidade – e não são poucos os documentários e livros que demonstram que o poder do dinheiro venceu a batalha inúmeras vezes; a disputa sobre a narrativa da mudança climática é apenas o mais recente desses embates –, o jornalismo só estaria a salvo dessa disputa se fosse mais realista que o rei nu.

2 – sua análise genérica sobre jornalismo, tomando a parte (podre, brasileira e massificada) pelo todo não considera, por exemplo, que se não fosse o trabalho de jornalistas que percorrem o mundo e os becos para informar com ética e responsabilidade, aí sim o que você chama de “aparato ideológico”* seria dominante e a opressão, inimaginável: a situação de calamidade das regiões em guerra, os genocídios, a crise ambiental, as desigualdades sociais, os movimentos sociais contramajoritários, os muitos lados de toda disputa, ou ainda o caso da quantidade de jornalistas mortos no exercício da sua profissão, como a alarmante situação do México, exatamente por fazerem jornalismo que se contrapõe a poderosos e criminosos interesses: isso pra você é resultado de serem parte do “aparato ideológico” ou tentativa de criarem um “foro dialético” que incomoda?

3 – acho que o que você coloca como essência, ser uma “aparato ideológico” no sentido de ideologia hegemônica, é na verdade apenas um dos lados do caminho que se pode tomar, e para saber qual deles está em ação no contexto da informação, basta praticar a análise de discurso, que é uma ferramenta que torcedores de futebol conhecem bem, e que alimenta as muitas mesas redondas e quadradas por aí – não se pergunta a um corintiano se o gol do Palmeiras foi legítimo, e vice-versa, sem considerar que cada um puxa a sardinha para o seu lado, mas pode-se ouvir, além deles, “testemunhas” e até apelar para as câmeras de TV ou de celular de torcedores presentes: quem tem a palavra final? O que é certo e o que é errado? Qual a função do juiz e seus auxiliares? Pode-se substituí-los por tecnologia? No final, sempre haverá quem acredita no que lhe convém; o problema é na hora de tomar decisões sobre o fato e suas versões.

Por fim, acho que foi feita uma avaliação maniqueísta dos instrumentos sem avaliar a maneira como são utilizados, por quem e com qual finalidade (as redes sociais e mídia alternativa são inquestionáveis e sumamente boas, enquanto as agências de fast checking são ruins e tendenciosas por si?). O que o faz pensar que as razões para a “mistificação e autoindulgência” atribuídas por você ao jornalismo não estariam agora sendo apropriadas pelas “redes sociais e mídia alternativa”? Nada nem ninguém poderá eximir o cidadão de fazer sua própria avaliação sobre a confiabilidade potencial daquilo que lhe é dito (do “meu amor” ao “vote em mim”), o que não invalida o papel fundamental do jornalismo ético e responsável em apresentar as informações com as quais se pode formar um juízo, em qualquer meio em que se apresente.

*Imagino que você se refira ao discurso hegemônico porque em filosofia esse conceito seria ainda mais complicado para a análise que você fez; não li o Althusser mas o google aniversariante, sim.

5 Comentários

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  1. Jornalismo

    O jornal El país publicou uma notícia importante de um país nem tanto:

    Governo Correa espionava políticos e jornalistas para controlar opositores

    Serviço de Inteligência tinha fichas individualizadas sobre a vigilância a políticos, jornalistas, empresários, grupos indígenas, tuiteiros e até membros de sua própria equipe,

    https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/30/internacional/1506795774_252520.html

     

  2. “1 – sua assertiva sobre o
    “1 – sua assertiva sobre o jornalismo ser, como se fosse sua essência, um “aparato ideológico” e não um “foro dialético” não pode ser aplicada de maneira generalizada; qualquer forma de discurso – e o jornalismo é uma entre tantas formas de discurso, como o científico ou o religioso, por exemplo – é marcada por uma luta, também constituinte de sua legitimidade, entre os dois pólos que você aponta como contraditórios, inclusive a “mãe” da dialética, a filosofia. Se a ciência, que adota critérios rígidos de “verdade”, foi historicamente construída na tensão entre o(s) poder(es) e a(s) liberdade(s) de pensamento e expressão na busca das suas “verdades” e da sua legitimidade – e não são poucos os documentários e livros que demonstram que o poder do dinheiro venceu a batalha inúmeras vezes; a disputa sobre a narrativa da mudança climática é apenas o mais recente desses embates –, o jornalismo só estaria a salvo dessa disputa se fosse mais realista que o rei nu.”
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    Mesmo como leigo na área e no assunto, queria opinar. Sua defesa do “discurso jornalístico” usando como argumento a “tensão” entre os dos polos só parece válida em tempos de normalidade MÍNIMA, por exemplo, quando o Rio tinha dois grandes jornais de ideologias absolutamente diferentes, os cariocas tínhamos então opção de escolha, una liam o Jornal do Brasil, outros liam O Globo. Ou quando a Folha se permitiu, num só veículo (fato raro…) dar voz a várias correntes ideológicas e interpretações da realidade. A tal “luta constituinte de sua legitimidade” se não está MORTA no jornalismo atual brasileiro – leia-se grande mídia… – está na UTI, então a análise do Breno Mendes soa correta – apesar do generalismo, sempre indesejável… – nesse tempo de EXCEÇÃO,
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    Até seu argumento – inteligente, diga-se – de que o poder do dinheiro venceu “a verdade” na narrativa da mudança climática, pelos inúmeros exemplos que temos de cientistas agindo literalmente como porta-vozes, por exemplo, da indústria do petróleo, na verdade se pensarmos a fundo é uma espécie de CERTIFICADO, que “deus mercado” não está de brincadeira, então, é como se ambos os discursos – o da ciência e o do jornalismo – NESSES TEMPOS, estivessem em queda livre, inclusive de sua legitimidade, com uma diferença porém: no discurso científico, vemos muito mais agências, ongs, vozes dissonantes dos discursos aparentemente “comprados” do que na grande mídia, por motivos óbvios: em empresas como Globo, Veja, Folha, etc., a voz dos patrões tornou-se um imperativo e até as exceções nos chegam como uma espécie de “benevolência tolerada”, um verniz enganador de que tenha sobrado alguma pluralidade de ideias e discursos.
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    Obviamente a fala do Breno me parece voltada para a mídia brasileira, só quem é do ramo pode debater a questão em relação às tendências da mídia nos outros países, embora acredite que nada semelhante ao nível grotesco de farsa e manipulação que vemos aqui tenha similaridade em outros países.
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    A questão principal não seria como os profissionais do ramo podem se unir para RESGATAREM a legitimidade desse discurso jornalístico, hoje claramente existente em compromissos com a verdade dos fatos quase que exclusivamente no dito “jornalismo independente”, como o próprio GGN e outros blogs semelhantes?
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    1. Aprendizes de feiticeiro

      O comentário que fiz, e que foi feito no “calor da hora” após a leitura do comentário/artigo de opinião de Breno Mendes, visava falar de algo que você repete em seu comentário, a tendência de identificar como jornalismo apenas ou principalmente o panfletismo sorrateiro praticado pelas empresas de comunicação. Se estamos conversando aqui, no blogue de um respeitado jornalista que há poucos anos trabalhava nestas mesmas empresas, é porque jornalismo não é (só) aquilo que é ou era feito pelas famílias herdeiras de jornais, rádios, revistas e tvs, ainda que ocupe mais espaço na vida real e no imaginário das pessoas. Para mim, jornalismo é uma prática específica, não o que necessariamente se faz  numa empresa ou num blogue. Nesse sentido, ao darmos prioridade de identificação como jornalismo ao que sabemos que não  é só porque ocupa um determinado lugar e porque que se autointitula como tal, subverte-se a noção do que ele de fato seja e só acrescenta confusão a algo para o qual nem quem frequentou escola foi preparado para decifrar. Jornalismo é uma também uma linguagem, e se não compreendida adequadamente, trocaremos definitivamente o gato pela lebre, e restará inútil exigir ou esperar que Falhas e Globbels façam aquilo para o qual têm concessão e verba pública mas que não têm cobrança social suficiente para que cumpram.

      Não sou jornalista nem formada em coisa nenhuma; concordo que profissionais e estudiosos da área podem, em tese, ter mais preparo para lidar com o tema – ou não, se considerarmos o que você disse sobre os jornais e jornalistas mais famosos –, mas não fiz um artigo, apenas um comentário como usuária dos serviços de comunicação, e nesta perspectiva, reitero tudo o que disse, ainda que considere algumas passagens mal redigidas e que não exprimi meu pensamento como pretendia.

      Falei também sob influência do que acompanho em programas específicos internacionais. A expulsão do jornalismo das grandes (no tamanho) empresas para as periferias da mídia alternativa e da audiência, e a reapropriação indevida de seu lugar de confiabilidade, é fenômeno mundial porque o dinheiro não tem nem respeita fronteiras, mas no Brasil ainda percebo uma visão romantizada do tempo em que essas empresas, mesmo vendidas para governos e interesses particulares, faziam algum tipo de jornalismo. Essa nostalgia, ligada aos lugares e marcas e não ao jornalismo por si, é um empecilho para que leitores e jornalistas reinvindiquem a prática do jornalismo como uma responsabilidade – conjunta entre quem faz e quem recebe – e não um favor: parece que a Falha, mesmo porque perdeu assinantes e agora depende ainda mais de verbas públicas, jogou ao mar a função de ombudsman; mas de que adianta perder assinantes se ainda não perdeu a aura de empresa jornalística para quem se refere a ela como tal, e se é essa aura e não o número de assinantes que lhe garante a influência?; acho que o ressentimento de leitores traídos já deveria ter sido substituído pela consciência de que não se pode exigir ou esperar algo de quem não tem mais nenhum resquício do que alega fazer. Acho então que devemos olhar em outras direções para acompanhar onde o jornalismo, como frágil planta, está renascendo ou se tornando vegetação, sendo geneticamente modificado ou cultivado de maneira orgânica.

      Minha crítica e discordância em relação ao comentário/artigo do Breno foi que pareceu haver confusão entre lugar e prática: jornalismo, empregado como sinônimo de “a voz do dono” porque ainda identificado com os lugares, necessariamente opressor, e o que se pratica na mídia alternativa e redes sociais, algo contraposto ao primeiro como livre, independente e confiável, e portanto, perseguido.

      Para mim, essa distinção foi abolida, em alguns casos até para prejuízo do leitor que não consegue identificar com facilidade onde está a notícia e a informação e em benefício de malfeitores que vestem a desinformação que lhes interessa com roupas conhecidas como jornalismo, não importa o lugar (eu disse antes que é uma linguagem, e como tal, tem elementos característicos e portanto (dis)simuláveis, como paródia, no caso do Sensacionalista, por exemplo, ou como farsa, no caso do JN e de Falha e Estado Mínimo).

      Nessa barafunda, necessário salvar nessa disputa pelo lugar oficial da informação o que se entende por jornalismo, para que ele possa ser identificado, ou desmascarado como clonagem, nos diversos lugares onde, peregrino, foi desterrado.

      Em suma, jornalismo – para mim, aqui é sempre a opinião pessoal de uma não especialista – é como um feiticeiro que foi expulso das casas onde por muito tempo, como morador, prestou seus serviços, e como agora vagueia autônomo e livre, por um lado, mas sem endereço certo e estável, por outro, tanto é roubado por outros que se passam por ele para receber honrarias e dinheiro vendendo produto falsificado, como é vilipendiado por aqueles que foram vítimas do estelionatário e agora não sabem mais a diferença entre o verdadeiro e o falso. Necessário então identificá-lo não por seu endereço, nem por sua aparência, mas se ele faz o que o caracteriza como tal. Essa a dificuldade, porque este feiticeiro é humano e falível, e o que ele oferece não é uma coisa fixa no tempo e no espaço, porque construída em conjunto com o ambiente de que faz parte e com as pessoas com as quais interage. E como este feiticeiro pode ser muito poderoso e influente, há que se manter vigilante para que seus poderes sirvam à comunidade na qual vive e que é a responsável por renová-los e mantê-los. A responsabilidade, portanto, é coletiva e compartilhada.

      Obrigada pela troca de idéias.

       

      SP, 02/10/2017 – 12:25 

      1. Compreendi melhor agora o que

        Compreendi melhor agora o que você quis dizer, Cristiane. Antes, minha interpretação é que você se apegava mais ao que chama aqui de “endereços do jornalismno”, e não tanto a ele como voz, linguagem.  É interessante pensar que provavelmente o Breno também pense assim, “apenas” teceu sua crítica voltada aos organismos que ainda mantêm no imaginário da sociedade esse “direito”, ou primazia, por hábito que seja, de serem chamadas de “empresas jornalísticas”, mesmo que transformadas em balcão de negócios e uma força política com ideologias claras.

        Sou tão leigo no assunto, mas tão apaixonado por jornalismo, que vou guardar o artigo do Breno e suas respostas a ele e a mim, porque (o que é bom – rs) sinto-me agora com muito mais dúvidas e perguntas do que respostas e certamente o tema é fascinante.

        Grato eu pela troca de ideias.

  3. Complemento

    O link para o vídeo 1 não foi exibido no comentário anterior.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=FzqpQBwvXa8&t=310s%5D

    Erratas:

    “Por fim, acho que foi feita uma avaliação maniqueísta dos instrumentos sem avaliar a maneira como são utilizados, por quem e com qual finalidade (as redes sociais e mídia alternativa são inquestionáveis e sumamente boas, enquanto as agências de fast checking são ruins e tendenciosas por si?).”  

    1 – Leia-se a expressão sublinhada como “fact-checking, e com hífen porque é a forma mais utilizada; ainda que a forma sem hífen, fact checking, também pareça correta, adota-se a forma hifenizada para uniformidade ortográfica. 

    “Sobre o advento das redes sociais e das “mídias alternativas” que você coloca como “vítimas” da prática de fact-checking, primeiro, que não são um bloco monolítico de perfeição e honestidade, reproduzindo muito dos vícios da mídia tradicional em nova roupagem – até porque o jornalismo independente também emprega o fact checking, como é o caso do Truco com a Agência Pública.” 

    2 – No trecho anterior,  a parte sublinhada está mal redigida. Leia-se: ” – e é estranho retratar o instrumento de “checagem de fatos” como desenhado intencionalmente para, numa disputa entre mídias tradicional e alternativa, colocar esta última sob descrédito e reforçar o papel de guardiã da verdade oficial da primeira, até porque o jornalismo independente também emprega o fact-checking, como é o caso do Truco com a Agência Pública. Em verdade, o instrumento tem sido utilizado de formas variadas, incluída a que você menciona, distorcida, mas não somente nem como função intrínseca, e quando o é provavelmente porque, como outros instrumentos, absorvido como arma na disputa política e por controle da narrativa prevalecente, numa circularidade do tipo yin-yang (surgido para prevenir erros e manipulações, acaba por induzir outros), com a impressão digital do(s) interesse(s) de quem o emprega.”

     

    3 – No trecho “2 – sua análise genérica sobre jornalismo, tomando a parte (podre, brasileira e massificada) pelo todo não considera, por exemplo, que se não fosse o trabalho de jornalistas que percorrem o mundo e os becos para informar com ética e responsabilidade, aí sim o que você chama de “aparato ideológico”* seria dominante e a opressão, inimaginável: a situação de calamidade das regiões em guerra, os genocídios, a crise ambiental, as desigualdades sociais, os movimentos sociais contramajoritários, os muitos lados de toda disputa, ou ainda o caso da quantidade de jornalistas mortos no exercício da sua profissão, como a alarmante situação do México, exatamente por fazerem jornalismo que se contrapõe a poderosos e criminosos interesses: isso pra você é resultado de serem parte do “aparato ideológico” ou tentativa de criarem um “foro dialético” que incomoda?”

    leia-se “a situação de calamidade das regiões em guerra, os genocídios, a crise ambiental, as desigualdades sociais, os movimentos sociais contramajoritários, os muitos lados de toda disputa, nada disso seria divulgado sem que houvesse jornalistas, profissionais ou amadores, presentes e trabalhando; ainda que muitos em veículos que exploram e deturpam essas situações, as informações e imagens rodam o mundo; ou ainda o caso….”

     

    SP, 02/10/2017 – 12:54

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