Novas tecnologias e algumas cotoveladas: a compra da TBS na mesa de Berzoini

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Enviado por Jurandir Paulo

Nassif,

Veja como o cenário de mudanças desafia o atual monopólio, criando novos desafios. Algo para acompanharmos com pipocas.  

Invasão da grande área

Uma movimentação muito importante aconteceu na semana passada. A Turner Broadcasting System (TBS) comprou a programadora Esporte Interativo, que, como o nome diz, é especializada em esporte. O negócio é importante porque, além de veicular sua programação esportiva pela TV paga, pela Banda C (parabólica) e por OTT (está na grade do Netflix), o EI também transmite na TV aberta, por meio de uma geradora pertencente à TV Eldorado, empresa do Grupo Estado de São Paulo, localizada em Santa Inês, Maranhão (é isso mesmo, os Mesquitas ganharam uma geradora na terra do Sarney no tempo do FHC), que transmite para 22 cidades, inclusive para São Paulo capital, o maior mercado publicitário do país.

Não foi preciso nem 24 horas para a Abert, presidida por Daniel Slavieiro, diretor-geral do SBT em Brasília, botar a boca no trombone afirmando que a compra é ilegal. A alegação é que o artigo 22 da Constituição não permite que estrangeiros detenham mais do que 30% das ações de empesas de empresas de comunicação que detenham concessões de TV aberta. A Turner responde que ela não é dona de uma empresa assim, mas de um canal de esportes, como é da Warner ou da CNN, por exemplo – a TV Eldorado, a geradora, continua dos Mesquita.

Agora a situação está nas mãos do Ministério das Comunicações, ou seja, do ministro Ricardo Berzoini, aquele que tem prometido quebrar o monopólio da mídia. Ele, por exemplo, pode argumentar com a Abert que esta é uma ótima oportunidade de regulamentar de vez o artigo 222 da Constituição, tão ciosamente defendida pela entidade, que, no entanto, há 25 anos consegue impedir que a parte referente ao combate ao monopólio e à regionalização da programação do mesmo artigo seja regulamentada.

Essa pendenga vai ser realmente divertida de acompanhar.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Como costumava dizer o nassif, eita ferro.

    Sai da m… – as grandes famílias donas da mídia, que agia pelos interesses externos, cai na b… – nos braços do mercado externo.

    Isso é que é colônia, a turna lá fora, com certeza, deve ter um orgulho danado de ter uma desse tamanhão.

    Saco!

  2. BOA, JURANDIR

    Acho que o assunto mídia é o mais importante de todos! Eleição do Cunha é fichinha, dois anos passam rápido! Podemos fazer aqui uma analogia entre aquela encruzilhada: “É melhor ser corno ou ser prefeito? Corno, claro, que é para sempre. Prefeito só são 8 anos (ou 4).

    Abraços…

    1. Sim, não há diferenças, os

      Sim, não há diferenças, os dois foram postos nestes cargos para nao fazerem absolutamente nada, é Dilma quem se encarrega direta e pessoalmente pelas pastas . . . . .

  3. Fator Cunha

    Acredito que o governo Dilma espera a definição da presidencia da Camara. Deu Cunha. O que fazer?

    Acho que irão definitivamente para a defensiva  e este caso demonstrará isto. No entanto cada vez que se retraem, fica mais proximo do impedimento. Como PHA diz; “Cunha presidente.”

    1. O Cade tem que cumprir suas
      O Cade tem que cumprir suas atribuições e por fim ao Bônus de Volume que sufoca a mídia e cria monopólio. E nem precisa do congresso para tomar essa medida. O Cade é ligado ao ministério da Justiça entao que o Zé da justiça é que tem agir e não dormir como o Hibernardo das comunicações.

    1. Esclarecendo

      O texto não é meu, mas do Ivson Alves, do Coleguinhas, linkado ali no título. Parece dar a entender que este canal estå, ou estará, na grade do Netflix. Não ficou claro. O que acontece, e o texto diz, é que o contrato permite distribuição por OTT, ou seja, Over-the-top content, o tipo de distribuição que Netflix, Now, HBO Go e outras usam. 

  4. Regulação

    Como dizia o famoso neoliberal americano e inesquecível presidente Ronald Regan:

    “A visão do governo sobre economia é a seguinte: se a coisa se move, taxe-a, se continuar em movimento, regule-a; se ela parar de se mover, subside-a”.

    Muito simples não? Mas aqui nestas terras quentes a coisa funciona ao contrário.

  5. Porque não se muda a lei para

    Porque não se muda a lei para que uma empresa (ou grupo) estrangeira tenha ao menos 50% de um grupo com concessão de TV aberta no Brasil? E, principalmente: que toda venda desse tipo fosse analisada pelo Cade, a fim de alimentar uma concorrência?

    Isso, sim, seria “Lei de Mídia” que prestasse … desconcentrar o mercado aumentando os “players”, esse é o caminho.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador