O “fake news” do julgamento justo e La Fontaine, por Cid Adão

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Francisco Proner

Por Cid Adão

Comentário à publicação “Por que a defesa de Lula ainda não arguiu a Prescrição do delito de corrupção passiva, por Sergio Medeiros

Percebi que ontem a midia se concentrou em alguns pontos, além do BBB:

1) Demonstrar que violenta, truculenta e fascista é a esquerda, repetindo por todo dia tudo que puderam coletar de empurrões, tapas, chutes e ovadas ainda que fossem oriundas de provocações e brigas. Não conseguiram coletar pedradas, chicotadas e tiros, mas isso não vem ao caso. Sim, as cenas não são “fake”, mas a construção da inversão feita através delas, é.

2) Que Lula seria um “foragido” (Datena e outros), desrespeitador da lei e da ordem, apesar de “privilégios concedidos” (e por eles, inaceitáveis) pelo “bondoso” herói paranamericano do Judiciário. Os juristas e a própria PF estragaram, desmentindo.

3) Que o processo é “indiscutível”, com dezenas de provas, depoimentos etc e tal (discutir os tais argumentos eles não fazem). Vários diziam que houve o “devido processo legal” (como o do impeachment), julgado por 20 juízes (!!!), 1 de piso, 3 do TRF, 5 do STJ e 11 do STF. Esquecem-se (por ignorância ou má fé?) de dizer que os últimos do STJ e STF não discutiram o mérito, só aspectos acessórios do processo. Só quem julgou (?) foi o Morognan e seus 3 mosqueteiros da primorosa sentença não lida.

É o mesmo que dizer que o cordeiro de La Fontaine teve o devido processo legal e o direito de defesa, houve a “acusação e o contraditório”. O cordeiro, depois de várias “instâncias”, foi julgado e condenado, digo, devorado. Mas sob o devido processo… legal!

Pela calma do domingo, depois do frenesi de dois dias, suspeito que se não houver fatos novos, tentarão construir um certo ostracismo para Lula. Talvez só entendam o Power Point do dá-lhe urinol, mas não o Ponto de Força da impressiva foto do Chico Proner que vale mais que mil palavras.

Eles não entendem de força humana. Só de paus, pedras, chicotes, tiros e bombas. E dinheiro usurpado da sociedade.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Concordo
    A estratégia continuará a focar nos impedimentos permitidos e ilegais à candidatura de Lula. Além disso, e nisso concordo com o artigo, a estratégia pela mídia que representa o pacto das elites será de tratar Lula como um preso a mais dentre tantos outros que caem “na vala comum” da história dos esquecidos e injustiçados.
    Não precisamos de fato novo, precisamos de rebeldia renovada.

  2. Os humildes que eu conheço me perguntam se ainda voto no Lula

    Só prá contrariar, eu digo que não e pergunto: “E você ainda vota num homem condenado pelo $érgio Moro?”

    Eles respondem que sim, que Lula não é ladrão, que se ele fosse ladrão ele estaria livre tal qual o Aécio Neves e o Michel Temer.

    Quando eles respondem à minha pergunta, eu digo a eles que eu eu votarei, sim, no Lula e se os Ratos não permitirem que ele seja candidato eu votarei no candidato que ele indicar. Eles ficam felizes e dizem que não acreditavam que eu era traíra.

    O tiro saiu pela culatra.

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