O Globo e a Petrobras

Petrobrás e Sindipetro desmascaram O Globo. 

Do Blog Fatos e Dados

Fotos publicadas por O Globo mostram equipamentos desativados

A respeito da matéria Fotos mostram o que a Petrobras esconde (leia versão on-line) da edição de quarta-feira (11/8) do jornal O Globo, a Petrobras esclarece quetodas as fotos publicadas da plataforma P-33 referem-se a instalações que estão temporariamente desativadas, que não apresentam nenhum risco para as operações, e estão com os reparos devidamente programados. No próximo mês de outubro a P-33 realizará sua parada programada para manutenção geral. Se tivesse sido informada sobre as fotos antes da publicação,  a Companhia teria fornecido estes detalhes, levando ao leitor a informação correta.

As plataformas em alto mar estão submetidas a uma atmosfera extremamente corrosiva, típica de ambientes marinhos. Para atenuar os efeitos da corrosão, os equipamentos e tubulações são revestidos com tintas especiais, que são periodicamente renovadas, de acordo com o tipo da instalação.

EmuEm um complexo industrial como uma plataforma, que possui milhares de equipamentos, caso aconteça a corrosão acentuada ou prematura em um deles, uma inspeção detalhada é realizada, seguida de uma avaliação de risco que determina o grau de urgência para a realização do reparo. Como a Petrobras tem por prática executar, em média a cada dois anos, paradas planejadas para manutenção geral nas plataformas, alguns reparos são incluídos na lista de serviços dessas paradas.

A Petrobras informa ainda que o bote de resgate da P-33, que sofreu manutenção recente em um fornecedor, apresentou defeito ao ser recebido a bordo. Para suprir a sua função em eventual emergência, garantindo a segurança dos trabalhadores,a Petrobras solicitou autorização da Marinha para manter nas proximidades, durante o novo reparo, dois rebocadores 24 horas por dia.

Por fim, em relação à máquina de hidrojato da plataforma P-32, a Petrobras lamenta as informações veiculadas sem qualquer embasamento técnico, e esclarece que o equipamento é largamente utilizado na indústria para facilitar a retirada de corrosão de superfícies metálicas, através do jateamento de água em grande velocidade. A força do jato é controlada de acordo com as características de cada serviço. Em alguns casos, esse equipamento pode ser utilizado para realizar cortes de chapas de aço. Esta técnica só é empregada em superfícies previamente inspecionadas, onde se confirmem a viabilidade de utilização sem risco às instalações e às pessoas.

A Petrobras reitera que a rotina operacional das plataformas é dinâmica, envolve inúmeros sistemas e equipamentos, e está sustentada por um forte apoio logístico entre as bases terrestres e as instalações no mar. Por esses motivos, as plataformas são preparadas para rapidamente identificar e eliminar falhas inesperadas e a realizar outros serviços em campanhas periódicas de manutenção com paradas planejadas da operação. Desta forma, a Petrobras zela pela integridade de suas instalações, pela segurança dos seus trabalhadores e pela preservação do meio ambiente, mantendo o seu compromisso com a produção nacional de petróleo e o desenvolvimento do país.

Do Sindipetro

A quem interessa uma Petrobrás assim?

Eis que então, em ano eleitoral e com Serra patinando nas pesquisas, O Globo resolve se preocupar com a segurança dos trabalhadores da Bacia de Campos e estampa em suas capas denúncias que o Sindipetro-NF faz há anos em relação à insegurança na Petrobrás. Faz parte da democracia e, como diz a máxima popular, antes tarde do que nunca. É inegável que a grande visibilidade de um jornal de circulação nacional ajuda a priorizar o tema e pressiona a empresa a tratar seriamente o assunto.
Internamente, no entanto, petroleiros sabemos que a situação da companhia na área de segurança parece muito mais uma ação orquestrada por setores da empresa interessados na volta do tucanato ao poder do que, especificamente, uma orientação geral do governo.
A absoluta prioridade que o Sindipetro-NF confere à defesa da segurança determina que a entidade assuma este risco de ter o tema utilizado pela imprensa para atacar a Petrobrás. Não foi por falta de aviso. O sindicato sempre manteve abertos todos os canais de entendimento com a empresa para que as questões denunciadas fossem resolvidas sem prejuízo da imagem da companhia, mas sempre encontrou a negligência e a enrolação como respostas.
É verdade que o vazamento do Golfo do México também acionou este tipo de pauta na imprensa, que passou a associar a exploração de grandes volumes de petróleo no pré-sal aos igualmente gigantes riscos ambientais. Não foram poucas as matérias em veículos de comunicação que partiram da pergunta: e nós, estamos preparados? A resposta da empresa é, claro, um “sim”. A dos trabalhadores, que conhecem o dia-a-dia da companhia, é um temerário “depende”.
E o “depende” diz respeito às circunstâncias que determinada ocorrência se dá na empresa. Se houver “sorte” de não haver ninguém no local de determinada explosão, ou “sorte” de determinada carga que se deslocou no convés ter parado a um centímetro do trabalhador, ou “sorte” de a corrente marinha ter levado o óleo que vazou para longe da praia paradisíaca, então será possível contornar a situação.
Mas não é este nível de precariedade que se espera de uma empresa com a tradição de excelência da Petrobrás. As imagens publicadas pela edição da semana passada do Nascente, algumas delas reproduzidas por O Globo, envergonham a categoria petroleira e o País, além, mais importante, de ilustrar o risco de morte a que estão submetidos milhares de trabalhadores em nome da produção a todo custo ou, quem sabe, de interesses inconfessáveis.
A quem interessa uma Petrobrás assim? Esta é a pergunta que se fazem os trabalhadores do setor petróleo.

Editorial da edição 661 do Boletim Nascente que circula nesta quinta, 12 

Luis Nassif

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