O nojo e a pedra, por Sergio Saraiva

O nojo que escorre das tintas e o sangue que corre das pedras são ambos derramados pelas mesmas folhas que os produzem.

ovos e pedras

O nojo e a pedra, por Sergio Saraiva

 “O PT, por seu papel central nos escândalos recentes de corrupção, não teria como escapar ileso da indignação geral. Ainda mais porque têm sido claras as indicações de Lula no sentido de buscar o confronto e desafiar a legitimidade das sentenças da Justiça e da própria magistratura. Nas zonas rurais, sem dúvida o PT é identificado com os frequentes e deploráveis atos de vandalismo promovidos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e seus congêneres”.

Extratos do editorial – ”Idade da pedra”– com o qual a Folha lamenta o atentado a Lula – pasme-se; e, com o qual também, tenta se eximir da parcela de responsabilidade que lhe cabe nesse ato terrorista.

Caso você tenha lido “O PT colheu o que plantou” – não se enganou.

Trata-se da conhecida argumentação hipócrita: “os tiros contra a caravana de Lula exigem investigação imediata e repúdio absoluto”, MAS ….

Alguém, por favor avise ao editorialista que há dois modos de se autorizar um mal feito. O primeiro é autorizando-o simplesmente. Outro é não o condenando. Ambos o legitimam.   

O segundo caso é o utilizado pela Folha para incentivar os ataques à caravana de Lula. Basta acompanhar a cobertura dada pelo jornal. Anunciam com antecedência hora e local onde as hostilidades devem ocorrem – as chamam de “protestos” e aos agressores de “manifestantes” Dia seguinte, dão ampla visibilidade aos atos. As pedras tornam-se ovos. Tudo é escárnio.

A Folha agora responsabiliza as “fake news e a demonização militante de adversários, que grassa sem contraditório por meio das redes sociais”.

A Folha pratica o jornalismo que não ousa dizer o próprio nome.

“Impõe-se imediata e rigorosa investigação para encontrar e punir os responsáveis por esse ataque”. Indigna-se o editorialista.

passo fundo

Alguém, por favor avise ao editorialista que os terroristas que atacaram Lula, são bem conhecidos. Há vídeos na internet e eles – na certeza da impunidade – jamais esconderam seus rostos. A própria Folha apresentou-os: são os presidentes de sindicatos de produtores rurais – os proprietários de terras, os ruralistas abastados com seus tratores – correligionários de Bolsonaro. Chegaram a chamá-los de “parte da população” – se era eufemismo, soou como sarcasmo.

Nada mais enojante do que culpar a vítima pela agressão. E a Folha não nos poupa desse nojo.

“A violência, tudo indica, tem agora outra origem —só favorecendo, de resto, o papel de vítimas que petistas assumem de modo farsesco para livrar-se das sólidas acusações que os colocam no estado de prestar contas à Justiça”.

cabeças

Alguém avise ao editorialista que as fotos das cabeças sangrando a pedradas – nenhuma delas publicada pela Folha – não reforçam o “papel de vítima” dos petistas. Provam de que lado estão as vítimas. Farsante são os contradizem os fatos em nome de seus interesses.

Por fim, alguém avise ao editorialista que não é “a tiros que tentam destruir as bases de todo convívio democrático”; é à tinta. E ele é um dos que puxam o gatilho.

 

PS: quando a razão se torna irracional, meu coração busca abrigo na Oficina de Concertos Gerais e Poesia.

Redação

9 Comentários

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  1. è de embrulhar o estômago, de

    è de embrulhar o estômago, de dar nojo dessa gente fascista até os escombros fundos de suas almas….

    repetem a fala da Catanhêde, que disse que “o que preocupa, é a ameaça de revide de Lula”…. – mais canalha e cínico impossível.

    a Folha, Catanhede, Alckmin, assemelham-se ao nazista que poderia discursar dizendo: “ora, não tivessem sido como são, os judeus não teriam sido perseguidos!” – a “culpa”, por existir…… 

    a essência da malignidade nessa fala da Folha!

     

  2. bom post

    Definitivamente a folha deixou de fazer jornalismo.

    Fui leitor por decadas, foi lá que conheci o Nassif, Janio, Matinas, Pepe Escobar e muitos outros( alguns até deixei de gostar…). 

    Como pode se rebaixar tanto!. Perdeu os antigos leitores e não acredito que tenha conquistado novos.

    Como sabemos, fascistas e tucanos, em geral, não são chegados a leitura.

  3. A folha apodrecida encarnou o

    A folha apodrecida encarnou o ditado nazista que usou como propaganda no passado: uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.

  4. Estou contigo e não abro!

    Prezado Sérgio Saraiva,

    O editorial assinado pelo Frias Filho hoje na Folha de São Paulo é uma das peças mais  nojentas produzidas pela imprensa, desde que esse último golpe repugnante de estado foi perpetrado contra o Brasil.

    Todos os pontos levantados em seu artigo são extremamentes precisos em apontar a podridão ética dessa imprensa, a qual nada mais faz do que verbalizar a podridão ideológica que lhe serve de substrato. E tudo em nome da “pluralidade” democrática de que o jornal em apreço se arvora, cinicamente.

    São, é inegável e isto sim, cúmplices da barbárie que ajudam a fomentar. A Folha de São Paulo abriga, ainda e seletivamente, comentáristas assinantes descaradamente fascistas, os quais postam inúmeras mensagens de ódio, mentiras, calúnias e difamação em apéndice às notícias que são publicadas.

    O jornal, seus anunciantes e proprietários, sabem muito bem que chafurdam por escolha própria na imundice da maioria daquelas páginas.   

    Estou contigo e não abro!

  5. A coragem para além de estéreis palavras

    A Farsa de São Paulo, finalmente, desnudou-se das luvas de pelica e prova de que lado sempre esteve. O espaço dado a Kimentiroso e seus asseclas nunca representou respeito à pluralidade, desculpa com a qual tentou manter seus isentões /acovardados assinando o jornal e pagando pelo engodo. Asquerosa, cínica, déspota que se pretende autorizada porque “esclarecida”. 

    Resta saber por quanto tempo pretensos esquerdistas continuarão digressionando sobre altíssima cultura, pianos e abstrações psicanalíticas em colunas neste panfleto neofascista repugnante, ao mesmo tempo que dão entrevista alertando para a esquerda se preparar para uma estratégia conjunta de reação e de autodefesa pessoal e política. 

    E assim segue o féretro nacional, os radicais da pedra e do discurso pretensamente revolucionário se completam em sua necessidade de destruição e desarranjo, seja para manter as coisas como estão, ou para transformar as coisas a seu gosto sem qualquer respeito ao povo e suas manifestações de rua que tanto pedem mas ignoram se não seguem seu figurino erudito. Há massa cheirosa na esquerda também – uma variante da esquerda caviar. 

    Por isso o golpe é mais profundo e difícil de enfrentar: é momento de constante separação de joio e trigo, também entre aqueles que se autointulam esquerda progressista. A hora da collheita ainda não chegou mas não tarda. 

     

    O canto de Ossanha – Miúcha, Vinícius de Morais, Tom Jobim e Toquinho

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=z_irYegbDTE%5D

    https://www.youtube.com/watch?v=z_irYegbDTE

     

     

    Sampa/SP, 29/03/2018 – 15:50

  6. Todos estão colhendo o que plantaram.

    Não é só o PT, mas todos os brasileiros, seus partidos políticos e suas instituições, que colhem o que plantaram.

    Plantaram a intolerância, o fascismo, a hipocrisia, a desesperança e estão colhendo um país entregue as traças, por culpa de toda população idiota deste país.

    Está na hora da esquerda calar a boca, parar de se vitimizar e tratar os outros como culpados, pois são tão fascistas e causadores da crise no país.

    Aproveitem a colheita de merda, povo imbecil.

    1. Ao cidadão que emergirá
       

      dessa colheita de merda, devemos apresentar nossos respeitos, nós que afundamos com o país.

      Aos que emergirem saberemos com certeza que são formados da mesma  merda que fizeram ao país,  pois como todos sabemos, merda não afunda.

      Parabéns, sobrevivente feliz!

  7. Justiça se faça,

    poderia dizer o mesmo do editorial do jornal O Estado de São Paulo – ”Violência inadmissível”  – por trás de um título tão verdadeiro de suas intenções como uma nota de três reais, nunca por coincidência, o mesmo argumento culpabilizando as vítimas pela agressão sofrida;  nunca por coincidência, o uso quase que dos mesmos termos, a ponto de tornar repetitivo recitá-los. Nunca por coincidência, o mesmo nojo.

  8. GUENTA O TIO FRIAS E SUA REDAÇÃO …

    Agora eles têm grana … Depois que o PagSeguro levantou US$ 2,3 bi em IPO na bolsa de NY  … Tio Frias quer que o PT, o Lula, os petistas e os pobres do país se phodam … Ele quer agora é rosetar com o Tio Nosferatu… Tá entrando grana de todo o lado. Tio Nosferatu precisa desta cambada pra ficar no governo e pra aprovar a previdência. Mussum diria: nois tamis é fudidis! 

     

     

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