O povo não é bobo

Em meu tempo de estudante, usávamos um bordão para denunciar o fato de que a grande mídia tem por hábito esconder a realidade para noticiar a versão dos fatos que lhe interessa.
Isso ficou patente no movimento das Diretas Já, em 1984. Em todas as capitais, o povo lotava as ruas, em manifestações, passeatas e comícios, em apoio à volta das eleições diretas para presidente. Mas, a “vênus platinada” resistiu ao máximo antes de permitir que a realidade chegasse às suas telinhas.
Há 28 anos, a vontade da mídia não mudou a vontade do povo, que continuou nas ruas até o fim da ditadura, com a derrota do regime no colégio eleitoral e na convocação da Constituinte.
Hoje, a mídia insiste em que a Ação Penal nº 470, conhecida como a do Mensalão, que está no STF, julga o Partido dos Trabalhadores. Empenha-se em criminalizar o partido e quer convencer o eleitorado de que o PT é uma ameaça à democracia.
O resultado  do 1º turno das eleições municipais de 2012 mostra novamente que o povo não é bobo. Sabe distinguir o julgamento de alguns acusados de haver cometido crimes , da história, do compromisso com a democracia e dos sucessos das gestões do Partido dos Trabalhadores.
As eleições municipais são o momento em que a população avalia os gestores públicos que estão mais próximos, os diretamente responsáveis pela prestação dos serviços públicos no dia a dia. À exceção do Distrito Federal, é a municipalidade que responde pelos postos de saúde, pelos buracos nas ruas, pelas creches e escolas fundamentais e pelo transporte público.
Ao reconhecer o trabalho do PT a partir de um novo crescimento na quantidade de prefeitos eleitos e no número de votos, o eleitor deixou claro que define seu voto com base nas ações realizadas, e não pela campanha de mídia.
O Partido dos Trabalhadores sempre sustentou que este País podia (e pode ainda mais) mudar o rumo de sua história, com distribuição de riqueza, redução das desigualdades e crescimento econômico sustentável, sem a subordinação integral aos interesses do capital internacional.
Após 10 anos de gestão no Governo Federal e com larga experiência em Estados e Municípios, o Partido dos Trabalhadores vem cumprindo essa promessa, liderando amplas alianças políticas norteadas pelos objetivos de fortalecimento de nossa democracia e pela melhoria da vida dos mais pobres.
Não é ao STF, e muito menos à mídia, quem cabe julgar o PT e sua história política. Lutamos muito para que o poder de escolher nossos governantes fosse devolvido ao povo, por meio do voto direto, em todos os níveis.
Numa democracia, o mais importante é o julgamento do povo, pela livre manifestação da urnas.

Gustavo Ponce de Leon Soriano Lago, historiador e advogado, é Consultor Legislativo do Senado Federal e atualmente exerce o cargo de Secretário de Estado de Governo no GDF.
Redação

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