O relatório do grampo

O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSIPR) informa que:

1. Considerando o teor de inúmeras matérias jornalísticas noticiando a suposta participação de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) no cometimento de ilícitos tipificados no art 10, da Lei 9.296, de 24 de julho de 1996, qual seja “que constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo de Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei”.

2. Considerando, ainda, o comprometimento da imagem e credibilidade de um órgão subordinado a este GSIPR, em razão da gravidade dos fatos imputados – atingindo autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciário -, bem como a necessidade da apuração na esfera administrativa.

3. Determinou, em conseqüência, a instauração de procedimento para investigar possíveis práticas de condutas previstas na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis federais.

4. Ao longo dos trabalhos, foram tomados depoimentos de 84 servidores, dentre os quais aqueles que participaram do apoio ao Departamento de Polícia Federal (DPF) por ocasião da denominada Operação Satiagraha.

5. Conforme laudos expedidos pelo Exército Brasileiro e pelo Instituto Nacional de Criminalística do DPF, foi atestado que os equipamentos de varredura e demais aparatos eletrônicos pertencentes ao acervo da ABIN, analisados por técnicos daquelas Instituições, não são capazes de realizar escutas telefônicas em sistemas que empregam tecnologia digital atualmente em uso.

6. Não se tornaram públicas, ainda, informações de que tenha sido apresentado ao Ministério Público Federal ou ao DPF o material contendo a gravação da suposta interceptação ilegal, bem como inexistem, até o momento, notícias que apontem nomes de servidores da ABIN como suspeitos.

7. Assim, em razão da ausência de indícios da realização de escutas telefônicas ou outras modalidades de quebra de sigilo de comunicação, clandestinamente ou não, pelos servidores que participaram do apoio da ABIN às ações do DPF na Operação Satiagraha, a Comissão de Sindicância resolveu encerrar os trabalhos propondo o arquivamento dos autos, o que foi acatado pelo Ministro Chefe do GSIPR.

Emerson Medeiros

Por falar em blog, o Noblat escreve o seguinte:

“A VEJA diz ter recebido de um agente da ABIN a transcrição da conversa entre Mendes e Torres. Os dois leram a transcrição e disseram que de fato haviam travado aquela conversa – e naqueles termos. Não é razoável imaginar que o presidente do Supremo e o senador tenham se juntado à VEJA para inventar uma história que quase provocou uma crise institucional.

Se a ABIN não grampeou Mendes ou Torres, alguém pode ter grampeado.)

OU SEJA, SE NÃO FOI A ABIN ENTÃO FOI A REVISTA VEJA

Luis Nassif

20 Comentários

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  1. Sinto que seria mais do que
    Sinto que seria mais do que merecido um ato de desagravo ao Delegado Paulo Lacerda. O Protógenes e o De Sanctis têm recebido importantes manifestações de apoio, mas o doutor Lacerda tem sido discreto e dá-se a impressão que é a vítima mais silenciosa e indefesa do esquema de difamação Dantas.

    O Lula, com toda sua popularidade e diante da falta de evidência de que qualquer crime tenha sido cometido pelo delegado na direção da ABIN, deve à opinião pública a recondução do dr. Lacerda a seu cargo na agência.

  2. Bem, caiu por terra o
    Bem, caiu por terra o factóide mais tosco dos últimos anos. Depois dessa, o Presidente Lula não apenas tem a obrigação de reconduzir o Doutor Paulo Lacerda à chefia da ABIN como tem de dar o bilhete azul para o Jobim. E agora, Gilmar?

  3. Nassif, tá um cheiro de
    Nassif, tá um cheiro de tinta; deve ser da casa nova. Ficou boa chik mesmo.
    Quanto ao Noblat ele e o senador Alvaro Dias não devem alguma explicação a respeito do suposto dossie da casa civil?

  4. Pode ter sido o Senador?!
    Pode ter sido o Senador?! Político é capaz de tudo para se proteger de interpretações equivocadas que possam prejudicá-los. Mas, é preciso conhecer as motivações para que se possa fazer uma avaliação mais próxima da realidade. É preciso buscar quem tinha interesse em desacreditar as instituições oficiais. É preciso conhecer as pessoas beneficiadas por essa divulgação. É preciso saber quem tinha ou tem recursos financeiros para pagar os custos da interceptação. É preciso conhecer quem gasta mais do que ganha e está relacionado com os crimes investigados. É preciso desconfiar de tudo e de todos que estão envolvidos com essa divulgação. E, é preciso excluir da lista de suspeitos os que seriam ou foram prejudicados por essa divulgação. Só assim os culpados serão revelados, mesmo que a prova material seja destruída. A quantidade de suspeitas aponta o suspeito, mesmo quando as provas materiais e a motivação não são claras ou evidentes.

  5. Caro Nassif,

    Fiquei sabendo
    Caro Nassif,

    Fiquei sabendo que a Carta Capital dessa semana comenta a participaçao de Gilmar Dantas no Roda Viva, e gostaria de sugerir através do seu BLOG, a adoção por todos nós de um apelido genial que a CARTA usou para identificar o blogueiro do chapéu de mau gosto. Ela o chamou de TALENTOSO RIPLEY, que não se conforma com sua condição de figurante e vive tentanto ser o que não é. Cá pra nós, NÃO EXISTE APELIDO MELHOR…Achei genial a sacada..e morri de rir…
    Assim como celebrizamos o termo PIG , acredito que essa do TALENTOSO RIPLEY…pode pegar…
    NASSIF…DÁ UMA FORÇA AI..VAI !!!
    CONVIDO A TODOS A ADOTAREM ESSE APELIDO PARA O CHAPELEIRO MALUCO….

  6. PREZADOS LEITORES DO BLOG DO
    PREZADOS LEITORES DO BLOG DO NASSIF,

    ASSIM COMO CELEBRIZAMOS O TERMO PIG, gostaria de convidá-los a adotar a partir de hoje o apelido de TALENTOSO RIPLEY, quando nos referirmos ao tal chapeleiro maluco.
    Essa sacada está na Carta Capital que sai essa semana…e tem tudo a ver, pois o verdadeiro Ripley, não se conformava com sua insignificancia, e vivia tentanto ser o que não é…
    Vão me dizer que rapazinh do blog não tem um estilo de vida parecido com o talento Ripley, embora não seja tão talentoso assim..né ??
    E AI :??? TÁ LANÇADA A IDÉIA…

  7. Como já sabiamos, nada de
    Como já sabiamos, nada de oba, oba, nenhum motivo para estes palhacos, pessaram que colocariam em nós, um nariz de palhaço também.
    Este pessoalzinho, só queriam desviar o foco dos acontecimentos, que ficou quente para eles naquela oportunidade.

  8. Desde o primeiro momento,
    Desde o primeiro momento, Noblat entrou no bloco. Até onde consigo perceber, por espírito de corpo. Agora, não consegue encontrar uma saída honrosa, e fica tentando balbuciar os argumentos do Reinaldo Azevedo sobre a questão.

    Há, é claro, a possibilidade de que Demóstenes Torres, Gilmar Mendes e a revista Veja tenham se unido para inventar um telefonema que não aconteceu. Assim como há a possibilidade de que a Abin, por meio de um de seus arapongas, tenha feito um grampo no gabinete do ministro. Nenhuma dessas duas possibilidades me parece muito plausível.

    Mas Reinaldo está obviamente errado ao dizer que, se não houve grampo, entrão houve uma armação envolvendo a revista Veja, o ministro e o senador.

    A armação pode ter envolvido exclusivamente o senador Demóstenes Torres, por exemplo. Ele teria gravado a própria ligação, e enviado a transcrição para a revista.

    Tendo havido um grampo, temos que saber de que tipo, e com quais propósitos.

    Pode ter havido grampo, mas encomendado pelo próprio Dantas, por meio de um de seus prepostos. Afinal, foi ele quem se beneficiou com o episódio.

    O erro do Noblat foi ter comprado esse pacote que agora faz água por todos os lados: a história de que arapongas da Abin teriam grampeado o ministro Gilmar Mendes. Foi essa a história divulgada pela revista Veja. Noblat é simplesmente um jornalista que não tem coragem de afrontar colegas poderosos e futuros empregadores. Parece ser um bom sujeito, inteligente, sensível. O problema é que, na hora h, pensa no próprio umbigo e manda os escrúpulos às favas:

    “Se eu precisar de emprego, amanhã, algum desses leitores que vivem me infernizando irá me ajudar? Uma pinóia. Sei lá o que aconteceu nessa história do grampo. É esquisito? É claro que é. Mas tem uma poção de coisas esquisitas neste mundo, e eu não vou agora, aqui no meu blog, comprar briga com o Eurípedes, o Jardim, o Diogo, o Reinaldo e o resto da patota. O Nassif que se arranje, ora bolas. É adulto, vacinado e sabe o que faz. Vou é cuidar da minha vida, e já faço muito.”

    O Noblat é isso. Um cara bacana, mas pequenininho.

  9. Será possível que a
    Será possível que a Procuradoria Geral da República não vai entrar de cabeça para pôr fim a esta farsa ?
    Será que é tão difícil alguma autoridade com A maiúscula exigir que o panfleto racista apresente imediatamente esta porcaria de gravação .
    QUE NOJEIRA ! QUE SITUAÇÃO RIDÍCULA É ESTA !

  10. Parece que “Le maison tombé”
    Parece que “Le maison tombé” … rs

    Estou muito curioso para ver como FSP, Estadão, Globo, e etc irão cobrir o resultado da investigação do grampo.

  11. É sensível a diferença na
    É sensível a diferença na forma de reagir de gilmar e de demóstenes…gilmar reagiu com surpresa e demóstenes com muita calma e confiança : demóstenes ligou, gilmar não atendeu e mais tarde retornou a ligação, e só então foi realizada a gravação.
    Se fosse serviço de profissional não teria hora marcada…demóstenes nem se preocupou com o fato da revelação de sua grande influência sobre o gilmar !!!

  12. É claro que a frase do Noblat
    É claro que a frase do Noblat “Repito: não é razoável acreditar nessa hipótese. Não é mesmo. ” refere-se ao LN e a todos os que criticam o factóide.
    Ora, ele distorce a verdade, como se desentendido fosse. E ele não é.
    Ninguém, em lugar nenhum que eu tenha lido, sugere que os 3, Veja, Gilmar e Torres, sentaram numa mesa e planejaram o factóide.
    O GIlmar e o Torres possívelmente confirmaram a transcrição de uma gravação que de fato houve. Mas há uma grande distância entre uma gravação encomendada providencialmente naquele momento, com a finalidade de provar uma tese, e a existência de grampos criminosos no senado e no supremo. A GRAVAÇÃO FOI ENCOMENDADA POR ALGUÉM, PROVIDENCIALMENTE NAQUELE MOMENTO, PARA SERVIR A UMA TESE.
    COMO SEMPRE, FAÇA A PERGUNTA: A QUEM INTERESSAVA? À PF? À ABIN? Ora, Noblat, tenha paciência, né! A QUEM??

  13. Nassif, o seu colega Noblat
    Nassif, o seu colega Noblat dá uma de desintendido quando afirma que “não concorda com a tese de que inexistiu o diálogo”. É notório que ele está tentando confundir quando deveria tentar esclarecer (missão de todo jornalista). As cabeças isentas e pensantes têm afirmado “que o grampo não existiu”. O que é totalmente diferente da premissa do Noblat.

  14. Que armação… tivessem um
    Que armação… tivessem um pingo de vergonha na cara e gilmar mendes, veja e jobim pediriam desculpas a nação. E todos os mídia que deram credibilidade a esta fajutice também.

    Sobram duas questões:

    1) Quando Lacerda será reconduzido?

    2) Como responsabilizar os altores da farsa?
    Sim, porque esta mutreta não pode ficar impune…

  15. Se esse pessoal tivesse a
    Se esse pessoal tivesse a cultura Japonesa, agora pediriam desculpas ao povo que paga seus polpudos salários, e se suicidariam em seguida.
    Que utopia a minha….

  16. O crime perfeito ocorre
    O crime perfeito ocorre quando a “vítima” é conivente. O trio Gilmar-Demóstenes-veja bolou a jogada, faturou em cima, desestabilizou as investigações contra DD, exonerou (espero que agora isso seja revertido) o dr. Lacerda, etc.
    Como provar algo que foi feito em conluio entre a suposta vítima e o executor? Para mim, só existiu mesmo a transcrição, nenhuma gravação nem fita jamais existiram.

  17. O Noblat só fica
    O Noblat só fica tergiversando quando diz, p.e., que não concorda com a hipótese da inexistência do diálogo.

    Só consegue levar na conversa a turma de patricinhas seniores que frequenta o seu blog.

    E esse relatório confirma a barrigada dele quando acusou o presidente do sindicato dos funcionários da ABIN de ter feito o grampo.

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