Offshores secretas serão reveladas em grande banco de dados

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) anunciou que irá disponibilizar, no dia 9 de maio, um grande banco de dados com as informações de mais de 200 mil offshores do caso Panamá Papers, envolvendo o escritório de advocacia Mossack Fonseca. A expectativa é que documentos, até então possivelmente blindados pelos meios de comunicação que tiveram acesso, no Brasil e em outros países, sejam democraticamente revelados sem atropelo de interesses.
 
“O banco de dados será provavelmente a maior divulgação já feita de empresas offshores secretas e as pessoas por trás delas”, anunciou o consórcio. 
 
O mecanismo será de autobusca, onde o internauta poderá acessar as informações por critérios de pesquisa, como nome da empresa, da pessoa, etc. Os dados envolvem uma dos maiorias articuladoras de offshores no mundo, com informações sobre companhias, trusts, fundações e fundos em 21 paraísos fiscais, desde Hong Kong até Nevada, nos Estados Unidos.
 
Nesta base de documentos, que será disponibilizada pelo Consórcio, estão mais de 200 países e territórios. “Quando os dados forem liberados, os usuários serão capazes de pesquisar as informações e visualizar as redes em torno de milhares de entidades offshores, incluindo, quando possível, registros internos da Mossack Fonseca de verdadeiros proprietários de empresas. O banco de dados interativo também incluirá informações sobre mais de 100.000 companhias adicionais, que faziam parte da investigação sobre os vazamentos de offshores de 2013 do ICIJ”, disse o grupo.
 
O Consórcio de Jornalistas, contudo, afirma que não “despejará” todos os documentos particulares, mas que se trata de “uma liberação cuidadosa de informações corporativas básicas”. O grupo evitará, por exemplo, dados pessoais em massa, registros de contas bancárias e transações financeiras, emails e correspondências, passaportes e números de telefones. “As informações selecionadas e limitadas serão publicadas dentro do interesse público”, explicou.
 
O grupo também afirma que a disponibilização dos documentos não encerra o trabalho dos jornalistas. O jornal alemão Süddeutsche Zeitung, que recebeu o vazamento da Mossack Fonseca e outros veículos de mídia do consórcio, “incluindo novas mídias em países onde o ICIJ não tem sido capaz de denunciar”, continuará a investigação e publicará novas reportagens nas próximas semanas e meses, anunciou.
 
A liberação ocorrerá no dia 9 de maio, às 02:00 p.m. (horário EDT), que corresponde às 15h do horário de Brasília, no link offshoreleaks.icij.org.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Só pela imprensa?

    “…expectativa é que documentos, até então possivelmente blindados pelos meios de comunicação que tiveram acesso, no Brasil e em outros países, sejam democraticamente revelados sem atropelo de interesses…”

    Sei não… Suspeito que tais dados estejam muito bem guardados não só pela imprensa.

    Tem gente que adora fazer uma seleção.

  2. Obviamente só serão

    Obviamente só serão divulgadas as contas que interessarem aos EUA, e olhe lá se alguns dados não foram forjados/adulterados antes da divulgação pelos serviços de inteligência daquele país.

  3. Vai nada. É só ver com quais

    Vai nada. É só ver com quais jornalistas  esse Consórcio se alinha no Brasil. É mais um instrumento para demolir os escolhidos pela CIA/NSA nos países que colocaram algum impecilho ao poderio do império americano. Eles só devem estar muito aborrecidos porque não acham nem Lula, nem Dilma para justificar o golpe do Brasil.

    Cansei dessa conversa fiada e “transparência” que não pega um poderoso. Pegou, isso sim,  o Joaquim Barbosa que deve ter se negado a trabalhar para o impeachment e foi castigado. 

  4. O BANCO DE DADOS ABRANGENDO

    O BANCO DE DADOS ABRANGENDO MAIS DE 200 PAISES , MAIS DE 200 MIL CONTAS DEVE TER SIDO UM TRABALHO MUITO GRANDE. PACIÊNCIA QUE OS DADOS SERÃO DISPONIBILIZADOS PARA PESQUISA A NIVEL MUNDIAL E O MAIS IMPORTANTE – SEM A PROTEÇÃO DOS PSEUDO-JORNALISTAS QUE TIVERAM ACESSO – SERÁ LIVRE PARA CONSULTA DE QUAL QUER CIDADÃO. EXCELENTE INICIATIVA

  5. a turma das granda trutas da

    a turma das granda trutas da casa grande deve tremer

    – mas quem garanrte que serão  púnidos?

    ou que mgarantre que esses dados não estão sendo manipulados por geopolíticos do império?

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