Ombudsman da “Folha” ou guarda-costas do Reinaldo Azevedo?

Por Lungaretti

Reinaldo Azevedo: pego na mentira.

Há exatas duas semanas a Folha de S. Paulo publicou uma coluna de Reinaldo Azevedo na qual, para satanizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (o que ele e a veja fazem dia sim, outro também, há anos), mentiu descaradamente sobre o desfecho do Caso Battisti.

 

Após sustentar que Lula se consideraria “o inimputável da República”, Azevedo foi mais além em suas invencionices manipulatórias: 

Vai ver isso decorre daquela maioria excêntrica formada no STF, em 2009, que decidiu que o refúgio concedido a Cesare Battisti era ilegal, mas que cabia a Lula decidir se o terrorista ficaria ou não no Brasil. Ficou. Assim, os excêntricos de toga lhe concederam a licença única para decidir contra a lei.

No mesmo dia (15/01/2016), os três principais defensores de Battisti na batalha de opinião publica outrora travada escrevemos à ombudsman da Folha, Vera Guimarães Martins, pedindo um posicionamento do jornal com relação a quem utiliza suas páginas para falsear a História e insuflar campanhas de ódio.

Eu pedi à ombudsman que cumprisse a sua missão de defender as boas práticas jornalísticas, evitando que fosse estigmatizado um escritor já sexagenário, que está aqui em situação perfeitamente legal e leva vida produtiva e pacata em nosso país, tendo esposa e filho brasileiros. 

Cesare Battisti, hoje: um sexagenário pacato e produtivo.

E expliquei o que o Supremo Tribunal Federal realmente decidira, ao cabo de três longas e dramáticas sessões de julgamento, cujas três votações tiveram o mesmo placar de 5×4, atestando a complexidade do assunto que Azevedo pretendeu esgotar de forma tão leviana e superficial:

1. anular a decisão do então ministro da Justiça Tarso Genro de conceder refúgio humanitário a Battisti, por considerar que os motivos alegados eram insuficientes para tanto;

2.     autorizar a extradição de Battisti, solicitada pela Itália;

3.   reafirmar a jurisprudência de que cabe ao presidente da República, como condutor das relações internacionais do País, a palavra final sobre pedidos de extradição. 

Foi, portanto, uma mentira cabeluda do Azevedo: Lula não decidiu ‘contra a lei’, apenas exerceu uma prerrogativa presidencial que sempre existiu em nossa tradição republicana. 

Azevedo também tenta vincular demagogicamente a terceira decisão à primeira, o que é uma ofensa à inteligência dos leitores da Folha. O refúgio humanitário foi anulado, mas isto apenas impedia Lula de o restabelecer. A decisão presidencial foi outra, a de não autorizar a extradição.

Para Dallari, negar extradição foi “ato de soberania”.

O valoroso jornalista Rui Martins solicitou que se publicasse algo “para retificar erro do colunista Reinaldo Azevedo, em nome da equidade e veracidade  na imprensa”. E deu dois links para a ombudsman informar-se melhor sobre o assunto, em termos legais: um do respeitadíssimo site Consultor Jurídico e outro do maior jurista brasileiro vivo, Dalmo de Abreu Dallari. 

E Carlos Lungarzo, professor universitário, escritor e defensor histórico dos direitos humanos, depois de esmiuçar os aspectos jurídicos do caso, desabafou:

A posição da Folha no caso Battisti é conhecida não apenas no Brasil, mas também no exterior, bem como suas interpretações do caso e suas fontes, nem sempre isentas. 

Entretanto, a matéria do colunista Reinaldo Azevedo excedeu tudo o que já lemos na Folha e mesmo em outros veículos…

 

O que fez a ombudsman, diante de tais queixas consistentes, apresentadas por leitores e cidadãos respeitáveis, os três idosos, os três com um currículo inatacável como paladinos dos direitos humanos?

 Passado condena: ajudando Médici a soprar as velinhas.

Nada, absolutamente nada. Nem publicou a retificação que se impunha, nem mesmo respondeu aos três e-mails. Foi uma ofensa inédita: todos os ombudsman anteriores achavam algo para dizer em tais situações, ainda que não passassem de platitudes ou desculpas esfarrapadas.

Ou seja, Vera Martins não cumpriu sua obrigação profissional, não se comportou com um mínimo de civilidade e nem mesmo levou em consideração a condição de idosos dos seus interlocutores. 

Ficou muito aquém de sua digna antecessora, Suzana Singer, que teve coragem de discordar da outorga de um espaço semanal para Reinaldo Azevedo fazer sua panfletagem ultradireitista, argumentando que no jornalismo impresso “espera-se mais argumento e menos estridência; mais substância, menos espuma; do contrário, a Folha estará apenas fazendo barulho e importando a selvageria que impera no ambiente conflagrado da internet”.

Mas, só pessoas muito especiais ousam remar contra a corrente. E Reinaldo Azevedo parece ser exatamente o tipo de colunista que a Folha gosta de ter, tanto que acaba de admitir um filhote do dito cujo como colunista júnior no seu site.

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Redação

5 Comentários

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  1. NassifEsse mentecapto pensa

    Nassif

    Esse mentecapto pensa que é Lacerda.

    Quanto a omissão do ombudsman do pasquim, o silencio é a melhor resposta.

  2. Rei de Nada Azedo

    Pessoal,

    esse persona só faz tipo, não sendo capaz de ter uma posição pessoal,mas somente a que lhe mandam escrever sejam seus patrões, sejam seus seguidores idiotas que se lambuzam na porqueira que sai dessa mente poluída e desprovida de humanidade.

    È um ser abjeto que fez desse papel ridículo que personifica seu ganha pão. Um perfeito bossal sem nenhum apreço ao tempo que dispõe nessa vida, para buscar construir algo positivo e construtivo.

    Vai passar como um lambe botas.

  3. o histórico de equivocos da

    o histórico de equivocos da empresa dos frias em relação à ditadura

    comporova que ela não tem nenhuma credibilidade….

    e continua não tendo, com os mentecaptos tipo reinaldos e kins

    de araque, que representam um bom número de articulistas

    diireitistas do veículo, o qual comrovadamente serviu`aos assassinos da ditadura…

    vide cães de guarda, de beatriz kushnir, no google

    (pelo menos tem um resumo onde aparece esse caso dos

    policiais-redatores do jornal dos frias)….

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