Os caminhos da velha mídia

Caminhos da velha mídia

A cada dia que passa vão se confirmando as previsões do Blog sobre os caminhos da velha mídia.

Novos capítulos:

1. A decisão da UOL em recomprar a participação dos minoritários a R$ 17,00 – no IPO foram vendidas a R$ 20,00 -, pouco tempo depois de um grande investidor ter adquirido os papéis que pertenciam à Portugal Telecom. É sinal de que, em futuro próximo, absorverá a empresa Folha da Manhã. É jogada calculada, mas que praticamente fecha o mercado de capitais para o grupo.

2. O IPO da Abril Educação comprova que o grupo irá direcionar recursos e energia para outras áreas: mídia deixou de ser prioritário. Assim como Murdoch, vai continuar capitalizando a força político-editorial da Veja para alavancar negócios em outros segmentos. Na verdade, a Abril perdeu o bonde devido a um acúmulo de decisões erradas. A primeira, abrir mão da BOL. A segunda, abrir mão de conduzir a UOL e, finalmente, pular fora do negócio online. Roberto Civita foi iludido pela visão de que, sendo dona de um conteúdo vasto, na hora em que quisesse a Abril voltaria para o negócio online e seria bem sucedida. Depois, as dificuldades da empresa a levaram a abrir mão da TV A. Hoje ela tem o mercado de revistas impressas com capacidade de gerar recursos para a operação online, mas à custa de enormes malabarismos – como a turbinagem permanente das tiragens (para impedir a queda na publicidade), gerando custos crescentes. Para o negócio revistas da Abril, cada dia de vida nunca é mais, é sempre menos. E a opereação online não decolou nem decolará.

3. O Estadão corre contra o relógio. O negócio principal, o jornal, deixou de gerar recursos para financiar as novas mídias. A publicidade online terá que crescer bastante para compensar o emagrecimento de outros setores. A Broadcast e a Agência Estado continuam segurando a peteca. Mas é uma empresa que trabalha exclusivamente para ampliar resultados visando encontrar comprador – devido às dissidências familiares.

4. Organizações Globo, pelo tamanho e abrangência, se mantem no topo.

O fator UOL

Recentemente a UOL adquiriu a Diveo, datacenter no Brasil e Colômbia. A empresa investiu bastante em backbones de telecomunicações. Ao adquirir a Diveo, a UOL se posicionou no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

Segundo rumores de mercado, a área de outsourcing e TI poderia atrair a atenção da APEAX, grupo de private equity britânico.

Dentro da UOL, já há separação entre Internet e outsourcing. Esse serviço responde pela parcela maior do resultado da UOL: 75% a 80% dos resultados finais.

Provavelmente – ainda segundo avaliações que correm no mercado – a lógica seria um spinoff da UOL, separando a parte de Internet da parte de outsourcing. Aí haveria lógica da parte de Internet assumir a Folha.

Pelo acordo de acionistas, os minoritários terão direito a tag alone. Provavelmente o valor de saída será no mínimo 50% maior do que a oferta inicial da UOL.

Luis Nassif

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