Quem não conhece a origem da expressão “cavalo de Tróia”? Diz a narrativa lendária que as legiões gregas deixaram o artefato de madeira oco, abrigando soldados gregos em seu ventre, junto às muralhas de Tróia. Os troianos acreditaram ser um presente dos gregos como sinal de rendição. Durante a noite os gregos deixaram o artefato e abriram os portões da cidade, que foi facilmente invadida, incendiada e destruída.
Atualmente essa expressão é famosa pela associação com códigos maliciosos (“worms”) que infestam computadores.
Mas também podemos aplicar essa expressão “cavalo de Tróia” a um recorrente fenômeno do encontro entre a ciência e a mída. Mais precisamente, a exposição de cientistas na mídia onde expressam seus posicionamentos políticos “progressistas” ou “de esquerda”. Pela sua projeção midiática, passam a ser celebrados pela a intelectualidade e simpatizantes dessa ala política. Alguns passam a ser mais conhecidos pelas suas declarações políticas do que pela pesquisa cientifífica. Mas há algo contraditório: apesar dos posicionamentos midiáticos progressistas, os fundamentos das suas pesquisas científicas são conservadores, para não dizer reacionários em alguns casos.