Pesquisa tenta mapear grau de liberdade de imprensa no Brasil

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Estudo mensura o grau em que as redações brasileiras são afetadas por relações de poder com grupos políticos e econômicos

Jornal GGN – Pressões externas oriundas de interesses econômicos, políticos, pessoais, por exemplo, que restringem o exercício profissional do jornalista e também as condições de acesso à informação para a prática do jornalismo. O quanto isso tem prejudicado a produção no Brasil?

Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Paraná, com apoio da Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas Brasileiros e pela Federação Nacional dos Jornalistas tenta mapear o grau de liberdade desfrutada pelos jornalistas para exercer a sua profissão.

Lançada em 2 de outubro, sob coordenação geral do professor Mario Messagi Junior, da UFPA, a pesquisa está disponível até o dia 21 de dezembro. Até agora, cerca de 1400 jornalistas já responderam ao questionário online, e a meta é atingir 2800 em todo o país até o fim do prazo.

Segundo Gabriele Maniezo, graduanda em jornalismo e bolsista de Iniciação Científica do grupo de pesquisa Comunicação e Democracia da Universidade Federal do Paraná, o objetivo do estudo é “identificar e mensurar em que grau as redações brasileiras são afetadas por relações de poder com grupos políticos e econômicos, além de compreender de que forma os profissionais de comunicação reagem a essas interferências externas à lógica da prática jornalística.”

No questionário (veja aqui), há perguntas sobre como os profissionais de imprensa reagem a temas como o control editorial, o acesso à informação e a regulação da mídia.

Em artigo publicado no Observatório da Imprensa, Mario Messagi Junior e Guilherme Carvalho, pesquisador, apontaram que “existe pouca informação organizada cientificamente para determinar o que se pode entender por liberdade jornalística e se de fato existe censura a este tipo de conteúdo no país.”

“Em um país com histórico autoritário como o Brasil, ou onde existe uma forte tendência ao oligopólio, o direito ao exercício profissional pleno do jornalismo parece ainda distante do ideal.”

https://www.youtube.com/watch?v=88V-yuADMqs width:700 height:394
 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Liberdade só para a mídia empresa.

    Os grupos de mídia têm ampla, geral e irrestrita liberdade.

    Os jornalistas desses grupos não têm nenhuma liberdade.

    1. Os jornalistas têm a liberdade de fundar seus próprios jornais

      Quem afirma que os jornalistas não têm liberdade está confundindo o c* com as calças. É o mesmo que afirmar: se eu não tenho a liberdade de entrar na casa do vizinho a hora que eu quiser, então isso é um atentado a meu direito de ir e vir. É claro que não é! Eu tenho a liberdade de ir para onde eu quiser, mas não tenho o direito de invadir a casa alheia. É aquele velhíssimo princípio indispensável à vida em sociedade: o direito de um termina onde começa o direito do outro. O jornalista não têm o direito de usar as instalações e equipamentos alheios para fins particulares. Se ele quer exerceu sua liberdade de expressão, deve fundar seu próprio veículo de mídia. Se não tem capital para isso, tampouco isso denota uma violação da liberdade de expressão: ninguém tem o direito adquirido de possuir um jornal, assim como ninguém tem o direito adquirido de possuir uma barbearia, restaurante, banca de jornal ou peixaria.

      Existem poucos grandes jornais pelo mesmo motivo porque existem poucas fábricas de caminhão: tal empreendimento exige muito capital, e o mercado é restrito. Mas enquanto existir liberdade de expressão, o leitor é livre para escolher entre um jornal e outro, ou simplesmente para não comprá-los e ao invés disso, escrever seu próprio blog. Os empresários donos da mídia estão tão sujeitos às leis do mercado quanto qualquer outro empresário: eles sabem que têm que dar ao leitor o que o leitor que ler, ou o leitor comprará o jornal concorrente. Assim funciona o capitalismo, e por este motivo a liberdade de expressão só pode se realizar de fato em um regime capitalista: de que adianta um país onde toda a mídia pertence ao Estado, se o jornal do Estado só dirá a opinião do Estado sobre si mesmo? Nessa caso a liberdade de expressão torna-se mera abstração, irrealizável na prática.

      1.  
        A mídia/empresa brasileira

         

        A mídia/empresa brasileira é partidária e é bancada pela propaganda estatal . Ademais, em sua grande maioria, é concessão pública !

  2. Não li os questões da

    Não li os questões da pesquisa.

    não sou jornalista nem trabalho em jornais!

    Mas como observador, vejo que a maior REPRESSÃO VEM DA DIREITA E DO PODER ECONÔMICO!

    Por isso seria importante ter este tópico da origem…

    Por que pesquisa que informa que há repressão É USADA NO PIG COMO SENDO O PIG AQUELE QUE SOFRE A REPRESSÃO!

    E muita das vezes são os agentes do PRÓPRIO PIG que reprime…

    Cuidado com as pesquisas…

  3. Justiça de SP aceita queixa-crime de Lula contra historiador

    Justiça de SP aceita queixa-crime de Lula contra historiador

    A Justiça de São Paulo aceitou a queixa-crime proposta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o historiador Marco Antônio Villa, comentarista da TV Cultura. Vila é acusado pelos crimes de calúnia, injúria e difamação. Os advogados de Lula sustentam que historiador fez “afirmações caluniosas” contra ex-presidente na edição do Jornal da Cultura exibida no dia 20 de julho.

    As informações foram divulgadas pelo Instituto Lula nesta terça-feira, 1. A decisão, de 25 de novembro, é do juiz André Carvalho e Silva de Almeida, da 30ª vara criminal da Justiça de São Paulo.

    Segundo a entidade ligada ao ex-presidente, em 19 de novembro, Lula e Villa compareceram a audiência de conciliação, mas nem o ex-presidente retirou a ação, nem o comentarista se retratou de suas declarações.

    Em setembro, quando os advogados entraram com a ação, o Instituto Lula informou que a queixa era referente “a apenas um dos recorrentes comentários caluniosos que o professor da Unesp (Universidade do Estadual Paulista) repete contra o ex-presidente no jornal noturno da TV pública do governo do Estado de São Paulo”.

    “No referido comentário, Villa disse que o ex-presidente “mente”, que é “culpado de tráfico de influência internacional”, além de “réu oculto do mensalão”, “chefe do petrolão”, “chefe da quadrilha” e teria organizado “todos os esquemas de corrupção”. Na ocasião, o historiador fez questão de ressaltar que “quem está dizendo sou eu, Marco Antonio Villa”, embora não tenha apresentado sequer uma evidência das graves acusações que fez”, afirmou a entidade em nota.

    http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2015/12/01/justica-de-sp-aceita-queixa-crime-de-lula-contra-villa.htm

  4. Enquanto a pesquisa tenta
    Enquanto a pesquisa tenta “mapear” a liberdade de imprensa, a verdade é que a liberdade de imprensa tenta “tapear” o Brasil. Se não fosse a internet! Sei não!

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