Por Moacir Japiassu (*)
As portas dos quartos guardam segredos invioláveis,
promessas nunca cumpridas,
anseios soterrados,
acordes de bandolins em noites sufocadas
(Carlos Alberto Jales inNesta Velha Casa. Íntegra aqui.)
Disse o repórter: segundo a polícia, o ‘suspeito’ do crime é o assassino confesso!!!
Jurisconsulto de notório saber e ilibada reputação, o considerado Youssef Ibrahim, nosso correspondente no Vale do Paraíba, remete de uma de suas concorridas bancas:
Há algumas semanas, vi a seguinte pérola num telejornal: um sujeito muito “machão” pegou a pobre da moça, dançarina de funk, jogou a mulher no chão, segurou-a pelos cabelos e bateu violentamente a cabeça dela no concreto umas 10 ou 12 vezes… depois, retornou armado e disparou uns 5 tiros de escopeta calibre 12 na cabeça da pobre, tudo filmado pela câmera de circuito interno de segurança do local em que moravam.
O cara fugiu e foi pego numa blitz, com a arma, e na posse dum carro que roubou de algum incauto que passava por ali logo após ele matar a dançarina. Preso em flagrante, confessou o homicídio e disse que matou “porque foi provocado” pela coitadinha…
Disse o repórter: “Segundo a polícia, o principal suspeito do crime é Fulano de Tal (o próprio assassino confesso)”.
Fiquei pensando: o que mais seria preciso para que o repórter tivesse coragem de chamar o sujeito de “autor do homicídio”? Talvez uma sentença penal condenatória transitada em julgado, depois de diversos recursos ao TJ, STJ, STF… e tudo homologado pela Santa Sé! Aff…
Matou a ex-noiva e confessou o crime, mas é apenas um “suspeito” (Imagem: Reprodução/Globo)
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Elegância
Janistraquis aproveitou a ‘deixa’ e enfiou esta também televisiva:
“No Jornal da Band o repórter falou em ‘castramento’ de cães; certamente ele acha que a esquisita palavra é mais, digamos, elegante do que castração.”
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Analfabetismo
Economista e advogado paraense que está aposentado e vive no Rio, o considerado Edgar Cavalheiro Filho remete de seu retiro no Recreio dos Bandeirantes:
“Há anos e anos acompanho os meios de comunicação no seu ingente esforço no sentido de imbecilizar o povo deste desesperançado país. Veja o que está escrito na primeira página do UOL em texto a respeito da novela Babilônia, esse monumento cultural da Globo:
“(…)Vinícius vai demorar um pouco para falar com a ex-mulher. Primeiro, ela negará tudo e dirá que ele foi envenenado pela ‘favelada’. ‘Por que você não atendeu o telefone? Te liguei mil vezes! Veio um oficial de Justiça lá em casa atrás de mim’, falará ela, assim que o encontrá-lo.”
Assim que o encontrá-lo!!! Dá até vontade de entrar na Justiça contra a emissora.”
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Observações
O considerado Roldão Simas, jornalista e escritor consagrado, maior ombudsman da imprensa brasileira, químico aposentado da Petrobrás na época em que não se roubava a empresa, diretor de nossa sucursal no DF, instalada em edifício da Era JK, de cujo banheiro, em subindo-se nas bordas do vaso sanitário é possível enxergar, pela clarabóia, coprólitos da política no balouço das águas do Lago Paranoá, pois nosso Mestre despachou para a sede as seguintes observações:
Correio Braziliense
*Página 18 – “Rio – 2016” seção “Super Esportes”:
“Último sorteio de ingressos para os Jogos Olímpicos”
(…)”O prazo para solicitar mais bilhetes terminaria na sexta, mas o comitê prorrogou para hoje. Para o segundo sorteio estão disponíveis 553 sessões (sic), o equivalente a quase três milhões de entradas.”
(Acho que seriam “seções”).
*Página 20 – “Cesar assina”
“O Flamengo assinou contrato ontem com o zagueiro Cesar, por empréstimo até 30 de junho de 2016. (…) O defensor se encontrou ontem mesmo com o elenco (sic) no hotel, onde a delegação estava hospedada.”
(O texto está em discordância com o título da notícia e em discordância também com o sentido correto. O Flamengo contratou o zagueiro, mas quem assinou o contrato foi o jogador. E se “Elenco” está certo, não é usual o emprego da palavra quando se trata da equipe de jogadores de futebol.)
(E não deixe de visitar este endereço, pelo qual você compra os livros do nosso Mestre e se ilustra.)
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Ricardo Setti
O Jornal da ImprenÇa lamenta o adeus de Ricardo Setti ao seu blog na Veja, depois de 5 anos, 54,3 milhões de acessos, 12.275 posts e 242.438 comentários. Setti, homem generoso e cordial, é, como sabem todos, grande jornalista e escritor. Daqui do meio do mato, neste sitiozinho escondido nos contrafortes da Serra do Mar, envio grande abraço ao velho amigo e companheiro no Jornal da Tarde dos anos 1970 e na própria Veja de 1980.
(Leia aqui a íntegra do texto de despedida de Ricardo Setti.)
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De memória
O considerado Fausto Osoegawa, jornalista, escritor e advogado de inegável talento, envia de seu escritório no Bairro da Liberdade:
Três velhinhas se reúnem para o chá da tarde. Uma delas comenta:
– Acho que estou ficando esclerosada. Ontem me peguei com a vassoura na mão e não me lembrava se já tinha varrido a casa ou não.
A outra velhinha diz:
– Isso não é nada. Outro dia eu me vi de pé, ao lado da cama, de camisola e não sabia se tinha acabado de acordar ou se estava me preparando para dormir.
E a terceira:
– Cruz credo! Deus me livre ficar assim. Isola!
E dá três batidinhas na mesa: toc-toc-toc. Aí olha para as outras duas e emenda:
– Me dá licença que tem gente batendo na porta.
(Adaptado de: “Piadas da Internet para Crianças Espertas”, de Luiz Aviz.)
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Erro primário
O considerado Luiz Fernando Perez, grande jornalista e escritor, velho amigo e companheiro no Correio de Minas
de 1962, envia de seu escritório na Praça da Savassi, endereço nobre de Belo Horizonte.
Tudo bem que se trata de maracutaia coletiva, mas levar o verbo para o plural, quando o sujeito é cúpula, só pode ser muita falta de compromisso com a boa escrita. Alegar pressa ou distração não vale, neste erro primário nesta chamada do portal da Folha:
Cúpula da Unicamp recebem dois salários e ultrapassa teto estadual
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Tiro & Queda
O considerado Eduardo Almeida Reis, grande jornalista e escritor que trouxe cá para a internet todo o seu charme e veneno de cronista, escreve na coluna desta semana:
(…) Abro um jornal, ligo a tevê e me pergunto: isto pode? Sexo oral sempre existiu; bestialismo, bestialidade, zooerastia – prática sexual com animais – outrossim. Daí a um programa de tevê, exibido às 9h30min da manhã do dia 9 de junho, canal GNT, reprise da Semana do Jô, apresentar um cavalheiro contando o sexo oral de seu casamento de seis anos com uma argentina e do próprio Jô repetindo a piada, que endereçou à mãe do entrevistado, vai uma distância que o meu prazo de validade não consegue percorrer nem entender.”
(Leia Tiro&Queda neste endereço.)
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Nota dez
Jornalista, escritor e advogado do primeiríssimo time, o considerado Mário Lúcio Marinho, velho amigo e companheiro no Jornal da Tarde dos anos 1970, despacha de seus domínios no Parque Continental o seguinte e esclarecedor texto publicado n’O Globo e no UOL:
Na busca por recursos, a Petrobras analisa a possibilidade de se desfazer até de um pedaço da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, considerada a “joia da coroa”.
Libra é a primeira área no pré-sal a ser explorada pelo novo regime de partilha, onde se estimam reservas gigantes entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo. Segundo uma fonte próxima à estatal, os estudos consideram a hipótese de a Petrobras se desfazer de 10% de sua participação no bloco.
Assim, a fatia da estatal passaria de 40% para 30%, o mínimo exigido pela lei. Além da Petrobras, participam do consórcio a Total e a Royal Dutch Shell, com 20% cada uma, e as chinesas CNPC e CNOOC, com 10% cada.
Agora, eu pergunto: mas não era o José Serra que iria vender a Petrobras? Ou era o Alkmin? Ou era o Aécio? Ou será o o PT???
Para ler mais sobre o assunto, basta clicar aqui
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Errei, sim!
“ZÉ DO ERRAMOS – Deu no Erramos da Folha:
“Diferentemente do que foi publicado à pág. 1-14 (Brasil) da edição de 19/3, a Segunda Guerra Mundial começou em 1939, os EUA entraram na guerra em 1941, a Guerra dos Seis Dias foi em 1967, o presidente Richard Nixon (EUA) renunciou em 1974, Margareth Thatcher assumiu o poder no Reino Unido em 1979, o Muro de Berlim caiu em 1989, e o Iraque invadiu o Kuait em 1990”.
Em estado pré-cataléptico, Janistraquis balbuciou:
‘Isso é tão incrível, fantástico e extraordinário que a Folha deveria contratar Zé do Caixão para editar o Erramos!’”
(maio de 1996)
(*) Paraibano, 73 anos de idade e 53 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada “Carta a Uma Paixão Definitiva”.
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“O Flamengo contratou o
“O Flamengo contratou o zagueiro, mas quem assinou o contrato foi o jogador. E se “Elenco” está certo, não é usual o emprego da palavra quando se trata da equipe de jogadores de futebol.”:
Bom, ele disse “encontrou com o elenco”! Deve ter sido uma orgia, sei la!
como sempre afirma amigo meu,
como sempre afirma amigo meu, que o politicamente correto está destruindo a alegria de ler, o primeiro tópico sobre o “suspeito” corrobora com louvor sua (dele) opinião…
acrescento: não só de ler, mas de ouvir, ver,….
“politicamente correto está
“politicamente correto está destruindo a alegria de ler”:
Muitissimo bem lembrado!
Pros jornalfabetos contratados pra escreverem essas perolas: NESSE CASO ESPECIFICO A PALAVRA EH ACUSADO, IDIOTAS. Juridicamente, foi so isso que aconteceu ate agora, e no dia que voces verem com os proprios olhos o video voces podem o acusar de assassino aa vontade… ja pensou que honra enorme?
Folha Tec
Hoje na Folha o reporter escreveu “imprensa tecnológica internacional”.
Adorei o tecnológica internacional. Muito sábio o “escritor”.
Vejam o texto em http://app.folha.uol.com.br/#noticia/577985